sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!!!




Não se deixe desestimular

No seu aprendizado diário, na caminhada necessária para a evolução, você encontra empeços variados ao longo do caminho, que parecem destinados a desanimá-lo no longo percurso.

Muitas vezes você encontra os chamados inimigos gratuitos, os amigos faladores que o deixam em situações difíceis.

Outras vezes se depara com enfermidades físicas, com as deficiências de caráter de tanta gente, o que lhe provoca profunda tristeza, pois são companheiros que não movem uma palha em seu favor, embora ocupem seu tempo sempre que encontram a mínima dificuldade.

Você tem à sua volta a inflação que cresce e os ganhos materiais que parecem não acompanhá-la, o que lhe faz pensar que quanto mais trabalha menos ganha e gasta mais.

Você costuma ver desmoronar os mais acalentados sonhos domésticos, sem se sentir no direito de fugir.

Desmoronam os anseios do cônjuge atencioso e afetuoso; dos filhos estudiosos, responsáveis, respeitosos; da família companheira capaz de suprir você de energias nas horas apertadas para o seu coração.

Como se não bastasse, ainda surge a indiferença que o faz sentir-se solitário no mundo, sem qualquer apoio ou sustentação moral.

Contudo, seja qual for a luta que lhe caiba, seja qual for o testemunho que tenha de enfrentar, não se deixe desestimular, não se permita o abatimento.

Você não é vítima da vida.

Encontra-se unicamente em processo de reeducação, tendo oportunidade de acertar-se com a vida que um dia desrespeitou em vários de seus aspectos.

Você que conhece Jesus, ou que um dia ouviu sobre a Lei de causa e efeito, deve raciocinar que o bem ou o mal semeado na vida, da vida será colhido, e o seu desconsolo ou o seu desalento em nada colaborará para a resolução dos seus problemas.

Você deverá, então, aprender a analisar melhor as situações pelas quais tenha que passar. Deverá aprender a perdoar, a compreender, a respeitar diferenças, a falar menos, a penetrar melhor as razões das coisas, a condenar menos, a ser mais indulgente.

O tempo implacável não para. Assim, se você o aproveitar para aprender a crescer e ser feliz, ele o abençoará com expressiva claridade.

Caso o desperdice, recolhendo-se à maldição do desânimo ou à fuga, verdadeiramente terá lançado fora o mais expressivo tesouro que nos é oferecido pelo Criador, para que nos façamos ricos e felizes: o tempo.

Não se perca nas teias do desestímulo. Confie sempre em Deus, que lhe dá o melhor, dando-lhe chances de brilhar e ser feliz.

Não espere

Não espere um sorriso para ser gentil.

Não espere ser amado para amar.

Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de um amigo.

Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar.

Não espere ter muito para compartilhar um pouco.

Não espere a queda para se lembrar do conselho.

Não espere a morte para dizer o quanto ama alguém.

Não espere a chuva para valorizar o dia de sol.

Não espere ser abraçado para dar um abraço.

Não espere a dor para acreditar na oração.

Não espere ter tempo para poder servir.

Não espere a mágoa do outro para pedir perdão.

Nem espere a separação para se reconciliar.

Não espere... Pois você não sabe o tempo que ainda tem.

Pois ninguém precisa esperar para amar, e buscar a felicidade.

A vida é uma oportunidade ímpar.

Estar neste planeta é uma imensa chance que temos de aprender, de levar daqui valores verdadeiros, levar amores maduros e duradouros, e deixar as memórias e vivências tristes do passado que tivemos.

Estar neste planeta é poder ajudá-lo a crescer, a deixar para as próximas gerações uma casa em ordem, reformada e melhor.

É deixar para nós mesmos, quem sabe, mais esperança.

Para isso, não podemos nos deixar acomodar, desanimar, deixar que a vida nos leve, ao invés de nós conduzirmos a vida.

Cada dia é único. Cada manhã é diferente. Cada noite tem sua beleza especial.

Por isso, despertemos para a vida realmente, deixando em cada instante a nossa contribuição, a marca de nossos corações por onde passarmos.

Ao final desta etapa – mais uma das muitas que ainda teremos – poderemos reconhecer satisfeitos, que cumprimos nossa missão, que nosso viver não foi em branco, e que agora somos mais felizes do que éramos antes.

Por isto tudo, não espere.

Não espere ser amado para amar.

Nem a chuva para valorizar o sol.

Não espere a dor para acreditar na oração.

Nem o afastamento para dar valor à presença.

Não espere ser chamado para se oferecer à tarefa.

Nem ter mais tempo para doar-se.

Não espere ouvir “eu te amo” para dizer “eu te amo”.

Nem receber para então doar.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Não há maior abismo que o silêncio

Entre pais e filhos não há maior abismo que o silêncio.

O silêncio da indiferença, do esquecimento, da mágoa...

Silêncios que tem início na infância, talvez até antes do nascimento, quando os pais não consideram que ali, no ventre da mãe, já existe um ser.

Embora aquele novo corpo físico ainda esteja em elaboração, ligado a ele, desde a concepção, já está o Espírito reencarnante.

Assim, toda vida psíquica e comportamental da mãe, e também do pai, terá muita influência sobre o feto.

A alma que regressa não está consciente, mas sente se é querida ou não, se há equilíbrio no lar ou não, se realmente terá um lar ou não...

Desta forma, é importante conversar, desde esses primeiros momentos, com o bebê que irá nascer.

Dizer a ele que é amado; que os pais irão preparar um lar onde reinará o carinho, a compreensão; que estão cientes da missão que estão recebendo e vão se esforçar para serem bem sucedidos.

Os carinhos na barriga, os beijos suaves, as canções de ninar jamais serão esquecidos pelo Espírito, que cada dia se sentirá mais seguro em voltar ao palco terrestre.

Os estímulos que podemos produzir por vezes são tão fortes, que presenciaremos vários casos em que há resposta.

O bebê se mexe, chuta, dá cambalhotas, como se quisesse dizer alguma coisa.

Estudos mostram que, depois de nascida, a criança reconhece sons, música e vozes ouvidos no período da gestação.

Assim, podemos entender que no útero materno não há silêncio, há vida.

Vida que começou na concepção, e talvez até antes, se considerarmos o planejamento reencarnatório, o encontro com os futuros pais no mundo espiritual, os planos, os sonhos...

Não há espaço para o silêncio na família.

O hábito do diálogo, o hábito de se envolver com a vida do outro, da empatia, começa na gestação.

Os pais podem iniciar o processo educacional do seu filho ainda no ventre, de modo desajustado ou feliz, pelos tipos e vida íntima que escolham.

Pelos hábitos sociais e alimentares que adotem, enfim, pelas descargas de vida ou de morte que façam incidir sobre o seu filhinho.

Conscientes da missão grandiosa que estão recebendo do Criador, os bons pais aproveitarão o período da gestação para darem boas-vindas ao Espírito que volta.

Sendo um amor do passado, um opositor ou mesmo um estranho naquele núcleo, merece receber os cuidados necessários para que tenha em sua nova vida, todos os recursos para crescer.

Em sua bagagem vêm muitos planos, muitas dificuldades, mas certamente a vontade de vencer, de acertar e de amar.

Procura amigos que o acolham, que o apóiem em seu novo tentame, e que estejam sempre presentes em sua vida.

É isso que nos faz filhos e depois pais, que nos une em família, e que propicia que aprendamos a amar, primeiro poucos, para depois amarmos toda a Humanidade.

No amor, não há lugar para o silêncio...

Não estrague o seu dia

Você já experimentou, alguma vez, aquele amanhecer sombrio, em que tudo lhe parece amargo?

Esses dias aparentemente têm os mesmos aspectos para todos nós, mas são vividos de maneira diferente por cada indivíduo.

Alguns ficam tristes e quase calados. Buscam isolar-se para evitar qualquer contato com alguém que lhes faça perguntas sobre o que está acontecendo, porque está assim, etc.

Outros deixam o mau humor dirigir seus passos e, em poucos minutos, azedam todo o ambiente em que se encontram. Distribuem gestos bruscos, falam com irritação, respondem com azedume, culpam os outros por tudo de errado que acontece.

E a resposta para comportamentos desse tipo logo se faz sentir no organismo, em forma de azia, enxaqueca, dores musculares, entre outros males.

E o pior de tudo é que nem sabemos o porquê de tanta irritação. Não paramos um pouco para meditar sobre a situação em que nos encontramos, nem para mudar o curso dos acontecimentos.

De maneira irrefletida, estragamos o nosso dia movidos por um estado d´alma que nos toma de assalto e no qual nos deixamos mergulhar, sem refletir.

Passados esses momentos amargos, fica uma desagradável sensação de mal-estar, de indisposição, de sentimentos feridos, de relacionamento comprometido.

Assim, se você sentir que está diante de uma manhã sombria, de um momento amargo, vale a pena tomar medidas urgentes para não se deixar cair nas armadilhas.

Se ainda está em casa, faça uma prece antes de sair.

Se estiver no trabalho, busque um local que lhe permita ficar só por um instante, respire fundo e eleve o pensamento a Deus, rogando forças e discernimento para não se deixar levar por circunstâncias desagradáveis.

Lembre-se, sempre, que todos temos momentos difíceis, e que só depende de nós complicá-los ainda mais, ou sair deles com sabedoria e bom senso.

Lembre-se, ainda que, por mais difícil que esteja a situação, ela será tragada pelas horas e substituída por momentos mais leves e mais felizes.

