domingo, 31 de março de 2013

Sem Amigos Ninguém Escolheria Viver

Sem amigos ninguém escolheria viver, mesmo que possuísse todos os demais bens; considera-se que até os homens ricos e aqueles que ocupam altos cargos e posições de autoridade precisam de amigos, ainda mais que todos, pois qual é a utilidade de tal prosperidade sem a oportunidade da beneficiência, exercida principalmente, e do modo mais louvável, em relação aos amigos?
 (...) Porém a amizade não é apenas útil, ela também é nobre; pois elogiamos aqueles que amam os seus amigos e ter muitos amigos é considerado algo valioso; pensamos que são as mesmas pessoas que são homens bons e são amigos. 

Aristóteles, in 'Ètica a Nicómaco'

sábado, 30 de março de 2013

PESSOAS INTELIGENTES (Arnaldo Jabor)



Conta-se que numa cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles o chamavam ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 REIS e outra menor, de 2.000 REIS.

Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. ‘Eu sei’ – respondeu: ‘Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.’ Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é:

‘A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. O maior prazer de uma pessoa inteligente é bancar o idiota, diante de um idiota que banca o inteligente’

sexta-feira, 29 de março de 2013

Quando muda a maneira de olhar



Um casal mudou de casa. já era noite cerrada quando terminaram a mudança. nem tiveram tempo para olhar para os vizinhos. no dia seguinte, ao acordar de manhã cedo, todo o olhar era de curiosidade sobre as casas e os quintais dos novos vizinhos. sentaram-se na mesa da sala para tomar o café. a sala era ampla com grandes janelas que davam para o quintal da vizinha. a mulher acabada de chegar podia ver a corda da roupa da vizinha a secar. fixou-se nos lençóis e comentou com o marido:

- olha como estão os lençóis da vizinha, todos sujos. como é que é possível, não lava os lençóis?

o marido olhou.. mas não fez comentários. na semana seguinte, sentados novamente na sala a tomar o café, a mulher olhou novamente para o quintal da vizinha e qual não foi o seu espanto quando viu novamente os lençóis da vizinha estendidos na corda, todos sujos como na semana passada.

- como é que pode ser?! comentou indignada com o marido. a vizinha não sabe lavar os lençóis. será que eu podia oferecer-me para a ensinar a lavar os lençóis?

o marido ficou novamente calado, sem dar importância à conversa da mulher. uma semana depois, a mesma cena repete-se, lá estavam novamente os lençóis da vizinha estendidos ao sol e como sempre sujos.

_não pode ser, vou falar com a vizinha e ensiná-la a lavar os lençóis.

o marido voltou a não fazer comentários.

no dia seguinte, no café da manhã, aquela mulher teve uma surpresa, olhou para o quintal da vizinha e qual não foi o seu espanto, os lençóis estavam novamente estendidos ao sol, mas desta vez estavam bem lavados, sob o seu olhar de surpresa.

- olha marido, finalmente a vizinha aprendeu a lavar os lençóis. será que alguém lhe ensinou?
o marido respondeu-lhe:
- olha mulher eu hoje acordei mais cedo e resolvi lavar os vidros das janelas da sala!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Obstáculos no caminho



Há muito tempo atrás, um rei colocou uma pedra grande obstruindo um caminho. depois escondeu-se e ficou a ver se alguém tirava a enorme pedra.

algumas pessoas passavam simplesmente à volta, outras culpavam as autoridades por não manterem os caminhos desimpedidos, mas nenhuma delas fez nada para tirar a pedra do caminho.

Um vizinho da aldeia que vivia no sitio mais descampado, passava por ali exausto, com um fardo de lenha às costas e viu a pedra. parou, aproximou-se dela, pousou a carga com muito esforço e moveu a pedra para o outro lado do caminho. depois de empurrar e empurrar até estar muito cansado, com muito esforço conseguiu. enquanto apanhava o seu fardo de lenha, viu uma pequena bolsa no chão exatamente no lugar onde antes tinha estado a pedra. a bolsa continha muitas moedas de ouro e uma carta do rei que dizia que o prêmio era para a pessoa que removesse a pedra, como recompensa de desimpedir o caminho.

Reflexão: cada obstáculo pode estar a ocultar uma oportunidade, tanto para ajudar os outros, como para ajudar-se a si mesmo.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Para consertar

Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.

o primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil.

o pneu da seu carro furou.

a serra elétrica quebrou.

cortou o dedo.

e ao final do dia, o seu carro não funcionou.

o homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa.

durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.

quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer a sua família.

quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.

depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se.

os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou os seus filhos e beijou a sua esposa.

um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro.

assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:

- porque você tocou na planta antes de entrar em casa ???

- ah! esta é a minha árvore dos problemas.

- eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até os meus filhos e minha esposa.

- então, toda noite, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte.

- e você quer saber de uma coisa?

- toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior.

terça-feira, 26 de março de 2013

Minha Laura em fantasia




A árvore torta




Um dia, diante da velha árvore torta, um pinheiro todo vergado pelo tempo, o sábio da aldeia ofereceu a sua própria casa para aquele discípulo que “conseguisse ver o pinheiro na posição correta”.

todos se aproximaram e ficaram pensando na possibilidade de ganhar a casa e o prestígio, mas como seria “enxergar o pinheiro na posição correta”? o mesmo era tão torto que a pessoa candidata ao prêmio teria que ser no mínimo contorcionista.

ninguém ganhou o prêmio e o velho sábio explicou ao povo ansioso, que ver aquela árvore em sua posição correta era “vê-la como uma árvore torta”.

só isso!

nós temos em nós, esse jeito, essa mania de querer “consertar as coisas, as pessoas, e tudo mais” de acordo com a nossa visão pessoal. quando olhamos para uma árvore torta é extremamente importante enxergá-la como árvore torta, sem querer endireitá-la, pois é assim que ela é. se você tentar “endireitar” a velha árvore torta, ela vai rachar e morrer, por isso é fundamental aceitá-la como ela é.

