quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sabedoria



Conta-se que num país longínquo, há muitos séculos, um rei se sentiu intrigado com algumas questões. Desejando ter respostas para elas, resolveu estabelecer um concurso no qual todas as pessoas do reino poderiam participar.

O prêmio seria uma enorme quantia em ouro, pedras preciosas, além de títulos de nobreza.

Seria premiado com tudo isto quem conseguisse responder a três questões: Qual é o lugar mais importante do mundo? Qual é a tarefa mais importante do mundo? Quem é o homem mais importante do mundo?

Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças, jovens e adultos se apresentaram, tentando responder às três perguntas.

Para desconsolo do rei, nenhum deles deu uma resposta que o satisfizesse.

Em todo o território, um único homem não se apresentou para tentar responder os questionamentos. Era alguém considerado sábio, mas a quem não importavam as fortunas nem as honrarias da Terra.

O rei convocou esse homem para vir à sua presença e tentar responder suas indagações. E o velho sábio respondeu a todas:

O lugar mais importante do mundo é aquele onde você está. O lugar onde você mora, vive, cresce, trabalha e atua é o mais importante do mundo. É ali que você deve ser útil, prestativo e amigo, porque esse é o seu lugar.

A tarefa mais importante do mundo não é aquela que você desejaria executar, mas aquela que você deve fazer.

Por isso, pode ser que o seu trabalho não seja o mais agradável e bem remunerado do mundo, mas é aquele que lhe permite o próprio sustento e da sua família.

É aquele que lhe permite desenvolver as potencialidades que existem dentro de você. É aquele que lhe permite exercitar a paciência, a compreensão, a fraternidade.

Se você não tem o que ama, importante que ame o que tem. A mínima tarefa é importante. Se você falhar, se se omitir, ninguém a executará em seu lugar, exatamente da forma e da maneira que você o faria.

E, finalmente, o homem mais importante do mundo é aquele que precisa de você, porque é ele que lhe possibilita a mais bela das virtudes: a caridade.

A caridade é uma escada de luz. E o auxílio fraternal é oportunidade iluminativa. É a mais alta conquista que o homem poderá desejar.

O rei, ouvindo as respostas tão ponderadas e bem fundamentadas, aplaudiu, agradecido.

Para sua própria felicidade, descobrira um sentido para a sua vida, uma razão de ser para os seus últimos anos sobre a Terra.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A sabedoria das crianças



Certa feita, Jesus serviu-Se de um menino como exemplo, dizendo que o reino dos céus é daqueles que lhe fossem semelhantes.

As crianças, em verdade, nos surpreendem. Com sua argumentação, com sua lógica e conclusões, mais de uma vez.

Foi assim que um menino de 13 anos ligou para uma determinada rádio no Texas.

Ele mora em uma fazenda no meio do Estado do Nebraska. Identificou-se como Logan Henderson e começou um diálogo com o locutor do programa.

Contou que um bezerro nascera de uma vaca muito velha, na fazenda onde mora e, por ter algumas dificuldades, como falta de vitamina C, era muito fraco.

Narrou que, na noite anterior, o bezerro quebrara a coluna e, por isso tivera que ser sacrificado.

Com a morte do animal, Logan ficara muito triste e passou a interrogar a Divindade:

Por que, Deus? O animal era muito especial para mim. Por que ele teve que morrer?

Até aí, a narrativa não tinha maiores novidades. Uma criança falava de sua perda, do sentimento que a tomara pela morte do seu animal.

Contudo, o que viria na sequência é que deixou impressionados o locutor e os ouvintes. O garoto disse mais ou menos assim:

Deus me respondeu:

"Logan, Meu filho era especial, mas Ele morreu por um propósito."

E antes que a surpresa se diluisse, concluiu o menino:

Sabe, aquele bezerro era muito querido por mim. E o Filho de Deus era querido por Ele.

Eu só queria dizer a você que isso é muito importante.

Quando você perde uma pessoa que você ama ou um animal de estimação, lembre-se que Deus deu Seu Filho também.

E Ele entende você. Ele sempre vai entender. Somente corra para Ele.

Emocionado, o locutor lhe respondeu: Logan, você é mais sábio do que imagina.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A tarefa dos pais



Quando se anuncia a chegada de um novo membro na família, há grande alegria.

Os pais se desdobram em complexos preparativos.

Por ocasião do nascimento, há arroubos de ternura.

A Sabedoria Divina veste os Espíritos que retornam à carne com encantadora roupagem.