Por essa razão, nunca valerá a pena estragar o seu dia.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Não espere acontecer

Era uma vez um rei que possuía larga extensão de terras.

Habituado a caminhar pelo seu reino, certa ocasião, o soberano irritou-se com a aspereza do solo que lhe feria os pés.

Determinou que todas as estradas e todos os caminhos fossem cobertos por macios e belos tapetes.

Todos os súditos se empenharam em realizar a louca e difícil tarefa imposta pelo monarca.

Passaram-se alguns anos sem que o trabalho pudesse ser concluído.

Um dia, o exigente soberano, tomado por uma febre violenta, acabou morrendo sem ver seu desejo realizar-se.

Um velho sábio, ao tomar conhecimento daquela estranha história, comentou: Pobre rei! Morreu sem concretizar seu sonho e sem saber o quão fácil isso poderia ter sido!

Ante a surpresa e a discordância manifestada por aqueles que o ouviam, esclareceu: Se o rei não queria ferir-se com a aspereza dos solos, bastaria que cortasse dois pedacinhos de tapete e os colasse na sola de seus próprios pés. Se assim tivesse agido, para ele, todo o seu reino seria acarpetado.

Críticos sagazes, somos hábeis em tecer comentários cruéis a respeito de pessoas e de situações.

Somos ágeis em relacionar o que não nos agrada nos mais diversos lugares e ambientes.

Temos olhos de águia para criticar e condenar.

Estabelecemos listas infindáveis de coisas a serem melhoradas e corrigidas pelos outros.

Temos a convicção de que se não fosse pelos erros dos outros o mundo poderia ser muito melhor.

Agimos como se fôssemos meros espectadores e como se não nos coubesse qualquer responsabilidade perante a vida.

Esperamos que as coisas se resolvam por si só, ou ainda, que as outras pessoas façam algo por nós.

Queremos um mundo onde as estradas sejam acarpetadas para garantir maciez aos nossos pés.

Mas, esperamos que os outros cubram nossos caminhos com belos e ricos tapetes.

Delegamos ao resto da Humanidade a responsabilidade por toda a nossa desdita e pela nossa ventura.

Em virtude disso, vemo-nos destinados a reclamar infinitamente pela não realização de nossos sonhos.

Sonhos esses que teriam grandes chances de se concretizar se nos dispuséssemos a fazer a parte que nos cabe.

Não aguardemos pela iniciativa dos que nos cercam na realização do que a todos compete efetuar.

Quem cruza os braços em função da inércia alheia, confunde-se na multidão dos que nada fazem.

Responsabilizar os outros não produz nada de útil.

Apontar equívocos alheios não nos autoriza a ignorar os nossos próprios.
Ser capaz de reclamar não nos aprimora, nem garante a correção das falhas que apuramos.

Abandonemos a acomodação que há tanto nos acompanha e livremo-nos das garras da preguiça que nos alicia.

Tenhamos disposição para fazer o que nosso conhecimento e nossa capacidade nos permitem.

Pouco a pouco, a gota corrompe a pedra.

O raio de luz vence a escuridão.

O vento move a montanha e esculpe as rochas.

Demonstra a natureza que cada qual detém a possibilidade de alterar o que parece imutável.

Cada um, singela e constantemente agindo, pode marcar a face da História e transformar o rumo da vida.

Atos simples que não exigirão heroísmo, nem bravura, de nenhum de nós.
Atos cotidianos e aparentemente banais, mas que, em verdade, integram a missão individual de cada um perante Deus.

Irmão lobo

No ano de 1226, na floresta de Gubbio, na Europa medieval, um bandido se fizera um tipo de monstro aterrador.

Mais astuto do que uma fera, havia se tornado um terrível salteador.

Espalhava pavor e medo por todo lado e matava qualquer homem desarmado.

Seu nome ninguém sabia, mas sua fama fez com que o denominassem o Lobo. Lobo de Gubbio.

Francisco de Assis, também conhecido como o Cristo da Idade Média, certo dia foi procurá-lo. Ao encontrá-lo, em vez de chamá-lo Lobo, como todos faziam, chamou-o Irmão.

Venho em paz, disse Francisco. Venho falar-te da bondade, do amor, da caridade, do carinho. Em nome de Jesus, venho pedir-te que alteres o teu caminho e abraces o caminho da fraternidade.

E convidou-o, finalmente, a morar com ele, no convento.

O homem-fera optou por seguir Francisco. Mudou de atitude e, feliz, se entregou ao trabalho do bem, nas tarefas de Assis.

Onde quer que Francisco fosse, o ex-bandido o seguia.

Carregava cestos, buscava pão, trabalhava incansável. Como guarda-noturno era um dos melhores.

No entanto, Francisco necessitava viajar. E, por vezes, se detinha por semanas ou meses longe do convento, em serviço.

Saía em peregrinação, com Frei Leão, a fim de semear o ensino do Senhor.

Nessas ocasiões, o Irmão Lobo sentia a carência de amor e a fome de alegria.

Longe do Irmão Francisco, o que recebia nas estradas eram insultos e pedradas. Chamavam-no de covarde, lobo maldito, carniceiro feroz.

De tanto aguentar o tratamento vil, vendo-se a sós na vida, o Irmão Lobo decidiu retornar à antiga lida.

Embrenhou-se na floresta e cedeu aos instintos da fera.

Quando retornou Irmão Francisco de sua jornada, teve notícia da ocorrência. Embora cansado, lastimou o acontecido e foi procurar o Irmão Lobo.

Encontrou-o perseguindo uma vítima indefesa.

Irmão Lobo, o que é isto? Já não te lembras dos ensinos do Cristo?

Ah, santo amigo, disse o Lobo, não pude aguentar tanta humilhação. Ainda trago no corpo as marcas dos maus tratos dos homens.

Irmão, tornou Francisco, a presença do Cristo é o sol de nossa vida.

Volta comigo, irmão. Eu também já sofri calúnia e provação. As tuas cicatrizes são feridas irmãs das úlceras que tenho.

Continua, Irmão Lobo, ao meu lado.

O Lobo, cabisbaixo, acompanhou o amigo e se fez guardião fiel, guardando-lhe as palavras desde então. Aprendeu a amar perdoando e a viver com Jesus no coração.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A justiça e os dramas humanos

O artigo de um juiz, publicado em jornal de grande circulação, é de causar emoção nas almas mais insensíveis.

Seu artigo diz o seguinte:

“Indaga-me jovem amigo se as sentenças podem ter alma e paixão.

O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela pulsem vida e emoção, conforme o caso.

Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso dar sangue e alma às sentenças.

Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua sensibilidade, na sua condição de pessoa humana?

Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há 8 meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir transcrevo:

A acusada é multiplicadamente marginalizada:

Por ser mulher, numa sociedade machista...

Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta.

Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este Mundo.

Por não ter saúde. Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.

Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.

É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este Mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver.

Quando tanta gente foge da maternidade...

Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo brasileiro...

Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas...

Quando se deve afirmar ao Mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da Terra e não reduzir os comensais...

Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si.

Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão.

Saia livre, saia abençoada por Deus...

Saia com seu filho, traga seu filho à luz...

Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um Mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão...

Expeça-se incontinenti o alvará de soltura.”

O artigo vem assinado pelo Meritíssimo Juiz João Batista Herkenhoff, Livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo.

Jovens e diretrizes

Jacqueline tinha oito anos de idade e seu irmão Coly tinha seis, quando perderam o pai, em um acidente automobilístico.

Então, Jacqueline, muito ligada ao pai, ficou desesperada. Ele, que era seu disciplinador dedicado, já não estava mais presente.

Em poucos meses, tudo se transformou. A mãe, que não se preocupava com a disciplina da família, agora se descontrolava com freqüência.

Um caos, uma revolta sem fim tomou conta da família.

Irmão contra irmão, gritos, agressões e palavrões até mesmo contra a própria mãe. Uma situação insustentável.

Então, a mãe percebeu que necessitava de ajuda para reequilibrar e assumir o controle da família, já que não restava outra opção.

Contratou uma educadora para auxiliá-los.Depois de muitas análises do comportamento e da rotina familiar, a educadora traçou um plano.

Respeito, vontade, obediência e muito diálogo, foi o que receitou.

Colocou para a mãe a necessidade da liderança, para dar um norte aos filhos, e o estabelecimento de limites.

Aquela garotinha havia perdido não só a presença e o amor do pai, mas também as barreiras em que se apoiava para a conquista da liberdade.

Aos poucos, a mãe foi aprendendo a exigir na hora certa, a direcionar os acontecimentos com firmeza e respeito, assumindo realmente o seu papel de mulher adulta e responsável.

O lar voltou a ter harmonia e tudo melhorou.

Jacqueline agora entendia que havia alguém de volta na sua vida que, por muito amá-la, lhe dizia o que podia ou não fazer, o que estava certo ou errado.

Assim, ela ficou mais doce e amável, tornando-se grande companheira da mãe, como nos tempos do pai.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O jovem rico

Narram os Evangelhos que um moço rico buscou o jovem Rabi da Galiléia, em certa tarde em que os acordes da natureza soavam belezas na paisagem.

O moço rico, cujo nome os evangelistas não registraram, vinha em busca de uma resposta para a sua indagação. Indagação que lhe corroía a alma, desde há muito.

Que devo fazer para herdar a vida eterna?

O Mestre falou-lhe dos mandamentos, mas o moço rico afirmou que esses, ele os seguia desde a sua mocidade. Voltou-se o Mestre para ele, fitou-o profundamente, com Seus olhos da cor do céu, e fez o convite: Vem, e segue-Me.