nos relacionamentos é comum um criar no outro expectativas próprias, esperar que o outro faça aquilo que ele “sonha” e não o que o outro pode oferecer. sofremos antecipadamente por criarmos expectativas que não estão alcance dos outros.

porque temos essa visão de “consertar” o que achamos errado.

se tentássemos enxergar as coisas como elas realmente são, muito sofrimento seria poupado.

os pais sofreriam menos com os seus filhos, pois conhecendo-os, não colocariam expectativas que são suas, na vida dos mesmos, gerando crianças doentes, frustradas, rebeldes e até vazias.

tente, pelo menos tente, ver as pessoas como elas realmente são, pare de imaginar como elas deveriam ser, ou tentar consertá-las da maneira que você acha melhor. o torto pode ser a melhor forma de uma árvore crescer.

não criei mais dificuldades no seu relacionamento, se vemos as coisas como elas são, muitos dos nossos problemas deixam de existir, sem mágoas, sem brigas, sem ressentimentos.

e para terminar, olhe para você mesmo com os “olhos de ver” e enxergue as possibilidades, as coisas que você ainda pode fazer e não fez. pode ser que a sua árvore seja torta aos olhos das outras pessoas, mas pode ser a mais frutífera, a mais bonita, a mais perfumada da região, e isso, não depende de mais ninguém para acontecer, depende só de você.

sábado, 23 de março de 2013

Um presente




O conjunto de mesa Coração que postei ontem, foi um presente para uma amiga muito querida que conheci a pouco tempo, espero que ela tenha gostado, o chocolate e os sachês de feltro foi um detalhe a mais, o chocolate trouxe de Gramado e também tem a forma de um coração.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Estola em tricot

Estola em tricot


Brincar de Viver

Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
Redescobrir, seu lugar
Pra retornar
E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender, a sonhar
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde sim
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz não
Você verá
Que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
Não esquecer
Ninguém é o centro do universo
Assim é maior o prazer
Você verá que é mesmo assim
Que a história não tem fim
Continua sempre que você
Responde sim
A sua imaginação
A arte de sorrir
Cada vez que o mundo diz não
E eu desejo amar
A todos que eu cruzar
Pelo meu caminho
Como eu sou feliz
Eu quero ver feliz
Quem andar comigo
Vem
Agora é brincar de viver
Agora é brincar de viver

quarta-feira, 20 de março de 2013

Ah, que memória!

Lembro de todo mundo que conheci. Só não sei de onde. Nem faço idéia do nome. É grave. Outro dia eu estava no shopping. Um senhor gordo aproximou-se. Cumprimentou. Meus neurônios estalaram. Pip! Pip! Sorri, para ganhar tempo. Ele torceu o nariz:

– Sou seu primo! Esqueceu?

Devolvi um sorriso constrangido.

Morro de medo de ir a festas. Volta e meia passo pelo vexame. Já cometi o desatino de conhecer uma senhora de tarde, bater papo, encontrá-la por acaso de noite e não saber quem era! Ultimamente, tenho usado um truque. Abro um enorme sorriso:

– Claro que não a reconheci. Está mais magra... Diferente... Mais jovem!

Lá vem um sorriso de felicidade. Ainda mais se a elogiada continua redonda como um barril! O pior é que, de fato, as pessoas mudam muito. Fazem plástica. Regimes. Academia. Tingem os cabelos. Trocam a cor dos olhos. É a tragédia! Ao entrar em um restaurante, encontrei uma atriz. Abraçou-me, com intimidade. Fiquei em dúvida. Trocar nome de atriz é conquistar uma inimiga para o resto da vida. Puxei assunto.

– Como vai a vida?

Pergunta perfeita. Poderia responder sobre filhos, maridos... Veio com essa:

– Não tão bem como a sua.

Ih! Felizmente continuou:

– Não nos vemos pessoalmente há muito tempo. A última vez foi quando eu tinha uns 30 anos. Eu morava...

Observei o rosto esticado na penumbra do restaurante. "Ah, é ela!" Cinqüentona! Exclamei, maravilhado:

–Você continua com 30 anos!

Diante dos gemidos de emoção, fugi para minha mesa. Homens também se tratam. Se as mulheres já não gostam de revelar suas artimanhas, imaginem os machões. Fico olhando, olhando e pensando: "Não, não pode ser, tinha orelhas de abano". Dito e feito. O ex-orelhudo magoa-se quando, ao me cumprimentar, faço cara de paisagem.

Às vezes é surpreendente! Encontro alguém que não vejo há décadas. Imediatamente sei o nome, filiação, atividade! Como se a ficha saltasse do meu cérebro.

– Sua mãe, como vai? Ainda faz aquelas lindas blusas de tricô?

Os olhos se enchem de lágrimas.

– Você se lembra!

Seria de pensar que me recordo de pessoas especiais. Não é uma memória seletiva. Esqueço velhos amigos do peito, amores... e me lembro de alguém com quem falei uma ou duas vezes! Pior: chego a pensar que conheço pessoas totalmente estranhas. Já passei por cada situação!

– Oi, tudo bem?

O outro se espanta. Franze o cenho, acha que a gafe é dele.

– É... E... Como vai?

– Vou indo... E você?

Acabamos nos despedindo como velhos amigos, sem a menor idéia de quem seja quem!

Antes, tentava a sinceridade. Dizia, simplesmente:

– Desculpe, mas qual o seu nome?

Pensava ser uma bela atitude, honesta. Coisa nenhuma. As pessoas se horrorizavam.

– Na época em que o ajudava a trocar o pneu daquele Fusquinha velho, você me conhecia muito bem!

Atualmente, procuro pistas. Diante do sorriso, animado, tento.

– Você aqui! Que bom! Puxa! E sua mulher, como vai?

– A gente se separou, você já sabia!

Lá vou eu, rodopiando nas palavras! Quando a pessoa se despede, desabrocha a recordação! Morria de vontade de encontrar com ela, reviver a amizade! Tenho vontade de sair correndo e gritar:

– Agora sei quem você é!