Frágeis e graciosos, eles inspiram cuidados e afeto.

É com enternecimento que os pais acompanham o crescimento de seus pequenos rebentos.

Desejosos de que sejam muito felizes, tomam inúmeras providências.

Colocam-nos nas melhores escolas, cuidam de sua saúde, os defendem de tudo e de todos.

É bom e natural que seja assim, pois a tarefa dos pais envolve o cuidado e o preparo de seus filhos para os afazeres da vida.

Entretanto, essa tarefa é muito mais vasta.

Todo bebê que nasce representa um antigo Espírito que retorna ao cenário terrestre.

Como terá de viver em um mundo materializado, ele precisa receber educação formal e todos os demais cuidados que essa circunstância inspira.

Entretanto, como Espírito imortal, não renasce na carne para vencer os outros e brilhar em questões mundanas.

Todo Espírito precisa crescer em intelecto e em moralidade.

No atual estágio da evolução humana, há um certo descompasso entre esses dois aspectos.

A busca pelo bem-estar e mesmo o egoísmo fazem com que a criatura procure modos de viver o melhor possível.

Ao cuidar de seus interesses, ela exercita naturalmente a inteligência.

Entretanto, sob o prisma ético, a evolução costuma ocorrer de forma algo mais vagarosa.

Um contingente muito significativo de Espíritos demora bastante para sentir o próximo como um semelhante.

Surge tardiamente a compreensão de que o outro também tem sonhos, sofre, chora e merece respeito e amparo.

O aspecto moral é atualmente deveras crítico.

Para as criaturas em geral não falta capacidade de raciocínio.

Falta-lhes retidão de caráter, compaixão e pureza.

Consequentemente, a desenvolver tais qualidades é que os pais precisam se dedicar.

Se apenas cuidarem para que os filhos sejam felizes, sob o prisma mundano, falirão em sua tarefa.

Os filhos terão nascido para buscar uma coisa, mas os pais os direcionarão a conquistar outras.

Isso implicará a perda de uma preciosa oportunidade.

Então, é necessário cuidar da instrução formal das crianças e adolescentes.

Mas é primordial ensinar-lhes respeito ao próximo.

Os jovens precisam aprender que a família e os bens dos outros são sagrados.

Que a tolerância é uma virtude preciosa em um mundo cheio de facetas.

Que a consciência tranquila constitui o maior tesouro que se pode possuir.

Mas, para que a lição não seja hipócrita, os pais devem exemplificar, e não apenas falar.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Tempestades da vida



Há noites muito escuras em que o vento violento e ruidoso traz a tempestade inclemente.

Os trovões e os relâmpagos invadem a madrugada como se fossem durar para sempre.

Não há como ignorar os sentimentos que tomam de assalto nossos frágeis corações.

O medo e a incerteza tiram nosso sono, e passamos minutos infindáveis, imaginando o pior, temerosos de que o céu possa, de um momento para o outro, cair sobre nossas cabeças.

Sem, no entanto, qualquer aviso, o vento vai se acalmando, as gotas de chuva começam a cair com menos violência e o silêncio volta a imperar na noite.

Adormecemos sem nos dar conta do final da intempérie, e quando acordamos, com o sol da manhã a nos beijar a fronte, nem sequer nos recordamos das angústias da noite.

Os galhos caídos na calçada, a água ainda empoçada na rua, nada, nenhum sinal é suficientemente forte para que nos lembremos do temporal que há poucas horas nos assustava tanto.

Assim ainda somos nós, criaturas humanas, presas ao momento presente.

Descrentes, a ponto de quase sucumbir diante de qualquer dificuldade, seja uma tempestade ou revés da vida, por acreditar que ela poderia nos aniquilar ou ferir irremediavelmente.

Homens de pouca fé, eis o que somos.

Há muito tempo fomos conclamados a crer no amor do pai, soberanamente justo e bom, que não permite que nada que não seja necessário e útil nos aconteça.

Mesmo assim continuamos ligados à matéria, acreditando que nossa felicidade depende apenas de tesouros que as traças roem e que o tempo deteriora.

Permanecemos sofrendo por dificuldades passageiras, como a tempestade da noite, que por mais estragos que possa fazer nos telhados e nos jardins, sempre passa e tem sua indiscutível utilidade.

Somos para Deus como crianças que ainda não se deram conta da grandiosidade do mundo e das verdades da vida.

Almas aprendizes que se assustam com trovões e relâmpagos que, nas noites escuras da vida, fazem-nos lembrar de nossa pequenez e da nossa impotência diante do todo.