Sabemos, pela narrativa evangélica, que o moço rico voltou as costas para o meigo Nazareno e foi buscar as glórias efêmeras, nas corridas de bigas, com seus cavalos árabes, na tentativa de conquistar para as cores de Israel mais uma vitória.

O jovem rico tinha conhecimento das leis e as seguia. Temeu, no entanto, abandonar o que mais prezava: o aplauso das multidões e os louros das vitórias nas arrojadas corridas de bigas, em que era um ás.

Juntos

Bob era um veterano da guerra do Vietnã. E na guerra deixou suas duas pernas, à conta da explosão de uma mina.

Foi recebido em seu país, como herói. Mas verdadeiramente herói ele demonstrou ser, vinte anos depois de seu retorno.

Isso porque o verdadeiro heroísmo brota do coração.

Era o ano de 1985 e ele trabalhava em sua garagem, num dia quente de verão. De repente, a tranqüilidade das horas foi rompida pelos gritos de uma mulher.

Bob verificou que os gritos vinham da casa vizinha e, com rapidez, moveu sua cadeira de rodas naquela direção.

Entretanto, a vegetação densa que ali existia, não permitia o acesso da cadeira.

Os gritos continuavam, desesperadores e ele não teve dúvidas. Jogou-se ao chão e foi se arrastando, entre os arbustos.

Quando chegou à casa ao lado, percebeu que os gritos vinham da piscina. Era a mãe de uma criança de apenas 3 anos que assim se expressava, quase em histeria.

A criança caíra na piscina. Era uma garotinha com deficiência física: nascera sem os braços. Não tinha como nadar.

Bob mergulhou até o fundo e trouxe a pequena Stephanie de volta.

Ela não tinha pulso, o rosto estava azulado. Não respirava.

Ele praticamente ordenou à mãe que chamasse os bombeiros, enquanto iniciou manobras de ressuscitação na criança.

Quando a mãe retornou, ainda aflita, informou que os para-médicos iriam demorar um pouco, pois se encontravam em outro atendimento.

Ela chorava, sem saber o que fazer. Mas bob foi quem a sossegou.

Não se preocupe. Eu fui os braços dela para sair da piscina.

Agora sou os seus pulmões.

Não se preocupe. Juntos, vamos conseguir.

Alguns segundos mais e a menininha tossiu, recobrou a consciência e começou a chorar.

Mãe e filha se abraçaram.

Como você sabia que tudo ia dar certo? – perguntou depois ao veterano de guerra a vizinha agradecida.

Minha senhora, quando a mina explodiu, arrancando-me as pernas, eu estava sozinho num campo.

Não havia ninguém para ajudar. Apenas uma menininha vietnamita.

Enquanto eu lutava, me arrastando, para chegar ao seu vilarejo, ela ficava repetindo, num inglês atravessado: ‘Está tudo bem. Você vai viver. Eu ser suas pernas. Juntos nós conseguir.’

Bem, eu consegui com a ajuda da garotinha. Agora, foi a minha oportunidade de retribuir o favor.

E fico feliz por isso. É uma forma de dizer a Deus que agradeço por estar vivo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Um jovem de valor

Você conhece ou já ouviu falar desses conjuntos residenciais onde moram muitas famílias, num estilo condomínio fechado?

Na tentativa de fugir da violência, há algum tempo as pessoas têm buscado uma forma de vida mais segura, isolando-se nos condomínios.

Todavia, há um tipo de ameaça que não se pode conter com grades e muros: é a ameaça das drogas.

Os pais, muitas vezes descuidam dessa problemática por acharem que seus filhos estão seguros, vivendo cercados por altos muros e guardas na portaria. Mas, infelizmente, a realidade é outra.

Há pais que deixam seus filhos pequenos o dia inteiro sozinhos, tendo que sobreviver por si mesmos, sem amparo e sem ninguém.

Alguns desses pequeninos buscam a ajuda dos vizinhos, para esquentar a comida que está pronta desde o dia anterior, ou para se queixarem das dores que sentem.

Quando os vizinhos não estão assoberbados demais, atendem esses filhos de ninguém, por pensarem que bem poderiam ser seus filhos a mendigar uma migalha de atenção dos estranhos.

Outros, no entanto, os dispensam logo, pois não querem preocupações com filhos alheios.

Mas, em meio a todas essas situações, descobrimos um jovem que se preocupa com essa situação.

Certamente um jovem de muito valor.

Conta ele que, quando criança, viveu por alguns anos em um conjunto residencial de classe média e fez lá muitos amigos.

Um dia, sua família mudou-se para outro lugar e só depois de muito tempo ele voltou à sua antiga morada para descobrir, com muita tristeza, que vários dos seus amigos de infância estavam dependentes de drogas.

Ele se indignou com a situação mas não pôde fazer nada por seus amigos. No entanto, com o forte desejo de evitar que as crianças que vivem hoje naquele condomínio adentrem também pelo mesmo caminho, ele resolveu fazer algo.

Dentro do seu coração juvenil entendeu que, se os garotos pudessem ocupar o tempo praticando esportes, talvez não caíssem nas malhas mortíferas das drogas.

Assim pensando, criou uma escolinha de futebol e convidou a garotada para aprender a jogar.

Mas aquele jovem especial não ensina somente as regras do futebol aos seus pequenos alunos. Ensina, principalmente, as regras da boa conduta, do respeito mútuo, da verdadeira amizade.

Incentiva-os a estudar, pede-lhes o boletim da escola e felicita-se quando seus aprendizes tiram boas notas.

Visita-os em seus apartamentos, promove campeonatos com times de outros condomínios, envolve a garotada com fraternidade e muito carinho.

E não pensem que ele só faz isso na vida, não, pois ele também estuda e trabalha, como qualquer outro jovem da sua idade. O tempo que ele dedica na promoção daqueles meninos é o tempo que ele poderia estar utilizando em algum lazer ou outro interesse próprio.

Esse moço é apenas um jovem comum, confundido com outros tantos jovens. Mas ele tem uma característica muito especial: preocupa-se com o futuro das crianças. Talvez mais que os próprios pais delas.

Ele entende que, dando-lhes uma ocupação útil, talvez possa evitar que sejam adotadas por um traficante de drogas.

Apenas um jovem como outro qualquer...

Certamente um jovem de muito valor...

Joias devolvidas

Narra antiga lenda árabe, que um rabi, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família. Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabi empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.

A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor. No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia?

Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o rabi retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse. Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços.

Alguns minutos depois estavam ambos sentados à mesa. A esposa lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

Ela, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido: Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou: O que aconteceu? Notei você abatida! Fale! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas joias de valor incalculável, para que as guardasse. São joias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo!

O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

Ora, mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

É que nunca havia visto joias assim! São maravilhosas!

Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

Mas eu não consigo aceitar a ideia de perdê-las!

E o rabi respondeu com firmeza: Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Iremos juntos devolvê-las, hoje mesmo.

Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As joias preciosas eram nossos filhos.

Deus os confiou à nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram.

O rabi compreendeu a mensagem. Abraçou a esposa, e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Conto de Natal - A Estrela de Natal, de R. Aubim

Há muitos e muitos anos atrás, em uma cidade muito pequena, vivia uma família muito humilde, mas que sempre soube dar uma educação muito boa para seu casal de filhos: João e Elisa, com 12 e 10 anos.

O Natal se aproximava e o padre da cidade, com a colaboração de alguns membros da comunidade, resolveram montar um presépio em frente à Igreja.

Levaram muito tempo, pois as figuras tinham quase o tamanho natural. Toda a cidade estava muito animada e curiosa para ver o Presépio e participar da bênção que o padre iria dar.

Escolheram a data de 6 de Dezembro para homenagear o Dia de São Nicolau ou a chegada de Papai Noel. Data que é utilizada até os dias de hoje para se montar a árvore de Natal.

No dia da comemoração, João e Elisa se atrasaram e sairam sozinhos de casa. Correram e correram muito. Quando estavam próximos à Igreja, viram um velhinho andando com muita dificuldade, apoiado em sua bengala. Ao se aproximarem ele disse:

- Sou muito velho, e estou perdido, vocês podem me ajudar a chegar até a minha casa ? Eu moro na Rua da Esperança, número 888.

As crianças sabiam que, se ajudassem o velhinho, não conseguiriam ver a tão desejada bênção do padre.

- Elisa, é mais importante ajudar esse pobre velhinho, pois não podemos deixá-lo sozinho. - disse João.

Elisa, com lágrimas nos olhos, baixou a cabeça e concordou. Caminharam os dois levando o velhinho até a sua casa. Lá chegando ele agradeceu e disse:

- Muito obrigado, crianças. Vocês sabiam que no dia de São Nicolau, acontecem muitas coisas mágicas para aqueles que foram bons durante o ano?

Elisa muito envergonhada, disse:

- Nós fomos bons, mas fizemos algumas travessuras.

O velho, comovido, olhou para os olhos dos dois e disse:

- Corram até o presépio para a bênção, pois ainda há tempo.

Os dois se despediram e correram até a praça, mas não havia mais ninguém, só encontraram o presépio que realmente estava muito bonito. A noite estava silenciosa e apenas as estrelas os observavam, cintilando no céu.