Mas é tarde. Ah, que vida! Seria tão mais fácil se pudesse dizer:

– Não é nada pessoal. Mas... Qual o seu nome?

E o velho conhecido responderia com um sorriso de compreensão:

– A memória anda péssima. Mas a amizade continua a mesma!

terça-feira, 19 de março de 2013

Criança diz cada uma - Mário Prata



Há muito tempo atrás o jornalista e dramaturgo Pedro Bloch tinha uma página na revista Manchete com o título acima. Contava histórias engraçadas e inusitadas acontecidas com crianças que passavam pelo seu consultório. 
Outro dia achei uma revista dos anos 60 e me diverti muito com o Bloch. E me lembrei de histórias recentes com filhos ou filhas de amigos meus que, tenho certeza, o velho jornalista não titubearia em manchetá-las.

*

O protagonista da primeira delas é o Antonio (homenagem ao meu filho?), filho da velha amiga Maria Emília Bender, digníssima editora da Companhia das Letras e o grande italiano Lorenzo, ilustre professor de música na Universidade de São Paulo.

Antonio, seis ou sete anos tinha o aniversário de um amigo, o Bruno, lá num daqueles bufês no Itaim. Festa das seis às nove da noite. O pai Lorenzo, conhecido por suas distrações cá no Brasil, ficou de levar o garoto ao tal bufê. Depois iria pegar a Emília, iriam a um cinema e voltariam para buscar o menino.

E assim foi feito. Lorenzo deixou Antonio no bufê, pegou a esposa e foram para o cinema. Nove da noite, conforme o combinado, foram buscar o pimpolho. Tocaram a companhia, veio o menino.

Já no carro:

- Tava boa a festa do Bruno, filho?

- A festa tava boa, só que você errou de bufê. Era aniversário de uma menina que eu nunca tinha visto na vida. Mas foi legal. Ajudei até o mágico. O nome dela é Andréa.

*

A segunda história é da minha mais recente afilhada, a Maria Shirts, filha do Mateus e da Silvinha.

Deu-se que o pai da Silvia morreu, o velho e bom Lori. Maria, cinco anos, insistiu em ir ao velório ver o avô morto. Foi levada (nos dois sentidos).

No colo da mãe ficou ali alguns segundos, olhando para o avô. A sala cheia. De repente ela pergunta bem alto, como são, geralmente, as perguntas impertinentes:

- Mãe, como é que ele sabe que morreu?

Risadas filosóficas e generalizadas.

*

Já disse que meu filho se chama Antonio. Um dia, ele tinha uns quatro anos, dei uma bronca nele sei lá porque e ele me xingou, feroz:

- Você é uma anta!!!

No que eu, sem perder a calma, perguntei:

- Ah, é? E quem é filho de anta, o que que é?

Pensou dois segundos e me desarmou completamente:

- Filho de anta é... é... Antonio!

*

E mais uma:

Uma minha prima, hoje já casada e com dois filhos, quando tinha uns doze anos a mãe a chamou para um reservado:

- Hoje eu vou lhe ensinar o que é sexo.

A menina já fez cara feia. E a mãe começou lá pelo princípio com a história da maça.

- Uma vez Adão e Eva estavam no paraíso e...

- Isso eu já sei. Pula.

- O homem tem uma sementinha e...

- Isso eu já sei. Vai mais para a frente.

- Bem, para nascer uma criança é preciso que...

- Pô, mãe, eu sei como é. Pode pular essa parte.

- Bem, a mulher ter um órgão chamado útero...

- Grande novidade, mãe.

- O espermatozoide tem umas substâncias...

- A porra.

- Isso. Escuta aqui, menina. O que é que você não sabe?

- O que é que a senhora ser saber? Pode perguntar, mãe. Pergunta!

*

E tinha um garotinho que era infernal. Brigava todo dia na escola. Um dia, no almoço, o pai, para testar seus conhecimentos bíblicos (ele estudava num colégio de padre), perguntou:

- Meu filho, me diz quem foi que jogou a pedra no Golias.

O garoto desatou a chorar.

- Tá vendo, mãe? Tudo eu. Tudo eu. Juro, pai, juro pelo que é de mais sagrado que eu nem conheço esse menino.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Loucos e Santos - Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

domingo, 17 de março de 2013

"A morte do telefone?" - Mário Prata

Quando surgiu a televisão, disseram que o rádio ia morrer. Não morreu. Quando surgiu a Internet, constou que o livro ia morrer. Tá vivo.

Por outro lado, sempre me intrigou o fato dos grandes provedores da rede no mundo serem de companhias telefônicas. Deveria ter uma jogada, ali. Primeiro, a óbvia: enquanto você está conectado, você está usando uma linha telefônica. Ponto para eles. Mas no último domingo, me caiu a ficha completa.

Estava eu conversando com uma amiga que está trabalhando em Londres. Conversando pela internet. No Messenger. Para quem não sabe, o Messenger te dá a oportunidade de digitar aqui, ela recebe lá na mesma hora, responde e por aí vai. Uma espécie de e-mail instantâneo.

Mas agora, com o Messenger 6.1, você pode usar uma webcam (tem até por oitenta reais, em qualquer lugar) e, tendo uma placa de som (mais simples ainda), você inicia uma videoconferência. Ou seja, nem precisa mais digitar.Você vê e ouve a pessoa. Você aqui e ela lá em Londres. Um telefone ao vivo!

E quando você está pagando por este telefonema ao vivo e internacional? Nada, se você tiver internet a cabo. Oumelhor, você paga uma mensalidade fixa. Só que pode ficar conversando 24 horas por dia e não paga nem um tostãoa mais.

Pois estava eu ali, conversando com a Luciana e comecei a pensar no D. Pedro II e no Graham Bell. Quando o inventor mostrou a descoberta ao amigo e rei do Brasil, este disse: isso fala? E deve ter pensado: não tem mais nada para se inventar. Pouco mais de cem anos depois, terá o telefone ficado obsoleto? Acho que é a tendência.