Se ainda choramos de medo e não temos coragem bastante para enfrentar as realidades que não nos parecem favoráveis ou agradáveis, é porque em nossa intimidade a mensagem do cristo ainda não se fez certeza.

Nossa fé é tão insignificante que ante a menor contrariedade bradamos que Deus nos abandonou, que não há justiça.

Trata-se, porém, de uma miopia espiritual, decorrente do nosso desejo constante de ser agraciados com bênçãos que, por ora, ainda não são merecidas.

Falta-nos coragem para acreditar que Deus não erra, que esta característica não é dele, mas apenas nossa, caminhantes imperfeitos nesta rota evolutiva.

Falta-nos humildade para crer que, quando fazemos a parte que nos cabe na tarefa, tudo acontece na hora correta e de forma adequada.

As dores que nos chegam e nos tocam são oportunidades de aprendizado e de mudança para novo estágio de evolução.

Assim como a chuva, que embora nos pareça inconveniente e assustadora, em algumas ocasiões, também os problemas são indispensáveis para a purificação e renovação dos seres.

Por isso, quando tempestades pesarem fortemente sobre nossas cabeças, saibamos perceber que tudo na vida passa, assim como as chuvas, as dores, os problemas.

Tudo é fugaz e momentâneo.

Mas tudo, também, tem seu motivo e sua utilidade em nosso desenvolvimento.

domingo, 27 de outubro de 2013

Um telefonema providencial



O médico e escritor A. J. Cronin conta, na obra Pelos caminhos da minha vida, que numa noite chuvosa de dezembro, retornou ao seu lar, exausto e decepcionado com a sua profissão.

Embora sua esposa insistisse, ele não quis jantar e tomou somente uma caneca de chocolate. Deitou-se depois e, como fervoroso cristão, pediu em prece a Deus para que ninguém o incomodasse, naquela noite, com um chamado de urgência.

Adormeceu profundamente, para logo mais ser despertado pela campainha do telefone. Tateando no escuro, agarrou o aparelho e atendeu.

Era uma voz feminina que lhe pedia que fosse até a casa de determinada família para socorrer uma pessoa que se encontrava em grave estado de saúde.

O médico cansado disse que iria pela manhã. Naquela noite de tempestade era quase impossível atender ao chamado.

A voz aflita insistiu: Trata-se de minha filha, doutor. É a mãe dela quem está falando. Pelo amor de Deus, venha agora.

Impressionado, ele se levantou e saiu. Uma senhora idosa abriu a porta e ele penetrou num quarto mal iluminado e com pouca mobília.

Sobre a cama estava uma adolescente em estado de inconsciência. Um homem de meia idade estava sentado ao lado e parecia velar por ela.

Quando este soube que era o médico que ali estava, o mandou embora.

Muito bem, falou o médico, mas se sua filha vier a morrer, o senhor já sabe de quem é a culpa.

Está bem, falou o homem. Então a examine, já que está aqui mesmo.

Após meticuloso exame, o médico descobriu um tumor benigno por detrás da orelha direita da jovem, que estava quase se infiltrando na massa encefálica.

Ali mesmo, o médico realizou a pequena cirurgia de emergência.

Tendo concluído a sua tarefa e a menina começado a dar sinais de recuperação, ele olhou para a senhora que lhe abrira a porta e lhe disse:

Não fosse o seu telefonema me chamando e sua filha poderia estar morta, agora.

O pai da menina, surpreso, falou que aquela senhora era apenas a criada, que nem ao menos falava o seu idioma, que eles não tinham telefone e o mais próximo ficava a vários quilômetros daquela casa.

E acrescentou:

Minha esposa morreu, neste quarto mesmo, há cinco anos, porque eu não permiti que se chamasse um médico.

E começou a chorar.

A narrativa do médico acaba afirmando que, dias depois se descobriu que quem dera o telefonema fôra uma plantonista da Agência Central Telefônica da cidade. No entanto, ela não soube explicar porque fez aquilo. Alguma coisa a motivara a telefonar, como se alguém a tivesse intuído, naquela noite.

sábado, 26 de outubro de 2013

A técnica do grito



Conta-se que nas ilhas Salomão, no Pacífico Sul, os nativos descobriram um jeito inteiramente diferente de derrubar árvores. Se algum tronco é grosso demais para ser abatido com os seus machados, eles o derrubam no grito.

