sábado, 30 de janeiro de 2010

TRÊS PERGUNTAS

Um rei se apercebeu que se soubesse a hora certa de agir, quem eram as

pessoas mais necessárias e o mais importante a ser feito, nunca falharia no

que fizesse.

Procurou um homem sábio para se aconselhar. Vestiu roupas simples, e antes

de chegar ao destino, apeou do cavalo, deixou seus guarda-costas para trás e

foi sozinho.

O sábio estava cavando o chão em frente à sua cabana. O rei chegou e falou:

"Vim aqui porque preciso que me responda três perguntas: como posso

aprender a fazer o que é certo na hora certa?

Quem são as pessoas às quais devo prestar maior atenção?

Quais os assuntos aos quais devo conceder prioridade?"

O sábio não respondeu e continuou a cavar. Estava fraco e inspirava

profundamente, a cada golpe.

O rei se ofereceu para cavar em seu lugar e preparou duas extensas

sementeiras. Sem receber nenhuma resposta às suas perguntas, quase ao final

da tarde, disse: "Vim até aqui para obter respostas. Se não pode me dar

nenhuma, então me diga que vou embora."

Nisso, um homem barbado saiu correndo da floresta. Estava ferido e caiu

desmaiado, gemendo baixinho.

O rei e o sábio o socorreram. Havia uma grande ferida em seu corpo. O rei a

lavou e a cobriu com seu lenço e uma toalha do sábio.

O sangue continuou a jorrar. Muitas vezes o rei lavou e cobriu a ferida.

Finalmente, a hemorragia parou. O homem foi levado para a cama e adormeceu.

A noite chegou. O rei sentou-se na entrada da cabana e, cansado, adormeceu.

Ao despertar pela manhã, demorou um pouco para se dar conta de onde estava.

Voltou-se para dentro. O homem ferido o olhou e lhe pediu perdão.

"Não tenho nada para lhe perdoar", disse o rei. "nem o conheço."

"Mas eu o conheço. O senhor prendeu meu irmão e jurei acabar com sua vida.

Quando soube que o senhor vinha para cá, também vim. Esperei na floresta

para matá-lo pelas costas.

Mas o senhor não voltou. Saí de minha emboscada e seus guarda-costas me

viram. Foram eles que me feriram. Fugi deles. Teria sangrado até a morte se

não me tivesse socorrido.

Majestade! Se eu sobreviver, serei o mais fervoroso de seus servos."

O rei ficou satisfeito por ter conseguido a paz com seu inimigo tão

facilmente. Disse que mandaria seu médico para o atender.

Levantou-se e procurou o sábio que estava agachado, plantando nas

sementeiras cavadas no dia anterior.

"Então, vai responder às minhas perguntas?"

Erguendo os olhos, o sábio lhe respondeu:

"O senhor já tem todas as suas respostas."

E ante a indagação da real figura, explicou:

"Se sua majestade não tivesse ficado condoída da minha fraqueza ontem e

cavado essas sementeiras para mim, indo embora, teria sido atacado por

aquele homem.

Teria assim se arrependido de não ter permanecido comigo. Por isso a hora

mais importante foi quando cavava as sementeiras.

Eu era o homem mais importante. Fazer-me o favor foi o mais importante.

Depois, quando o quase assassino chegou correndo, a hora mais importante foi

quando cuidava dele. Se não tivesse cuidado da sua ferida, ele teria morrido

sem estar em paz consigo.

Por isso, ele era o homem mais importante. O que foi feito por ele foi o

mais importante.

Então, só existe um momento importante, o agora.

O homem mais necessário é aquele com quem você está, pois ninguém sabe se

vai tornar a lidar com outro alguém.

O assunto mais importante é fazer o bem para esse com quem se está, pois

esse é o grande propósito da vida.



***



A hora de agir é agora. O local onde você está é o mais ajustado e as

pessoas que estão com você as ideais para a sua vida e o seu crescimento.

Pense nisso!



Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Três perguntas, de

autoria de Léon Tolstoi, de O Livro das virtudes II - O compasso moral, de

William J. Bennett, Ed. Nova Fronteira.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?