Claro que o papo pelo Messenger ainda é meio precário. A imagem que vemos da outra pessoa ainda é do tamanho de uma caixa de fósforo. Mas será por pouco tempo. Logo-logo, vamos ter a pessoa na tela cheia. Ao vivo e a cores. E, mais um pouco, pelo próprio celular (que será mais um micro computador do que apenas um telefone) você vai conseguir a mesma coisa.

Eu estou dizendo isto tudo, mas acho que a cultura do telefone é muito grande para ele ir desaparecendo assim de uma década para a outra. O telefone discado ou digitado faz parte da nossa vida, dos nossos amores e dos nossos negócios. E o celular, que tanto galho quebra, ainda é um baby. Crescerá, ficará adolescente? Sei lá.

*

Agora veja a coincidência. Tenho que mandar esta crônica até uma da tarde. E acabo de descobrir que o Terra, o meu provedor, está fora do ar aqui em Florianópolis. E eu não tenho fax normal, porque sou metido a moderno. Só pelo computador. Ou eu vou ter que imprimir isso aqui e sair atrás de um fax de algum vizinho, ou vou ter que passar pelo... telefone! Verdade. Agora nada mais importa. Nem outlook, nem messenger, nem fax pela internet. Estou mesmo ilhado.

Vou ligar para o Estadão: querer ser muito moderninho dá nisso.

Me desculpe, meu grande Alexander Graham Bell, me desculpe. Não vai dar nem para terminar a crônica. Vou ter que sair agora atrás do velho e bom fax pelo telefone. Ou ditar para o pessoal do Caderno 2.

Espero que tenha chegado tudo direitinho aí.

sábado, 16 de março de 2013

A noite do meu bem - Dolores Duran

Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Eu quero amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah ! Como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda a ternura que eu quero lhe dar

sexta-feira, 15 de março de 2013

Dicas para a hora de dormir:


Ambiente propício - O local do sono deve ser utilizado exclusivamente para dormir e ter relações sexuais. Em outras palavras, não leve problemas para a cama. O espaço também não pode absorver ruídos, não deve ter muita claridade, nem frio ou calor excessivos.
Na hora certa - Mantenha horários regulares para dormir e acordar. Logo o organismo vai se adaptar ao ritmo e irá condicioná-lo a se deitar no tempo estabelecido.

Ducha - Invista num banho morno antes de dormir, para dilatar os vasos sanguíneos e relaxar a musculatura.

Fuja dos estimulantes - Evite o consumo de substâncias que possam excitar o sistema nervoso, como bebidas que contêm cafeína, refrigerantes do tipo cola, chocolate e bebidas alcoólicas. 

Xícara de chá - O hábito de preparar um chá antes de dormir recebeu aval científico. Desde que a bebida não contenha cafeína, como o preto e o mate. Fazem parte da lista melissa, capim-limão, camomila e lúpulo. Para as noites de insônia, o médico recomenda ervas com ação mais intensa, como valeriana, kava e passiflora.

Travesseiros com cheiro - Pesquisas já demonstraram que aromas produzem efeitos no cérebro. Até agora, a essência mais estudada para ajudar a dormir é a lavanda, que tem ação calmante e antidepressiva.

Jantar leve - Nada de gula antes de deitar nem de ir para a cama de estômago vazio. É importante comer algo leve antes de dormir, como uma barra de cereal. Isso porque taxas baixas de glicose atrapalham o sono.

Leite - Uma xícara de leite morno ajuda, já que a bebida tem triptofano, substância que dá sensação de bem-estar. 

Embalar o sono - Alguns sons reduzem os batimentos cardíacos e acalmam a respiração. Jazz e música de orquestra são os estilos mais indicados. 

Acessórios - Máscaras e tampões de ouvidos podem ser aliados importantes para fugir da luz e dos barulhos.

Nada de água - Procure se hidratar durante o dia, tomando de dois a três litros de água. Beber água à noite dá vontade de ir ao banheiro e interrompe o sono. 

Adeus, despertador - Não é aconselhável acordar quando está dormindo. É preciso despertar quando o organismo dá o sinal.

Mexa o corpo - Pratique exercícios como correr e caminhar, para cansar o organismo fisicamente e, assim, relaxar e dormir. Durante a atividade física o cérebro fica em estado de repouso, por isso quanto mais fazemos o movimento físico, mais repomos o mental. 

Sexo - As relações sexuais apaziguam o espírito, relaxam o corpo e trazem uma boa noite de sono.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Toalhinha coração em crochet