Isso mesmo, no grito. Lenhadores sobem na árvore toda manhã bem cedinho e se põem a gritar.

Repetem o ritual durante trinta dias. A árvore morre e cai por terra. Segundo eles, o método nunca falha e a explicação, também segundo os nativos, é que, gritando, eles matam o espírito da árvore.

Os civilizados logo pensam que se eles dispusessem de tecnologia moderna, poderiam simplesmente derrubar a árvore com máquinas poderosas, rapidamente e de forma mais eficiente.

Entretanto, a técnica desses nativos nos leva a pensar em como nós ainda utilizamos o grito em nossas vidas.

Gritamos no trânsito, quando um motorista desatento executa alguma manobra infeliz, dificultando a nossa livre circulação.

Gritamos no jogo de futebol, com o juiz, o bandeirinha, o jogador, e até mesmo com a bola que parece desviar do gol só para nos provocar.

Falamos alto com o segurança do banco porque a porta giratória nos impede a entrada. Xingamos o caixa do supermercado porque é muito lento, porque não empacota a mercadoria, porque nos fornece o troco errado.

Brigamos com os aparelhos eletrodomésticos porque não funcionam direito.

Em casa, muitas vezes, ao chamarmos a atenção para o que está errado, esquecemos de controlar o volume da voz e falamos alto demais com nossos filhos, com a esposa, com nossos irmãos.

Quase sempre gritamos com as crianças quando estão fazendo alguma traquinagem. Contudo, o grito, além de não educar, assusta.

Podemos imaginar os distúrbios provocados no organismo frágil dos pequenos, com um grande susto?

Com os colegas de trabalho, é comum exagerarmos no tom da voz apenas para dizer que determinada tarefa deve ser refeita.

Em locais públicos, como restaurantes, lanchonetes, quando em grupos, nos esquecemos do respeito que devemos às pessoas, e nos permitimos gargalhar, falar alto demais. E nem nos damos conta do quanto a nossa algazarra perturba os ouvidos alheios.

Tudo isso nos faz reflexionar. Se os nativos das ilhas Salomão descobriram que as árvores são sensíveis aos gritos, que dizer dos seres humanos!

Pensemos: com gritos e gargalhadas, perturbamos ambientes e pessoas. Com palavras grosseiras, ditadas pela nossa impaciência, podemos partir corações que nos amam ou criar inseguranças em filhos pequenos, que passam a nos temer, em vez de respeitar.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tato de mãe



Um menino, com um breve poeminha à mão, entrou correndo pela porta do quarto dos pais, ansioso para que o lessem.

Encontrou os pais numa discussão acirrada a respeito de um tema que desconhecia.

À maneira que só as crianças conseguem fazer, ficou ali, ao lado, quase invisível, tentando ser escutado.

Pai, mãe, olha o que escrevi!

Repetiu esse acalanto algumas vezes, falando cada vez mais alto, tornando a balbúrdia no aposento quase insuportável.

Ninguém se entendia e todos queriam ser ouvidos.

Repentinamente, o pai, já sem paciência, tomou a folha de papel das mãos do filho, amassou com força e disse: Já não expliquei que agora não posso!?

Atirou o papelote na lixeira mais próxima, o que deixou o filho sem chão e repleto de lágrimas.

Mais tarde, a mãe, que não havia ficado satisfeita com a cena presenciada e se enchia de compaixão, procurou o menino.

Ela carregava na mão esquerda uma folha de papel enrugada. Tinha a expressão emocionada e condoída.

Filho... Foi você quem escreveu este poema?

O menino, que ainda estava cabisbaixo, apenas acenou com a cabeça que sim.

Que coisa mais linda! Você é um poeta, meu filho! Você é um poeta! - E abraçou, carinhosamente, a criança.

A partir daquele dia, diz a história desse menino, ele resolveu definitivamente ser poeta.

O relato é do próprio autor que conta que, se não fosse pela destreza e tato de sua mãe, possivelmente não se dedicaria à poesia.

Assim, graças à sensibilidade daquela mulher, o mundo pôde conhecer a arte e inspiração de Pablo Neruda.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Telha de vidro



Nem sempre a vida segue o curso que se deseja, que se espera. Assim foi com Rachel.

Depois da morte de seus pais, ela, ainda bem moça, deixou a cidade em que nascera para morar na fazenda, com os tios que mal conhecia.

Moraria na casa que havia sido construída por seu bisavô, há muito tempo. Era uma casa muito antiga e a maior parte dos móveis eram peças pesadas e escuras que ali estavam há mais tempo do que as pessoas saberiam dizer.