Todos tinham trazido presentes e flores para enfeitar o presépio. Tudo estava muito bonito. Como eram pobres e não tinham nada para dar, colheram algumas ervas-daninhas que cresciam por entre as pedras do chão e as colocaram na manjedoura, com muita devoção, ao redor do Menino Jesus.

Nesse momento, perceberam que alguém se aproximava e olharam para trás. Ficaram surpresos ao ver o velho caminhando na direção deles, sem o apoio da bengala. A cada passo que ele dava, o chão se iluminava com um azul brilhante, formando uma trilha de passos azuis. As crianças ficaram olhando, e sentiam em seus corações uma alegria sem fim.

O velho disse:

- Vocês são crianças muito especiais. Todos os anos eu tenho a esperança de ainda encontrar sentimentos puros nos corações dos filhos de Deus. E vejo que ainda existe esperança. Coloquem sua mão esquerda no coração e com a direita toquem essas ervas daninhas que trouxeram como oferenda para o Filho de Deus. As crianças obedeceram e, ao tocarem nas ervas-daninhas, uma luz começou a brilhar e aos poucos foi transformando-as em uma planta muito especial com folhas vermelhas, conhecida e usada nos dias de hoje como a Estrela de Natal ou Poinsettia.

O velho se aproximou das crianças e disse:

- Vocês são um exemplo de bondade e já são abençoadas, nunca se esqueçam desse dia.

João, muito curioso, pergunta:

- Ainda não sabemos o seu nome.

O velhinho ficou uns instantes em silêncio, e disse:

- Podem me chamar de Nicolau.

Nesse momento, o bom velhinho tirou do bolso duas bengalinhas brancas de açúcar com listas vermelhas e deu uma para João e outra para Elisa. Enquanto as crianças olhavam o presente com muita emoção, não viram o velhinho se afastar.

Quando perceberam estavam novamente sozinhos, mas quando olharam melhor, ficaram surpresos ao ver que o velhinho era uma das figuras do presépio que nesse momento sorria para eles.

Já era tarde, e João e Elisa, correram para casa, ansiosos para contar a seus pais o que tinha acontecido.

(R. Aubim)

Noite Feliz

Noite feliz! Noite feliz!
Oh Senhor, Deus de Amor,
Pobrezinho nasceu em Belém.
Eis na lapa Jesus, nosso bem.
Dorme em paz, oh Jesus!
Dorme em paz, oh Jesus!
Noite feliz! Noite feliz!
Eis que no ar vêm cantar
Aos pastores
Os anjos do céu
Anunciando
A chegada de Deus,
De Jesus Salvador!
(BIS)
Noite feliz! Noite feliz!
Oh! Jesus, Deus da Luz,
Quão amável é teu coração
Que quiseste nascer
Nosso irmão
E a nós todos salvar.
E a nós todos salvar!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O significado do Natal

Ei, você, aonde vai com tanta pressa?

Eu sei que você tem pouco tempo...

Mas, será que poderia me dar uns minutos da sua atenção?

Percebo que há muita gente nas ruas, correndo como você.

Para onde vão todos?

Os shoppings estão lotados...

Crianças são arrastadas por pais apressados, em meio ao torvelinho...

Há uma correria generalizada...

Alimentos e bebidas são armazenados...

E os presentes, então? São tantos a providenciar...

Entendo que você tenha pouco tempo.

Mas, qual é o motivo dessa correria?

Percebo, também, luzes enfeitando vitrines, ruas, casas, árvores...

Mas, confesso que vejo pouco brilho nos olhares...

Poucos sorrisos afáveis, pouca paciência para uma conversa fraternal...

É bonito ver luzes, cores, fartura...

Mas seria tão belo ver sorrisos francos...

Apertos de mãos demorados...

Abraços de ternura...

Mais gratidão...

Mais carinho...

Mais compaixão...

Talvez você nunca tenha notado que há pessoas que oferecem presentes por mero interesse...

Que há abraços frios e calculistas...

Que familiares se odeiam, sem a mínima disposição para a reconciliação.

Mas, porque você me emprestou uns minutos do seu precioso tempo, gostaria de lhe perguntar novamente: Para que tanta correria?

Em meio à agitação, sentado no meio-fio, um mendigo, ébrio, grita bem alto: Viva Jesus. Feliz Natal!

E os sóbrios comentam: É louco!

E a cidade se prepara... Será Natal.

Mas, para você que ainda tem tempo de meditar sobre o verdadeiro significado do Natal, ouso dizer:

O Natal não é apenas uma data festiva, é um modo de viver.

O Natal é a expressão da caridade...

E quem vive sem caridade desconhece o encanto do mar que incessantemente acaricia a praia, num vai-e-vem constante...

Natal é fraternidade...

E a vida sem fraternidade é como um rio sem leito, uma noite sem luar, uma criança sem sorriso, uma estrela sem luz.

Mas o Natal também é união...

E a vida sem união é como um barco furado, um pássaro de asas quebradas, um navegante perdido no oceano sem fim.

E, finalmente, o Natal é pura expressão de amor...

E a vida sem amor é desabilitada para a paz, porque em sua intimidade não sopra a brisa suave do amanhecer, nem se percebe o cenário multicolorido do crepúsculo.

Viver sem a paz é como navegar sem bússola em noite escura... É desconhecer os caminhos que enaltecem a alma e dão sentido à vida.

Enfim, a vida sem amor... Bem, a vida sem amor é mera ilusão.

A lâmpada queimada

Era véspera de Natal. Em todas as casas havia intensa alegria. Nas ruas, era grande o movimento. Pessoas transitavam com pacotes, entrando e saindo de lojas cheias de compradores e vendedores ansiosos.

O homem e a mulher se aproximaram de um restaurante. A mulher trazia nos olhos o brilho dos que sabem compartilhar alegrias e se sentem felizes com pequenas coisas. Sorria.

O homem se apresentava carrancudo. O rosto marcado por rugas de preocupação. No coração, um tanto de revolta.

Sentaram-se à mesa e, enquanto ela olhava o menu, procurando algo simples e gostoso para o lanche, ele começou a reclamar.

Reclamou de como as coisas não estavam dando certo. Ele tinha investido em um determinado produto em sua loja, contando que as vendas fossem excelentes. Mas não foram.

O produto não era tão atraente assim. Ou talvez fosse o preço. Enfim, o comerciante reclamava e reclamava.

De repente, ele parou de falar. Observou que sua esposa parecia não estar ouvindo o que ele dizia. Em verdade, ela estava mesmo era em outra esfera.

Olhava fixamente para uma árvore de Natal que enfeitava o balcão do pequeno restaurante. Sim, ela não estava interessada na sua conversa.

Ele também olhou na direção do olhar dela e meio de forma mecânica, comentou:

A árvore está bem enfeitada, mas tem uma lâmpada queimada no meio das luzes.

É verdade, respondeu a mulher. Há uma lâmpada queimada. E você conseguiu vê-la porque está pessimista, meu amor. Não conseguiu perceber a beleza das dezenas de outras luzes coloridas que acendem e apagam, lançando reflexos no ambiente.

Assim também com a nossa vida. Você está reclamando da venda do produto que não deu certo e se mostra triste. Mas está esquecido das dezenas de bênçãos que brilharam durante todo o ano para nós. Você está fixando seu olhar na única lâmpada que não iluminou nada.

* * *

Não há dúvida de que acharemos, no balanço das nossas vidas, diversas ocorrências nas quais nos poderemos dizer muito infelizes. Podemos chegar a sentir como se o Mundo ruísse sob os nossos pés.

Porém, a maior tristeza que pode se abater sobre a criatura, multiplicando desditas para o Espírito, é o mau aproveitamento das oportunidades que lhe concede o Criador, para evoluir e brilhar.

Meditemos sobre isso e descubramos as centenas de lâmpadas que brilham em nossos caminhos.

O Mogo

Certo homem, chamado Mogo,
costumava olhar o Natal como uma
festa sem o menor sentido.

Segundo ele, a noite de 24 de dezembro
era a mais triste do ano, porque muitas pessoas
se davam conta de quão solitárias eram,
ou sentiam muito a ausencia da pessoa querida
que não esteve presente durante o ano.

Mogo era um homem bom.

Tinha uma família, procurava ajudar o próximo,
e era honesto nos negócios.

Entretanto, não podia admitir que as pessoas
fossem ingênuas a ponto de acreditar que um Deus
havia descido à Terra só para consolar os homens.

Sendo uma pessoa de princípios,
não tinha medo de dizer a todos que o Natal,
além de ser mais triste que alegre,
também estava baseado numa história irreal
- um Deus se transformando em homem.

Como sempre, na véspera da celebração
do nascimento de Cristo, sua esposa e seus filhos
se prepararam para ir à igreja.

E, como de costume,
Mogo resolveu deixá-los ir sozinhos, dizendo:
_ Seria hipócrita da minha parte acompanhá-los.
Estarei aqui esperando a volta de vocês.

Quando a família saiu,
Mogo sentou-se em sua cadeira preferida,
acendeu a lareira, e começou a ler os jornais daquele dia.
Entretanto, logo foi distraído por um barulho na sua janela,
seguido de outro... e mais outro.

Achando que era alguém jogando bolas de neve,
Mogo pegou o casaco para sair,
na esperança de dar um susto no intruso.

Assim que abriu a porta,
notou um bando de pássaros que haviam perdido seu rumo
por causa de uma tempestade, e agora tremiam na neve.

Como tinham notado a casa aquecida,
tentaram entrar, mas, ao se chocarem contra o vidro,
machucaram suas asas, e só poderiam voar de novo quando
elas estivessem curadas.
"Não posso deixar essas criaturas aqui fora", pensou Mogo.