Toalhinha coração em crochet


A Amiga Secreta - Mário Prata

A pizza existe desde César, portanto antes de Cristo. Quando Colombo voltou para a Europa e levou os tomates, era tudo o que faltava. E, com as pizzas, vieram as pizzarias.
Tenho um amigo, o Daniel Funtes, que afirma categoricamente que as pizzarias foram criadas com o único objetivo de ali se realizarem as festa de amigos secretos. Novembro e dezembro e as pizzarias pululam de presentes, abraços e discursos completamente etilizados.
Os amigos secretos também são antigos. Dizem que Judas era o amigo secreto de Jesus na famosa ceia de confraternização. Não se sabe se rolou pizza, além do vinho e do pão. Provavelmente sim.
E agora é a época dos encontros dos amigos secretos das firmas. E eu saio todo dia, almoço e jantar, à procura destes encontros. Sou apaixonado por festas deste tipo. Chego antes, vejo aquela mesona enorme, confirmo com o garçom e sento numa mesa bem próxima, de costas, pronto para ouvir toda a eufórica baixaria. Começam sérias, como convém, mas cerveja vai, caipirinha vem e aquelas pessoas que passam um ano quase sisudas uma diante da outra, vão se soltando. E os discursos? E as caras de surpresa? Dizem que num bom encontro de amigos secretos, todos já sabem quem é amigo de quem. E, em alguns casos, até o que vão ganhar. Sempre tem uma fofoqueira na empresa que sabe de tudo, de todos. E matraca.
A primeira coisa a fazer é brincar de tentar descobrir de onde vem aquela turba ali atrás de mim, que eu olho de soslaio. Banco? Firma de internet? Loja? Telefonistas? Contadores, despachantes ou dentistas? Quase sempre erro.
Contei isto para a minha terapeuta e ele me explicou que era inveja. Porque eu não tenho firma, não tenho patrão, não tenho empregados. Portanto, nunca foi participar de uma reunião deste tipo. Não tenho nenhum amigo secreto e nunca vou ter. Sou um profissional isolado. Pode ser que ela esteja certa. Talvez ali eu esteja procurando a minha turma, alguém para me dar um presentinho, um isqueiro bic, que seja.
Mas o que eu nunca entendi é porque se chama amigo secreto e não amiga secreta. São elas que organizam, são elas que ficam mais entusiasmadas nas festas. São elas, inclusive, que compram os presentes dos próprios amigos não secretos. Elas que escolhem a pizzaria que mais lhes convém.
O bom mesmo é dar presentes fora da pizzaria, fora do fim do ano, para a ou as nossas amigas secretas. Qual é o homem que não tem uma amiga secreta?
É o caso de um conhecido meu – casado – que tinha uma amiga secreta permanente. Um dia ele pediu – com a maior cara de pau - para a própria esposa escolher uma jóia para a amiga secreta, alegando que era para a festa da firma, e a amiga secreta que caiu para ele era da diretoria. Precisava agradar. Pois a esposa pegou uma jóia dela mesma, cafona, mas aparentemente valiosa, deu um trato, embrulhou bem bonitinho e inocentemente entregou para o seu marido.
Só que o marido não levou em conta que a amante trabalhava na mesma firma da esposa. Claro que ele sabia, mas não poderia imaginar o desenrolar da coisa. E, no dia da festa da firma da esposa, na pizzaria, a amante deu a mesma jóia (com o mesmo papel de embrulho) para a mulher traída.
O resto você pode imaginar no que deu.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Urgência de uma nova moralidade - Leonardo Boff



Os relatórios sombrios sobre o estado da Terra e sobre o futuro desalentador da espécie humana nos sugerem a urgência de uma nova moralidade. Mais e mais nos damos conta de que esta situação dramática se prende à forma insensata e até imoral com a qual nos relacionamos com a natureza, depredando-a sem remorsos através um modo de produção que faz do lucro sua única lei e religião. Somente agora quando a alarme ecológico chegou às páginas de economia é que vem sendo tomado a sério pelos governos e grandes instituições internacionais. A crise não vem; já estamos dentro dela, atingindo milhões de pessoas. Al Gore em seu documentário Verdade inconveniente nos forneceu os dados. Ou investimos já agora na dimuição dos gazes de efeito estufa ou então nos próximos anos teremos que aplicar mais de um trilhão de dólares anuais para estabilizar o aquecimento a dois graus acima do atual nivel. Ou então vamos ao encontro de catástrofes como nunca vistas antes.

Bem analisadas, estas medidas são apenas paliativas. Partem de um pressuposto equivocado: pensam que limando os dentes do lobo diminuinos a sua ferocidade. Quer dizer, podemos continuar com o mesmo paradigma de produção e consumo, apenas diminuindo a dosagem. Esse paradigma nos condenará a todos porque se baseia numa metafísica falsa, a de que podemos dispôr dos recursos a nosso bel prazer e que nossa relação com a natureza é apenas de ordem utilitária. Entendemo-nos for a acima e contra a natureza. Ela se vingará, talvez nos expulsando definitivamente de seu seio como se expulsa uma célula cancerígena.

Por isso, de pouco valem soluções técnico-científicas fundadas naquela metafísica. Precisamos, antes, de uma equação moral que mude os fins e não apenas os meios de nossa civilização. Eis alguns pontos para a nova moralidade.

Em primeiro lugar, devemos tomar a sério o princípio de precaução e de cuidado. Ou cuidamos do que restou da natureza e regeneramos o que temos devastado ou então nosso tipo de sociedade terá dias contados. Ademais filosoficamente o cuidado é a pre-condição para que surja qualquer ser e é o norteador antecipado de toda ação.

Em segundo lugar, importa dar centralidade ao afeto, à compaixão, ao coração e à piedade, como princípios morais. Isso nos ensinam o budismo no Oriente e Schopenhauer no Ocidente. Ambos afirmam:" não faças mal a nenhum ser, antes esforça-te em ajudar a todos o mais que podes".

Em terceiro lugar, urge resgatar o repeito e a veneração diante de cada ser porque representam um valor em si mesmo. Como o formulou Albert Schweitzer:"ética é a ilimitada veneração diante da vida e o respeito diante de cada ser".

Em quarto lugar, faz-se mister assumir a responsabilidade pelo futuro do planeta e da vida. Somos os guardiães do ser. Hans Jonas exprimiu assim o princípo de responsabilidade:"aja de tal maneira que teus atos não sejam destrutivos da vida".

Em quinto lugar, em vez da competição há que se reforçar o princípio de cooperação porque é a lei suprema do universo: todos os seres são interdependentes e se ajudam uns aos outros para co-evoluir, sem excluir os mais fracos.

Se vivermos essa nova-velha moralidade mudaremos os comportamentos dos estados e das pessoas para com a natureza e assim nos salvaremos. Vale a frase de 1968 nos muros de Paris:"sejam realistas; exijam o impossível".

terça-feira, 12 de março de 2013

"Prova Falsa" - Stanislaw Ponte Preta

Quem teve a idéia foi o padrinho da caçula - ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.

— Mas o cachorro era um chato — desabafou.

Desses cachorrinhos de raça, cheio de nhém-nhém-nhém, que comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.

— Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas, quando eu entrava em casa, vinha logo com aquele latido fininho e antipático de cachorro de francesa.

Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro, mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzavam num corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.

— Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o "pobrezinho".

Num rápido balanço poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casimira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para locais incríveis. A vida lá em sua casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que se desquitava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.

— Você é um desalmado — disse ela, uma vez.

Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos da caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.

— Aí mandaram o cachorro embora? — perguntei.

— Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está levando um vidão em sua nova residência.

— Ué... mas você não o detestava? Como é que arranjou essa sopa pra ele?

— Problema da consciência — explicou: — O pipi não era dele.

E suspirou cheio de remorso.


Texto extraído do livro "Garoto Linha Dura", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1964, pág. 51.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Lindas Ilustrações

Lindas Ilustrações






"Amor" - Carlos Drummond de Andrade



Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar 
por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da 
sua vida.

Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso 
entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o 
dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos 
encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de 
ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um 
presente divino: o amor.

Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca 
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais 
que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a 
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las 
com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer 
momento de sua vida.

Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela 
estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, 
mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos 
emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que 
está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira 
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, 
tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir 
morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma 
dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou 
encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem 
atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer 
verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as 
loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

domingo, 10 de março de 2013

"Pensando bem..." - Luís Fernando Veríssimo



Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivenciae ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas,faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor...
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurarque é pra na hora que vocês se encontrarem
a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer prá todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,querendo,conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...

sábado, 9 de março de 2013

"Origem Feminina" - Luis Fernando Veríssimo



Existem várias lendas sobre a origem da Mulher.
Uma diz que Deus pôs o primeiro homem a dormir, inaugurando assim a anestesia geral, tirou uma de suas costelas e com ela fez a primeira mulher.
E que a primeira provação de Eva foi cuidar de Adão e agüentar o seu mau humor, enquanto ele convalescia da operação.
Uma variante desta lenda diz que Deus, com seu prazo para a Criação estourado, fez o homem às pressas, pensando “Depois eu melhoro”, e mais tarde, com tempo, fez um homem mais bem-acabado, que chamou Mulher, que é “melhor” em aramaico.
Outra lenda diz que Deus fez a mulher primeiro, e caprichou nas suas formas, e aparou aqui e tirou dali, e com o que sobrou fez o homem só para não jogar barro fora.
Zeus teria arrancado a mulher de sua própria cabeça.
Alguns povos nórdicos cultivam o mito da Grande Ursa Olga, origem de todas as mulheres do mundo, o que explica o fato das mulheres se enrolarem periodicamente em pêlos de animais, cedendo a um incontrolável impulso atávico, nem que seja só para experimentar, na loja, e depois quase desmaiar com o preço.
Em certas tribos nômades do Meio Oriente ainda se acredita que a mulher foi, originariamente, um camelo, que na ânsia de servir seu mestre de todas as maneiras foi se transformando até adquirir sua forma atual.
No Extremo Oriente existe a lenda de que as mulheres caem do céu, já de kimono.
E em certas partes do Ocidente persiste a crença de que mulher se compra através dos classificados, podendo-se escolher idade, cor da pele e tipo de massagem.
Todas estas lendas, claro, têm pouco a ver com a verdade científica. Hoje se sabe que o Homem é o produto de um processo evolutivo que começou com a primeira ameba a sair do mar primevo, e é o descendente direto de uma linha específica de primatas, tendo passado por várias fases até atingir o seu estágio atual e aí encontrar a Mulher, que ninguém ainda sabe de onde veio.
É certamente ridículo pensar que as mulheres também descendem de macacos. A minha mãe, não!
Uma das teses mais aceitáveis sobre o papel da mulher na evolução do homem é a de que o primeiro encontro entre os dois se deu no período paleolítico, quando um homo-sapiens mas não muito, chamado, possivelmente, Ugh, saiu para caçar e avistou, sentado numa pedra, penteando os cabelos, um ser que lhe provocou o seguinte pensamento, em linguagem de hoje:
”Isso é que é mulher e não aquilo que tenho na caverna”.
Ugh aproximou-se da mulher e, naquele seu jeitão, deu a entender que queria procriar com ela.
”Agh maakgrom grom”, ou coisa parecida. A mulher olhou-o de cima a baixo e desatou a rir.
É preciso lembrar que Ugh, embora fosse até bem apessoado pelos padrões da época, era pouco mais do que um animal aos olhos da mulher. Tinha a testa estreita e as mandíbulas pronunciadas e usava gordura de mamute nos cabelos.