"Como ajuda-las?"

Mogo foi até a porta de sua garagem,
abriu-a e acendeu a luz.
Os pássaros, porém, não se moveram.
"Elas estão com medo", pensou Mogo.

Então, entrou na casa, pegou alguns miolos de pão,
e fez uma trilha até a garagem aquecida.

Mas a estratégia não deu resultado.

Mogo abriu os braços,
tentou conduzi-los com gritos carinhosos,
empurrou delicadamente um e outro, mas os pássaros
ficaram mais nervosos ainda - começaram a se debater,
andando sem direção pela neve e gastando inutilmente
o pouco de força que ainda possuíam.

Mogo já não sabia o que fazer.

_ Vocês devem estar me achando uma criatura aterradora
- disse, em voz alta.
_ Será que não entendem que podem confiar em mim?

Desesperado gritou:

_ Se eu tivesse, neste momento,
uma chance de me transformar em pássaro só por alguns
minutos, vocês veriam que eu estou realmente
querendo salvá-los!

Neste momento, o sino da igreja tocou, anunciando a meia-noite.

Um dos pássaros transformou-se em anjo, e perguntou a Mogo:

_ Agora você entende,
por que Deus precisava transformar-se em ser humano?

Com os olhos cheios de lágrimas,
ajoelhando-se na neve, Mogo respondeu:

_ Perdoai-me Deus.

Agora eu entendo que só podemos confiar
naqueles que se parecem conosco e passam pelas mesmas
coisas pelas quais nós passamos.

" Hoje, Mogo entende o verdadeiro significado do Natal, e,
acredita no Deus que, enviou seu filho JESUS, para nos salvar.

FELIZ NATAL....

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Lazer e entretenimento

Você já observou quantas alternativas de entretenimento são oferecidas nos dias de hoje?
São tantas as possibilidades que às vezes fica difícil a escolha.
Todavia, se é verdade que a oferta é grande, não é menos verdade que nem sempre o entretenimento atinge os objetivos a que se propõe.
O entretenimento tem por objetivo divertir, trazer bem-estar, alegria, descontração.
No entanto, há que se perguntar porque as pessoas vão a esses locais de diversão e se drogam, se embebedam, se tornam violentas, perdem o juízo, o bom senso.
É de se perguntar porque as cidades litorâneas onde muitos passam as férias geralmente se tornam, na “temporada”, estressantes, irritantes, cansativas, sujas, barulhentas.
Será que para se divertir é preciso perder o juízo?
Será válido buscar, em nome do lazer, mecanismos de alienação da realidade, de fugas variadas, de entorpecimento dos sentidos?
O entretenimento deve trazer satisfação, paz íntima, contentamento. E tudo isso só é possível com lucidez, com domínio da razão, com discernimento.
Quando se opta pelo entorpecimento dos sentidos é sinal grave de que algo não está bem e, por mais que se tente fingir diversão, não se consegue essa satisfação.
E, nesse caso, as conseqüências podem ser ainda mais desastrosas.
O indivíduo sai para se divertir e volta deprimido, insatisfeito, ansioso, quando não cai nas malhas da violência, sempre à espreita dos descuidados...
É importante refletir sobre essas questões que dizem respeito a todos nós.
É preciso refletir sobre os propósitos que nos movem a buscar lazer, divertimento, férias...
É muito comum, em cidades litorâneas, no verão, o trânsito intenso e as buzinas nervosas fazendo parecer que as pessoas estão ali contrariadas, cumprindo uma penalidade.
As crianças, no interior dos veículos, parecem assustadas, e não devem entender como podem suas férias ser tão tumultuadas.
Talvez algumas pessoas não se dêem conta de que estão de férias. Que estão lá para obter satisfação, tranqüilidade, paz, e não para competir no trânsito, irritando-se e irritando os outros.
Outras desejam levar para esses locais de lazer o seu “barulho particular”, com o qual estão acostumadas.
Falam alto, ouvem música mais alto ainda, como se o mundo fosse feito só para elas, e todas as demais pessoas devam se submeter aos seus gostos e desgostos.
Quando isso acontece, o lazer se converte em perturbação generalizada e causa um efeito totalmente oposto ao esperado.
Por todas essas razões, vale a pena pensar nos propósitos que nos movem a buscar o entretenimento.
E, mais importante, vale lembrar que vivemos num mundo em que precisamos respeitar aqueles que dividem o espaço conosco.
Se não for assim, para que serve o entretenimento?

Paciência

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.
Ela disse:
Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador.

- Um bonito garoto - respondeu o homem - e completou: - Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.

Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.

- Melissa, o que você acha de irmos?

Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!

O homem concordou e Melissa continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.

Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
- Hora de irmos, agora?

Mas, outra vez Melissa pediu:
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!

O homem sorriu e disse:
- Está certo!

- O senhor é certamente um pai muito paciente - comentou a mulher ao seu lado.

O homem sorriu e disse:

- O irmão mais velho de Melissa foi morto no ano passado por um motorista bêbado,

quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele.

Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Melissa.
Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta.
Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-lá brincar...

Em tudo na vida estabelecemos prioridades.
Quais são as suas?

Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Lealdade feminina

Durante a Idade Média, no ano de 1141, na Alemanha, Wolf, Duque da Bavária, estava cercado em seu castelo pelos exércitos de Frederick, Duque da Suábia, e de seu irmão Konrad.

O cerco vinha de muito tempo e Wolf sabia que a rendição era inevitável. Mensageiros iam e vinham, levando propostas de acordo, condições e decisões.

Derrotados, Wolf e seus aliados estavam dispostos a entregar o castelo ao pior inimigo.

Mas as mulheres desses homens não estavam nem um pouco preparadas para a derrota.

Enviaram uma mensagem a Konrad, irmão do Duque inimigo, pedindo a promessa de salvo-conduto para todas as mulheres das cercanias do castelo e permissão para que elas levassem todos os bens que pudessem carregar.

A permissão foi concedida e os portões do castelo se abriram.

As mulheres foram saindo, levando consigo estranha carga.

Não traziam ouro ou joias. Cada uma vinha curvada sob o peso do marido, na esperança de salvá-lo da vingança dos inimigos vitoriosos.

Dizem que Konrad, bom e piedoso, comoveu-se até às lágrimas diante daquela atitude extraordinária.

Apressou-se em garantir a liberdade às mulheres e segurança aos maridos.

Convidou a todos para um grande banquete e fez um acordo de paz com o Duque da Bavária em termos mais favoráveis que o esperado.

Desde então o monte, onde estava situado o castelo, passou a ser chamado de Lealdade feminina.

Querido Papai Noel, Eu queria muito.....

Querido Papai Noel, Eu queria muito.....

Quem não gostaria, sendo sincero, falando a verdade,
de ter alguém com poder ilimitado para o qual pudesse
fazer pedidos e ser atendido dentro de possibilidade
irrestritas?

Vamos sonhar um pouco?
Qual seria sua lista de pedidos?

[ ] Casa própria
[ ] A esposa ideal
[ ] O esposo ideal
[ ] Fama
[ ] Muito prazer
[ ]Ser outra pessoa
[ ] A habilidade de fazer tudo certo, sempre
[ ] Uma fonte de renda ($$$) garantida para o resto da vida
[ ] Idéias maravilhosas que ninguém mais teve
[ ] A solução para a fome do mundo
[ ] A maior descoberta de todos os tempos
[ ] ......................continue a sua lista

E aí?
Esses pedidos podem revelar muitas evidências sobre
nós mesmos.

Nossa ênfase de vida determinará, consciente ou
inconcientemente, o que pediríamos ao bom velhinho.

Daí voce pode obter um perfil interior, utilizar a lista de
pedidos para, até, prever se receberia os presentes
ou não.

Lembre-se que o Papai Noel só traz presentes
para quem merece!

Então, como voce começaria escrevendo a carta
com os pedidos?

" Querido, idolatrado e único Papai Noel, sei que não
fui uma boa pessoa nesse ano.
Acho até que não mereceria ganhar nada, mas sabendo
que o senhor entende o ser humano como ninguém e que
não sou tão mal assim, peço: ..."

Sabe, quantos de nós tentaremos abafar nossas
realidades interiores nesse período de natal!

É, Papai Noel não existe mesmo, mas nós existimos,
convivemos, interagimos e percebemos que existe algo
mais dentro de nós que carece de satisfação, algo
profundo que nesta época, especialmente, vem à tona
e pede alguma definição de nossa parte...

Um vazio que surge e é abafado com presentes,
encontros, festas, sonhos, mas que continuará forte e
profundo, abragente e intenso, a não ser que a
verdadeira razão do Natal nasça em nossos corações:
JESUS!

Isso só é possível quando assumimos um compromisso
pessoal com Deus, quando ofertamos nossa vida inteira,
passado, presente e futuro, para que Ele a dirija.

Assim, nosso interior será limpo e organizado e as
carências satisfeitas à medida que convivemos com ELE
todos os dias e à cada minuto, sob nova direção!

"Senhor, que nesse Natal, milhares e milhares de
pessoas possam encontrar-se com Jesus, a razão do
Natal, a vida verdadeira, assumindo com Ele um
compromisso de vida.

Que as festas e os presentes não nublem as mentes,
mas que todos possam de deixar levar por essa
' Canção do Amor' : JESUS!"

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cantinho da Leitora...