A mulher disse alguma coisa como “Você não se enxerga, não?” e afastou-se, enojada, deixando Ugh desolado. Antes dela desaparecer por completo, Ugh ainda gritou: “Espera uns 10 mil anos pra você ver!”, e de volta à caverna exortou seus companheiros a aprimorarem o processo evolutivo.
Desde então, o objetivo da evolução do homem foi o de proporcionar um par à altura para a mulher, para que, vendo o casal, ninguém dissesse que ela só saía com ele pelo dinheiro, ou para espantar assaltantes.
Se não fosse por aquele encontro fortuito em alguma planície do mundo primitivo, o homem ainda seria o mesmo troglodita desleixado e sem ambição, interessado apenas em caçar e catar seus piolhos, e um fracasso social.
Mas de onde veio a primeira mulher, já que podemos descartar tanto a evolução quanto as fantasias religiosas e mitológicas sobre a criação?
Inclino-me para a tese da origem extraterrena. A mulher viria (isto é pura especulação, claro) de outro planeta.
Venho observando-as durante anos - inclusive casei com uma, para poder estudá-las mais de perto - e julgo ter colecionado provas irrefutáveis de que elas não são deste mundo. Observei que elas não têm os mesmos instintos que nós, e volta e meia são surpreendidas em devaneio, como que captando ordens de outra galáxia, embora disfarcem e digam que só estavam pensando no jantar. Têm uma lógica completamente diferente da nossa. Ultimamente têm tentado dissimular sua peculiaridade, assumindo atitudes masculinas e
fazendo coisas - como dirigir grandes empresas e xingar a mãe do motorista ao lado - impensáveis há alguns anos, o que só aumenta a suspeita de que se trata de uma estratégia para camuflar nossas diferenças, que estavam começando a dar na vista.
Quando comentamos o fato, nos acusam de ser machistas, presos a preconceitos e incapazes de reconhecer seus direitos, ou então roçam a nossa nuca com o nariz, dizendo coisas como “ioink, ioink” que nos deixam arrepiados e sem argumentos.
Claramente combinaram isto. Estão sempre combinando maneiras novas de impedir que se descubra que são alienígenas e têm desígnios próprios para a nossa terra.
É o que fazem, quando vão, todas juntas, ao banheiro, sabendo que não podemos ir atrás para ouvir.
Muitas vezes, mesmo na nossa presença, falam uma linguagem incompreensível que só elas entendem, obviamente um código para transmitir instruções do Planeta Mãe.
E têm seus golpes baixos. Seus truques covardes. Seus olhos laser, claros ou profundamente escuros, suas bocas.
Meu Deus, algumas até sardas no nariz. Seus seios, aqueles mísseis inteligentes. Aquela curva suave da coxa, quando está chegando no quadril, e a Convenção de Genebra não vê isso!
E as armas químicas - perfumes, loções, cremes. São de uma civilização superior, o que podem nossos tacapes contra os seus exércitos de encantos?
Breve dominarão o mundo. Breve saberemos o que elas querem. Se depois de sair este artigo, eu for encontrado morto com sinais de ter sido carinhosamente asfixiado, como um sorriso, minha tese está certa. Se nada me acontecer, sinal de que a tese está certa, mas elas não temem mais o desmascaramento.
O que elas querem, afinal?
Se a mulher realmente veio ao mundo para inspirar o homem a melhorar e ser digno dela, pode ter chegado à conclusão de que falhou, que este velho guerreiro nunca tomará jeito. Continuaremos a ser mulheres com defeito, uma experiência menor num planeta inferior. O que sugere a possibilidade de que, assim como veio, a mulher está pronta a partir, desiludida conosco.
E se for isso que elas conspiram nos banheiros? A retirada? Seríamos abandonados à nossa própria estupidez. Elas levariam as suas filhas e nos deixariam com caras de Ugh.
Posso ver o fim da nossa espécie. Nossos melhores cientistas abandonando tudo e se dedicando a intermináveis testes com a costela, depois de desistir da mulher sintética. Tentando recriar a mágica da criação.
Uma mulher, qualquer mulher, de qualquer jeito! Prometemos que desta vez não as decepcionaremos! Uma mulher! Como é que se faz uma mulher?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sinfonia - Olavo Bilac

Meu coração, na incerta adolescência, outrora,
Delirava e sorria aos raios matutinos,
Num prelúdio incolor, como o alegro da aurora,
Em sistros e clarins, em pífanos e sinos.
Meu coração, depois, pela estrada sonora
Colhia a cada passo os amores e os hinos,
E ia de beijo a beijo, em lasciva demora,
Num voluptuoso adágio em harpas e violinos.
Hoje, meu coração, num scherzo de ânsias, arde
Em flautas e oboés, na inquietação da tarde,
E entre esperanças foge e entre saudades erra...
E, heróico num final, nos clamores
Dos arcos, dos metais, das cordas, dos tambores,
Para glorificar tudo que amou na terra!

quinta-feira, 7 de março de 2013

A DESCOBERTA DE UMA CRIANÇA

Uma vez um menininho bastante pequeno, que contrastava com a escola bastante grande.
Uma manhã, a professora disse: Hoje nós iremos fazer um desenho. "Que bom!"- pensou o menininho. Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos.
Pegou a sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar.
A professora então disse: Esperem, ainda não é hora de começar! 
Ela esperou até que todos estivessem prontos. 
Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores.
Com seus lápis rosa, laranja e azul. A professora disse: Esperem! Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com caule verde. Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora E depois olhou para sua flor. 
Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso. 
Virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha com caule verde.
Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre,
A professora disse:
Hoje iremos fazer alguma coisa com o barro. "Que bom"!!!, pensou o menininho.
Ele gostava de trabalhar com barro.
Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões.
Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.
Então, a professora disse:
Esperem, não é hora de começar! 
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse ela, nós iremos fazer um prato.
Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.
A professora disse: - Esperem! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês podem começar. 
E o prato era um prato fundo. 
O menininho olhou para o prato da professora e depois par a seu próprio prato. Gostou mais do seu, mas não poderia dizer isso.
Amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato fundo, igual ao da professora. 
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e fazer as coisas exatamente como a professora.
E muito cedo ele não fazia coisas por si próprio.
Então aconteceu que o menininho teve que mudar de escola.
Era uma escola ainda maior que a primeira. 
Um dia a professora disse: Hoje vamos fazer um desenho. 
"Que bom!"- pensou o menininho, Esperando que a professora dissesse o que fazer. 
Ela não disse, apenas andava pela sala. Então veio até o menininho e disse: Você não quer desenhar? Sim, e o que nós vamos fazer? Eu não sei até que você o faça. Como eu posso fazê-lo? Da maneira que você gostar! E de que cor?
Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber o que cada um gosta de desenhar?
Eu não sei...
Então o menininho começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde...



Helen Buckley
Tradução do texto: Regina Gregório

quarta-feira, 6 de março de 2013

A JABUTICABEIRA

Um jovem se aproximou de um senhor idoso e perguntou: 
- Que planta é esta que o senhor está cuidando? 
- É uma jabuticabeira - respondeu o velho. 
- E ela demora quanto tempo para dar frutos?
- Ah, pelo menos uns quinze anos - informou o homem. 
- E o senhor espera viver tanto tempo assim? – indagou irônico, o rapaz. 
- Não, não creio que viva tudo isso, pois já estou no fim da minha jornada, disse o ancião. 
- Então, que vantagem você leva com isso, meu velho? 
E o velhinho respondeu calmamente: 
- Nenhuma, exceto a vantagem de saber que ninguém colheria jabuticabas se todos pensassem como você... 
Que seria de nós, se não plantássemos hoje a semente que servirá de alimento amanhã? 
Não podemos estar voltados somente para nós mesmos. Temos que pensar, também, nas gerações que estão por vir.
Temos que dar nossa colaboração. Muitas medidas tomadas hoje repercutirão no futuro. 
Tomara que você sinta orgulho de poder fazer, de alguma forma, parte dele e ter dado a sua contribuição.

terça-feira, 5 de março de 2013

Na terra do “Se” - Martha Medeiros

Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.
Se aqueles que vivem intoxicando sua família e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que lhes acontece.
Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal.
Se todas as religiões fossem fiéis a seus preceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as escolhas particulares de devotos.
Se a gente percebesse que tudo o que é feito em nome do amor ( e isso não inclui o ciúme e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos.
Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva.
Se fossemos mais divertidos para nos vestir e mobiliar nossa casa, e menos reféns de convencionalismo.
Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la.
Se todos lessem bons livros.
Se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para dentro do armários, como viagens, filmes e festas para celebrar a vida.
Se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar.
Se mudássemos o foco e concluíssemos que a infelicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes.
Se percebêssemos a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista.
Se acreditássemos que uma pessoa é sempre mais valiosa do que uma instituição: é a instituição que deve servir a ela, e não o contrário.
Se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante da sua vida. 
Se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes.
Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.
Se.

sábado, 2 de março de 2013

Seja Um Hereford - Por Robert D. Foster


Um velho vaqueiro passou anos trabalhando em fazendas de gado,
onde tempestades de inverno cobravam tributo pesado do rebanho,
devido às gélidas chuvas e ventos ferozes que faziam a neve
se acumular em enormes montes.
As temperaturas geralmente desciam abaixo de zero.
A maioria dos animais voltava as costas para as lufadas de gelo
e lentamente caminhava a favor do vento,
até que a cerca os detivesse e ali acabava morrendo.

Mas a raça hereford agia de modo diferente.
Animais desta raça instintivamente voltavam-se contra o vento,
posicionando-se lado a lado, enfrentando as rajadas da tempestade,
cabeças abaixadas contra a violência do ataque.
O resultado era a sobrevivência do rebanho.
Que lição valiosa a ser aprendida:
"Enfrente as tempestades da vida de frente" !

É preciso entender os ventos da adversidade.
Lembro-me de tempos extremamente difíceis quando me sentia
tentado a “jogar a toalha”, enfiar a cabeça na areia ou esperar soar o gongo
e encerrar o combate.
Meu bom amigo e escritor Jerry Bridges apresentou algumas boas respostas
para mim em seu livro, “Trusting God Even When Life Hurts”
(Confiando em Deus Mesmo Quando a Vida o Fere”, especialmente no capítulo,
“Growing Through Adversity” (Crescendo na  Adversidade).
Também memorizei o Salmo 46.1 e encontrei socorro nas horas de crise:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade”.

O escritor e orador Napoleon Hill declarou:
“Cada adversidade, cada fracasso, cada sofrimento carrega em si a semente
de um benefício igual ou maior”.
Que semente é essa da qual ele fala? Na Bíblia encontramos vários exemplos:
Abraão, no livro de Gênesis, passou muitos anos aprendendo como obedecer,
a quem obedecer e quando obedecer.
Ao longo do processo ele encontrou desvios, disputas e decepções,
mas Deus recompensou sua fé e obediência,
mesmo em face da adversidade e incerteza.
Jó, no livro que leva seu nome, viveu anos de prosperidade, felicidade e sucesso.
Depois, o teto desabou sobre sua vida, as paredes ruíram
e ele se tornou um total fracasso.
Perdeu família, fortuna, fama e saúde.
Compreensivelmente ele lamentou:
“Deus me esmaga com uma tempestade e sem motivo aumenta
as minhas feridas”(Jó 9.17).
Foi então que ele descobriu a importância de esperar, semanas ou meses.
Aprendeu o valor da paciência na adversidade. Jó declarou:
 “Mesmo que Ele me mate, Nele confiarei”.
Quando a promessa parecia falhar, descobriu que sempre se pode confiar
Naquele que faz a promessa.
José, também em Gênesis, viveu em uma montanha-russa 24 horas por dia durante anos.
Em instantes passou de favorito do pai para o fundo do poço;
de posição de destaque para prisão; da cela para o palácio;
da penúria para o posto de primeiro-ministro.
E foi capaz de declarar aos irmãos traidores:
“Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem” (Gênesis 50.20).
A Bíblia ensina o que poderíamos chamar de “lei do aumento”.
“Ouçam com atenção: a menos que um grão de trigo seja enterrado no solo
e  morra para o mundo, nunca será nada mais do que um grão de trigo.
Mas se é enterrado, ele germina e se reproduz muitas vezes” (João 12.24).
Às vezes, aparência de morte é simplesmente prenúncio de vida!

Quando a adversidade surgir – e ela surgirá – lembre-se e firme-se nesta verdade:
“Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade”
(Salmo 46.1).

sexta-feira, 1 de março de 2013

Montanhas que voce não tem condições de escalar


A satisfação que vem de Deus é recebida
após a submissão, e não conferida como
prêmio após a conquista.

Há certas montanhas que só Deus pode escalar.
Não é que voce não deva tentar; é que voce não vai conseguir.

Se a palavra Salvador faz parte da descrição de cargo, é porque voce
a colocou ali.
Sua função é ajudar o mundo, não salvar o mundo.
O monte Messias é uma montanha que voce não tem condições de escalar.

Nem a montanha Autossuficiência.
Voce não é capaz de dirigir o mundo, nem de sustentá-lo.

Algumas pessoass acham que conseguem.
Acham que se fizeram por esforço próprio.
Não dobram os joelhos; apenas arregaçam as mangas e se dedicam a mais
um dia de doze  horas - que talvez seja suficiente quando se trata de ganhar
a vida ou montar um negócio.

Mas quando enfrentarm a sepultura ou a culpa, seu poder não faz nenhuma
mágina.

Voce não foi feito para dirigir um reino, e ninguém espera que seja todo-poderoso.
E certamente voce não é capaz de lidar com toda a glória.

O monte Aplauso é o mais sedutor dos três picos.
Quanto mais alto voce sobe, mais as pessoas aplaudem;
porém, mais rarefeito torna-se o ar.

Mais de uma pessoa chegou ao topo e gritou:
"A glória é toda minha!", mas perdeu o equilibrio e caiu.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?