Mais um trabalho da minha leitora assídua Leninha, ficou uma graça esse barrado em crochet, beijokas amiga.

Lar, berço da educação

Patrick Bissel era um dos cinco filhos de Patrícia e Donald Bissel, um ambicioso casal que até o filho ter 12 anos já haviam se mudado seis vezes de casa.

Segundo a mãe, aos sete meses ele não andava. Corria. Aos 10 anos, convidado pela irmã que precisava de um par, teve seu primeiro contato com a dança.

E seu destino foi a dança. Aos 21 anos, em 1978, era o primeiro bailarino do American Ballet Theatre.

Raramente um rapaz tão jovem conseguiu deixar tanta gente deslumbrada. O bailarino russo Mikhail Baryshnikow o classificou como um dos maiores talentos de todo o Mundo.

E Patrick era um rapaz de 1 metro e 88 de altura, rijo, com gosto por motos e botas de cowboy.

Musculoso, era capaz de rodopiar no ar as bailarinas e fazê-las parecer tão graciosas como borboletas.

Contudo, com toda a fama, sendo aplaudido pelas multidões e cortejado pelas colegas de trabalho, Patrick parecia carregar uma tormenta íntima que cedo o levou ao uso de álcool e outras drogas.

Sua força e sua aptidão eram tão grandes que ele conseguiu desempenhar o seu papel de bailarino, sem que seu empresário se desse conta do que lhe acontecia.

Ao menos, assim foi no princípio.

Mas ele desenvolveu uma paranóia e vivia em constante alerta. Acreditava-se perseguido por intrusos imaginários, tendo à disposição em seu apartamento gás lacrimogêneo e asfixiante para os rechaçar.

Começou a ficar fora de controle. Com 3 anos de carreira apenas, ele passou a faltar a ensaios e por isso foi demitido, depois readmitido.

Passou por tratamentos, dizia estar sob controle. Queria pôr sua vida em ordem.

No dia 23 de dezembro de 1987, ele telefonou para sua mãe e com ela teve uma longa conversa.

Explicou que o fato de passar o Natal sozinho era uma oportunidade de provar que ele era suficientemente forte para viver sem drogas.

Quatro dias depois do Natal, seu corpo foi encontrado no apartamento, estendido no sofá. Ele acabara de fazer 30 anos e morrera por uma superdose de drogas variadas.

A mãe de Patrick, comentando a tragédia que a abalou, afirmou:

Apressamo-nos a arranjar os mais diversos responsáveis para este tipo de tragédias - a pressão social, as profissões desgastantes, os passadores de droga. Tudo, exceto nós próprios.

Mas a maioria destes problemas começa em casa, com a educação dos filhos.

Como se observa, a educação é a chave do progresso moral.

É por este motivo que os Espíritos nos alertam que quando se conhecer a arte de manejar os caracteres como se conhece a de manejar as inteligências, se poderá endireitar os pequenos, da mesma maneira como se endireitam as plantas novas.

Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. Isto tudo requer tempo e dedicação.

A NUMEROLGIA PARA 2011

Os rituais de final de ano são detalhes que acabam funcionando como “chaves de memória”, que acionamos fazendo o nosso cérebro registrar os nossos desejos, e continuar os comandos no próximo ano com estas mensagens claras. As cores para se usar na virada fazem parte destes rituais.



Veja como será o ano de 2011 para você segundo a numerologia e qual a cor a ser usada para atrair sorte ao longo do ano. Faça o cálculo a partir da fórmula: data de nascimento + mês de nascimento + 4 da (soma de 2011).

Exemplo: Quem nasceu em 3 de janeiro. Fórmula: 3 + 1 + 4 = 8

A numerologia utiliza números de 1 a 9, portanto se o resultado da fórmula for superior a 9, os dois algarismos devem ser somados, até que o resultado dê um número entre 1 e 9.

Exemplo: Quem nasceu em 20 de Maio.

Fórmula: 20 + 5 + 4 = 29 = 2 + 9 = 11 = 1 + 1 = 2

Significado dos números:



Ano 1 – Plantando as sementes
Ano para dar início às coisas novas, e tudo o que você começar terá sucesso garantido. Mas faça uma boa avaliação dos fatos. Alcançara sucesso se for independente, criativo, seletivo e se usar sua intuição.
Use o Vermelho: é a cor da vitalidade, estimulante da sensualidade, das paixões. Ativa a circulação e o metabolismo e é também a cor das pessoas autoconfiantes, firmes, cheias de auto-estima e coragem.


Ano 2 – As sementes estão lançando raízes
Ano para ter paciência, para fazer amizades, freqüentar clubes. Não leve tudo pelo lado pessoal, nem faça tempestades em copo de água.
Use o Laranja: é cor da prosperidade, o estímulo às energias vitais do corpo. A cor ativa a digestão e a fertilidade, além de simbolizar a alegria de viver, a simpatia, a comunicação e o otimismo.



Ano 3 – Começam a aparecer os primeiros frutos.
Ano social, saudável, com boas chances para o romance. Aproveite a vida e se divirta. Viaje. Seja visto e ouvido. Mas evite gastar muito dinheiro para não ter dificuldades no ano que vem.
Use o Amarelo é a cor símbolo da criatividade, pois estimula a capacidade mental. Também elimina as impurezas físicas e mentais. Por essas características é a cor do intelecto e do estudo.



Ano 4 – Trabalhe com afinco
Ano do trabalho, estruturação e limitações. Ano favorável para investir em imóveis, prosperar nos negócios e reformar a casa. Sucesso e felicidade virão com a autodisciplina. Não se descuide da saúde.
Use o Verde é a cor da esperança, o verde estimula e equilibra as emoções. É um ativador do poder de cura e do crescimento. Representa também o amor altruísta, a jovialidade e a regeneração.



Ano 5 – Tempo de germinar
Confie nas circunstâncias. O ritmo é acelerado e haverá mudanças súbitas de situação. Dificuldade de concentração. Explore coisas novas. Magnetismo pessoal em alta. O sucesso depende da capacidade de adaptação.
Use o Azul é a cor da harmonia e o estímulo da compreensão. O azul neutraliza as energias negativas e diminui a ansiedade. Simboliza a confiança e o equilíbrio.



Ano 6 – O florescimento
Ano para aceitar responsabilidades e estabelecer acordos. Honre os compromissos. Seja útil aos que estão à sua volta. No entanto, não se intrometa nos assuntos alheios e não dê conselhos não solicitados. Sua felicidade neste ano depende da sua dedicação à família e à comunidade.
Use o Anil é a cor da sabedoria e que estimula as faculdades psíquicas. É um poderoso ativador da imaginação e intuição. É a representação da inspiração, concentração e discernimento.



Ano 7 – As plantas dão frutos
Ano para introspecção e atividades intelectuais. Resolva os conflitos emocionais. Afaste-se da superficialidade e da agitação. Evite a busca materialista, pois quanto menor a ambição, maior o ganho, e vice-versa. Não descuide da saúde. Não ligue para as decepções e evite mal-entendidos.
Use o Violeta pois representa a espiritualidade, a expansão da consciência. Sua ação purifica a aura e elimina as impurezas astrais. É a cor da intuição, devoção e contemplação.



Ano 8 – A hora da colheita
Ano dinâmico; o dinheiro talvez venha de uma fonte inesperada, mas também há despesas a considerar. Os negócios deverão prosperar. Melhora de condição financeira. Neste ano, lute pelo que acha que merece. Bom senso, ambição, eficiência é que lhe trarão sucesso e felicidade.
Use o Rosa é a cor que representa a emotividade, o amor e a fidelidade. Sua ação harmoniza a aura, equilibra o chakra cardíaco e elimina as impurezas do sangue.



Ano 9 – Tempo de regar a terra depois da colheita e de preparar um novo plantio.
Ano de purificação, situado entre o fim de um ciclo e o inicio de outro. Acabe com relacionamentos desgastados, prepare o terreno para o novo. Não é um bom ano para começar coisas novas, mais favorece o aprendizado, o ensino. Conclua seus projetos. O sucesso virá com a solidariedade, o desapego emocional e o abandono de tudo o que já começa a sair da sua vida.
A cor é o Branco que representa a paz, a purificação, a calma e a virtude. É a união de todas as cores. Sua ação clareia os pensamentos e equilibra a mente.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wallpaper para o Natal














Uma informação por favor???

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro

telefone da nossa vizinhança.

Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava

na cômoda da sala.

Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo

fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.

Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso

morava uma pessoa legal.



O nome dela era “Uma informação, por favor” e não havia nada que

ela não soubesse.

“Uma informação, por favor” poderia fornecer qualquer número de

telefone e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-da-garrafa veio

num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho.



Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati

em meu dedo com um martelo.

A dor era terrível mas não havia motivo para chorar, uma vez que

não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia.



Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido até que pensei:

O telefone!

Rapidamente fui ate o porão, peguei uma pequena escada que

coloquei em frente a cômoda da sala.

Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido.

Alguém atendeu e eu disse:

“Uma informação, por favor”.

Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu

ouvido. “Informações.” “Eu machuquei meu dedo…”, disse, e as

lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. “

A sua mãe não esta em casa?”, ela perguntou.

“Não tem ninguém aqui…”, eu soluçava. “Está sangrando?”

“Não”, respondi.

“Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo…”

“Você consegue abrir o congelador?”, ela perguntou.

Eu respondi que sim..

“Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo”, disse a voz.



Depois daquele dia, eu ligava para “Uma informação, por favor”

por qualquer motivo.

Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou

onde ficava a Filadélfia.

Ela me ajudou com os exercícios de matemática.

Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque

deveria comer nozes e frutinhas.



Então, um dia Petey, meu canário, morreu.

Eu liguei para “Uma informação, por favor” e contei o ocorrido.

Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para

uma criança que está crescendo.

Mas eu estava inconsolável.

Eu perguntava:

“Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta

alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no

fundo de uma gaiola?”



Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque

acrescentou mansamente:

“Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode

cantar também…”

De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.



No outro dia, lá estava eu de novo. “Informações.”, disse a voz já tão

familiar.

“Você sabe como se escreve ‘exceção’?”

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacifico.



Quando eu tinha 9 anos, nós nos mudamos para Boston.

Eu sentia muita falta da minha amiga. “Uma informação, por favor”

pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia

nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho

que ficava na nova cômoda na nova sala.



Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis

nunca saiam da minha memória.

Frequentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu

tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha

naquele tempo.



Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao

perder tempo atendendo as ligações de um molequinho.



Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu

avião teve uma escala em Seattle.

Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos.

Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos.

Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o

número da operadora daquela minha cidade natal e pedi:

“Uma informação, por favor.”



Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia

tão bem, dizendo: “Informações.”

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando:

“Você sabe como se escreve ‘exceção’?”

Houve uma longa pausa.

Então, veio uma resposta suave: “

Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul.”

Eu ri. “Então, é você mesma!”, eu disse. “

Você não imagina como era importante para mim naquele tempo.”

“Eu imagino”, ela disse.

“E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações.

Eu não tenho filhos e ficava esperando todo os dias que você

ligasse.



” Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e

perguntei se poderia visita-lá quando fosse encontrar a minha irma.

“É claro!”, ela respondeu.

“Venha até aqui e chame a Sally.”

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã.

Quando liguei, uma voz diferente respondeu: “Informações.”

Eu pedi para chamar a Sally. “Você é amigo dela?”, a voz perguntou.

“Sou, um velho amigo.

O meu nome é Paul.”



“Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio

período porque estava doente.

Infelizmente, ela morreu há cinco semanas.”



Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou

“Espere um pouco.

Você disse que o seu nome é Paul.

Sim.

A Sally deixou uma mensagem para você.

Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse.

Eu vou ler para você.

” A mensagem dizia: “

Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde

a gente pode cantar também.

Ele vai entender.”

Eu agradeci e desliguei. Eu entendi…

As lágrimas

Existem pessoas que afirmam ter uma grande dificuldade para chorar. Algumas, com certa inveja, comentam sobre a facilidade de outras em demonstrar sentimentos através das lágrimas.

Há quem acredite que as lágrimas são próprias da feminilidade, que atestam fraqueza, fragilidade.

Lemos, recentemente, a história de um pai que não conseguia chorar e foi surpreendido pela pergunta de seu filho de 5 anos:

Pai, por que nunca vi você chorar?

Que poderia ele responder?

Talvez fossem seus anos de raiva, tristeza e até alegria engolidas, que o impedissem de se expressar com lágrimas. Ou talvez porque fora educado com os conceitos de que o homem não deve chorar.

A verdade é que aquele pai sofria de problemas de depressão, com os quais lutava há tempos e somente respondeu:

Filho, lágrimas fazem bem para meninos e meninas. Fico feliz que você possa chorar sempre que está triste. Os pais, às vezes, têm dificuldade para mostrar como se sentem. Talvez eu possa melhorar algum dia.

Nos dias que se seguiram, o pai orou intensamente a Deus rogando por alguma coisa que o fizesse sentir-se melhor.

Aproximava-se o Natal com todo seu encanto e magia. O diretor da escola perguntou se Patrick, o garoto de 5 anos, poderia cantar pequena estrofe de uma canção natalina, em um culto na igreja.

Naturalmente, os pais se encheram de entusiasmo. O filho tinha pendores para a música. Estudava piano desde os 4 anos de idade. Gostava de cantar.

À medida que os dias iam sendo marcados no calendário, dando ciência da proximidade do evento, pais e filho começaram a ficar assustados.

O menino começou a temer não conseguir e o pai, principalmente o pai, compareceu à cerimônia religiosa na véspera de Natal, com expectativas limitadas.

Colocou-se no lugar do filho e imaginou que jamais ele enfrentaria um microfone e uma igreja com centenas de pessoas.

O garoto, vestido de branco, aproximou-se do microfone e começou a entoar as notas uma a uma. Eram versos lindos que enchiam o espaço e os corações.

O pai contemplou o menino e sentiu-se invadir por uma onda de ternura. O que seu filho cantava tinha sabor de eternidade, uma beleza sem par.

Parecia-lhe que um anjo se corporificara ali, perante a congregação, para brindar a todos com um presente especial de Natal.

Então, grossas lágrimas surgiram nos olhos daquele pai. A canção terminou e ele buscou o filho, ainda nos corredores.

Ajoelhou-se, para ficar do tamanho dele e penetrou com o seu o olhar azul do filho.

Patrick, você se lembra de quando me perguntou por que nunca me tinha visto chorar?

O menino afirmou com a cabeça.

Bem, estou chorando agora. Seu canto foi tão lindo que me fez chorar.

O garoto sorriu, feliz, e atirou-se nos braços do pai, dizendo-lhe ao ouvido enquanto o estreitava fortemente:

Às vezes, a vida é tão bonita que a gente tem de chorar.

O lado bom

Conta o diretor de uma agência funerária que, em sua profissão, tinha visto enterros de todos os tipos, mas nenhum o havia comovido tanto quanto o do velho Hank, o homem mais desprezado da sua região.

Um dia, o Prefeito comunicou-lhe que o velho Hank morrera, e pediu-lhe para que se encarregasse dos funerais.

O enterro não seria muito concorrido, pois havia muita gente que teria satisfação em ver aquele velho sob sete palmos de terra.

Hank vivera, durante muitos anos, numa cabana solitária, tendo por únicos companheiros cinco ou seis cães vadios.

Cercara bem o seu terreno e não permitia a entrada de ninguém. Uma vez por semana, vinha à cidade comprar alimentos e embebedar-se. E, além de tudo, era brigão.

Um por um, os habitantes foram se voltando contra o infeliz, que ficou conhecido como o homem que todos odiavam.

O velho Hank não era religioso, mas de acordo com os costumes, o agente funerário pediu a um pastor que fizesse a cerimônia.

Não vai ser fácil para o senhor, disse-lhe. Não há muito que dizer de bom sobre o velho Hank. Bastará que leia uma página das Escrituras e nós o enterramos logo.

O sacerdote, alma generosa, respondeu-lhe dizendo nunca ter conhecido alguém que não tivesse um lado bom.

No dia seguinte, o pastor e o diretor almoçaram juntos no restaurante local. Falaram com a proprietária sobre o velho.

A senhora sabe de alguma coisa boa, a respeito dele? Perguntou o ministro.

A mulher, embora surpreendida pela pergunta, respondeu logo com suavidade:

Agora já posso contar o segredo do velho Hank.

E, tirando uma caixa escondida sob o balcão, continuou:

Durante muitos anos, o velho comeu aqui, quando fazia a sua visita semanal à cidade. Todas as vezes, deixava comigo algum dinheiro para que eu guardasse a fim de comprar presentes, no Natal, para as crianças pobres.

Vejam, há quase 40 dólares. Ele sempre completava cinquenta, no Natal.

Naquela tarde o edifício da Prefeitura estava cheio de curiosos. O sacerdote pediu para que os alunos da escola em frente fossem dispensados para assistir ao funeral.

Quando as crianças chegaram, o pastor encaminhou-se para o caixão e iniciou o serviço fúnebre. Disse mais ou menos o seguinte:

Hank, aqui viemos para enterrar-te. Há muita gente, mas são bem poucos os que lamentam a tua morte. O caixão está nu, pois ninguém teve o gesto de colher nem mesmo algumas flores silvestres para enfeitá-lo.

Mas, meu caro Hank, eu jamais enterrei alguém sem uma homenagem de flores e tu não serás o primeiro. Tu tens, afinal de contas, alguns amigos aqui presentes, embora eles nunca te tivessem conhecido.

Voltou-se para as crianças e perguntou quais as que haviam recebido, no Natal, presentes enviados por um amigo desconhecido. Um murmúrio de surpresa percorreu o auditório quando vinte e uma crianças subiram para perto do caixão.

Disse-lhes, então, o sacerdote, que o velho Hank era o amigo desconhecido.

Pediu-lhes que se dessem as mãos e fizessem uma roda em volta do caixão.

Hank, prosseguiu ele, comovido, tu tens de fato alguns amigos aqui, mas eles não conheceram você a tempo de trazer-te flores.

Em todo caso, formaram aqui uma grinalda das mais belas flores que crescem no jardim de Deus: as crianças, às quais tu proporcionaste momentos de felicidade.

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Mansão Mal Assombrada

Saber que as aparências enganam, não nos torna imunes às decepções! Precisamos de algo mais...
A casa era imensa e estava localizada em meio a um pequeno bosque, às margens de um lago profundo e de águas calmas e escuras. Tinha uma fama e tanto, de mal assombrada é claro. Ninguém conseguia passar uma noite lá dentro. Morar ali, nem pensar. Possuía muitos quartos em seus três andares construídos sobre uma sólida laje natural de pedra negra, quase à beira de um penhasco digno de por medo nos mais intrépidos alpinistas.

Passados dezenas de anos, ainda permanecia majestosa e firme, apesar das paredes sujas devido à falta de manutenção. Seus donos eram prósperos, mas o tempo implacável lhes tirara tudo. Agora, embora não mais existissem, ao menos fisicamente, lá estava sua robusta morada, feita para durar mais que todos da sua linha de descendência. Pouco se sabia sobre os acontecimentos que culminaram com o início das assombrações no local, mas a história era clara; os fantasmas do lugar não eram nada amigáveis com os visitantes.
Os últimos enxotados fora um grupo de religiosos, que resolveram fazer um exorcismo para limpar a casa. Naquele grupo, organizado como uma espécie de liga da justiça divina contra as forças do mal, todas as religiões enviaram seus mais competentes, ilustres e sábios ministros. Conta-se que logo na entrada, um deles ficou completamente surdo com o sopro que um dos fantasmas deu nos seus ouvidos; nos dois ao mesmo tempo. Ficou desorientado por um tempo, sem saber nem onde estava, nem qual era seu nome; depois recobrou a razão, mas não a audição.

Sorte que, por ser sábio, conhecia a linguagem dos sinais, motivo pelo qual, pode continuar se comunicando com os demais membros do grupo. Depois chegou a imaginar que fora beneficiado pela brincadeira da assombração, uma vez que os sons assustadores dos fantasmas arruaceiros não mais o perturbariam naquela noite. Infelizmente, para todos os presentes, a coisa não era tão simples assim. O fato é que, todos foram expulsos da casa poucas horas depois, mas não sem traumas psicológicos preocupantes.

O que mais impressionou ao grupo foi que, ao iniciarem o exorcismo, ao pronunciarem as primeiras palavras sagradas, os fantasmas completavam em voz alta toda a ladainha restante, inclusive com os cânticos dos rituais solenes, e ainda ensinaram aos religiosos, algumas técnicas secretas que estes desconheciam. Sem contar que havia um coro de fundo, que recitava em tom canônico, como a imitar os cânticos gregorianos, todos os salmos bíblicos, ora em Latim, ora em Aramaico. Saíram da casa moralmente arrasados, psicologicamente desorientados, questionando a própria fé.

Mas, sem dúvida o que mais abalou a auto-estima do grupo, foram as palavras finais daquele que parecia ser o fantasma chefe. Dissera em tom solene: "Voltem sempre e assim podemos ficar longas horas discutindo sobre todos os livros sagrados. Gostamos de realizar seminários para falar de coisas religiosas, doutrinas secretas e coisas assim. Nossas reuniões são sempre às terças e quintas, meia noite em ponto. Vocês são, a partir de hoje, nossos eternos convidados; não é pessoal?". Um gemido horripilante, algo como "Hum, hum...", em forma de coro, parecia ser a concordância do restante da comunidade fantasmagórica.

Detalhes à parte, uma nova família que ora estava chegando ao local, parecia não se importar com aquelas lendas e relatos assombrosos. Observaram a imponente fachada da enorme mansão, e aquela que parecia a matriarca comentou: "Pelo menos espaço teremos de sobra a partir de hoje!".

Entre eles, uma criança, que segurava na mão direita uma revista em quadrinhos, cujo título era, "Histórias Assombrosas", voltou-se para a senhora que fizera o comentário e disse: "Mãe, quero ver os fantasmas da casa, será que posso? A senhora deixa?".

"Deixa de coisa menino", ressaltou a senhora em tom resignado, "fantasmas é coisa de gente, existem para os seres humanos. Eles aparecem e assustam pessoas. Somos Ratos, e fantasmas não assustam ratos".

Meio desolado e olhando para o rabinho que dava voltas no ar, ele suspirou, pegou sua mochilinha e subiu lentamente os degraus em direção à porta principal da casa.

Autor: Alberto Grimm


Justiça

O quadro era muito triste. Olhamos aquela mulher outra vez. E a mente rapidamente calculou os meses intermináveis que a detém ao leito de dores.

Contemplando-lhe o corpo minado pela enfermidade, o cansaço estampado na face, a memória que a trai a cada instante, com imensos lapsos de esquecimento do passado distante, quanto do ontem ainda presente, sentimos compaixão.

Imaginamos a sua vida de trabalho e operosidade. Mulher dinâmica, valorosa, criou cinco filhos quase a sós. A profissão do esposo o mantinha semanas a fio, longe do lar.

Sempre foi ela quem decidiu, opinou, escolheu. Disciplina lhe foi nota constante. Valor que passou aos cinco filhos. Disciplina de horários, na palavra, na conduta.

Dinâmica e corajosa, enfrentou enfermidades dos filhos, dificuldades financeiras imensuráveis.

Os anos se somaram. Os filhos cresceram. Casaram e constituíram a própria família.

Vieram os netos e a soma de trabalhos não cessou, pois que agora os pequeninos lhe eram deixados à guarda, por horas, sim, desde que as forças já não eram as mesmas da juventude ativa e sadia.

E então, quando o inverno dos anos lhe cobriu de neve os cabelos, intensificaram-se as dores.

Morreram-lhe em curto espaço de anos o esposo e três filhos, em circunstâncias trágicas.

Enfraqueceram-lhe ainda mais as forças e o coração ferido se deixou desfalecer.

Acresceram-lhe as inquietudes e a doença se instalou, vigorosa.

Olhando-a agora, sobre a cama, semi-desfalecida, recordamos-lhe os esforços para a preservação da vida dos filhos, pela sua educação.

Lembrando-lhe os anos de atividade e labuta, perguntamo­-nos o porquê de tanto sofrimento.

As pessoas dizem que é o ciclo natural da vida. Nascer, crescer, enfermar, morrer.

Mas a pergunta não cala em nós. Desejamos resposta mais convincente.

Afinal, dói-nos na alma observar a debilidade e a dependência da mulher mãe, esposa, avó.

Enquanto oramos por ela, soam-nos aos ouvidos as exortações do evangelho de Jesus: A cada um segundo as suas obras.

É como se pudéssemos, no recesso do Espírito, escutar a voz do Sublime Cantor Galileu, em plena natureza.

Tornamos a olhar para o corpo da enferma e agradecemos a Divindade. Podemos agora entender a sua serenidade na dor.

Ela sabe que é a justiça de Deus que a alcança, permitindo-lhe o resgate de faltas cometidas em dias passados, de vidas anteriores.

Por isso ela sorri. E ora. E espera. Aguarda os dias do reencontro com os seus amores, afirmando convicta: Quando Deus quiser, hei de partir. E estou me esforçando para seguir viagem vitoriosa.

"Família é prato difícil de preparar" (de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)

Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.

Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Quando Deus Intervém

Permita contar o que aconteceu algum tempo atrás com uma
jornalista que vive em Los Angeles.

Numa noite escura, ela decidiu tomar um atalho para retornar
a sua casa, andando por um caminho pavimentado de pedras
e mal iluminado.

Não demorou muito, ouviu passos atrás dela e começou a caminhar
mais rápido.

De repende, um estranho pulou sobre ela e começou a estrangulá-la
com seu cachecol.
Ele também passou a rasgar sua roupa.

Naquele momento, quilômetros distantes, a mãe daquela mulher
despertou de um profundo sono.

Tinha uma forte impressão de que algo terrível estava acontecendo
com sua filha mais velha.

Essa mãe imediatamente ajoelhou-se ao lado da cama e começou
a orar.
Ela falou apreensivamente com Deus por 15 minutos, buscando Sua
proteção para a filha.

Depois de constatar que sua oração havia sido respondida, voltou
para a cama e dormiu outra vez.

Enquanto isso, no caminho pedregoso, o assaltante pára subitamente.
A mulher o vê levantar a cabeça por um instante, como se estivesse
ouvindo alguma coisa.

A mulher e sua mãe estão certas de que Deus Se apresentou como
um Fiel Libertador por causa daquela oração.

É importante notar que a mãe devota não estava orando a um Deus
distante.
Ela estava familiarizada com Sua voz, Ele podia despertá-la do sono.

Ela O conhecia suficientemente para saber que Ele havia dado a resposta.
Ela O conhecia suficientemente para confiar em Sua proteção.

Quando aquela devota mulher se ajoelhou ao lado da cama, aquele forte
poder estava de fato bem perto dela.

Na batalha entre o bem e o mal, a oração é uma arma poderosa
na mão do crente.

Através da oração, as forças do inferno são postas em retirada.

"Faz parte do plano de Deus conceder-nos, em resposta à oração da fé,
aquilo que Ele não outorgaria se o não pedíssemos. assim."

Quando aquela mãe fiel orou, nosso Senhor comissionou poderosos
anjos para colocar em retirada o agressor de sua filha.
A influência poderosa do Espirito Santo convenceu-o a fugir.

Esse fato suscita uma pergunta.

Como explicara dolorosa realidade de que alguns cristãos são
roubados, violentados e atacados?
É falta de fé?
Não existe nenhuma oração para eles?

Neste planeta de rebelião, coisas más acontecem a pessoas boas.
Deus usa dores de cabeça, desastres e sofrimento para nos aproximar
dEle de forma misteriosas que não podemos compreender plenamente.

É difícil compreender isso?
Sem dúvida.

Mesmo assim, ainda podemos confiar nEle.
Podemos manter nossa confiança.

Ainda podemos orar, sabendo que Ele intervém, liberta e responde.

Ele não nos desampara, e aquilo que ainda não compreendemos,
Ele um dia esclarecerá na eternidade.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?