Seus tios eram pessoas simples, acostumados com a vida que sempre viveram, desconfiados com tudo que pudesse alterar a rotina que lhes dava segurança.

A chegada de Rachel representou para eles um certo transtorno.

Onde ficaria instalada a menina?

Como não havia um cômodo mais apropriado, deram-lhe um quarto pequeno, que ficava no sótão.

Nem o tamanho reduzido, nem o cheiro de mofo incomodaram Rachel.

O que lhe entristecia naquele quartinho abafado era apenas o fato de não ter janelas.

Não se podia ver o sol, nem o céu, nem as árvores do quintal ou as flores do jardim.

A luz limitava-se a entrar timidamente pela porta. A falta de claridade naquele quartinho parecia encher ainda mais de tristeza o coração dolorido da moça.

Até que um dia, depois de muito ter chorado em silêncio, Rachel, decidida a voltar a sorrir, pediu que lhe trouxessem da cidade uma telha de vidro.

Um pouco desconfiados, seus tios acabaram cedendo. Daí, um milagre aconteceu.

Mesmo sem janelas o quarto de Rachel, antes tão sombrio, passou a ser a peça mais alegre da fazenda.

Tão claro que, ao meio-dia, aparecia uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos que, só a partir de então, conheceram a luz do dia.

A lua branda e fria também se mostrava, às vezes, pelo clarão da telha milagrosa. E algumas estrelas audaciosas arriscaram surgir no espelho onde a moça se penteava.

O quartinho que era feio e sem vida, fazendo os dias de Rachel cinzentos, frios, sem luar e sem clarão, agora estava tão diferente...

Passou a ser cheio de claridade, luzes e brilho. Rachel voltou a sorrir.

Toda essa mudança só porque um dia ela, insatisfeita com a própria tristeza, decidiu colocar uma telha de vidro no telhado daquela casa antiga, trazendo para dentro da sua vida a luz e a alegria que faltavam.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A tecnologia



Desde o final do século XIX, houve um grande avanço tecnológico. Isso ninguém pode contestar.

O homem venceu os espaços e chegou à lua.

Construiu máquinas capazes de reduzir as distâncias entre os continentes, entre as nações.

Descobriu a cura de enfermidades até então tidas como incuráveis. Conseguiu erradicar da face da Terra doenças que dizimavam vidas.

Mas, embora todo o progresso tecnológico conseguido, o homem não logrou sequer, minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade, evitar a dor, a doença e a morte.

Conquanto a Humanidade avance a passos largos na conquista de melhores condições de vida, de descobertas científicas, de aperfeiçoamento na produção de alimentos, de vestuário, e de outras tantas conquistas, não consegue deter a onda de violência que apavora os seres.

Não consegue erradicar o preconceito do coração do homem, a revolta dos povos vencidos, as catástrofes de toda ordem que assolam as nações.

É de nos perguntarmos por quê?

Por que tanta miséria moral com tantas conquistas intelectuais?

A resposta é simples. Os benfeitores da Humanidade respondem com clareza em O livro dos Espíritos que o progresso intelectual engendra o progresso moral, mas que o moral nem sempre o segue imediatamente.

É preciso que os povos se tornem civilizados, e não apenas povos esclarecidos.

Na busca desenfreada de melhores condições de vida, no campo material, o homem esqueceu de voltar a sua atenção para ele mesmo, enquanto figura principal dessa engenharia toda.

São importantes as conquistas intelectuais, porque as morais devem vir depois.

Homens intelectualmente desenvolvidos podem melhor compreender o bem e o mal e optar pelo bem.

Basta que uma virtude brote no coração do homem: a piedade. Quando o homem se detiver diante do sofrimento alheio e lutar por solucioná-lo, então descobrirá naturalmente o caminho que o conduzirá à felicidade.

Esta é a orientação espírita. Só lograremos a nossa própria felicidade, fomentando a felicidade do próximo.

Se somos todos irmãos, não podemos admitir que sejamos felizes, vendo os demais padecendo fome e frio, sem possibilidades de educação, de crescimento, de um lugar ao sol.

Numa sociedade verdadeiramente civilizada nada faltará a ninguém, todos terão pelo menos o necessário para viver.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Universo numa casca de noz



Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do espaço infinito. - Assim disse Hamlet, o inesquecível personagem de Shakespeare.

Stephen Hawking, o célebre astrofísico inglês, inicia exatamente com esta ideia, sua obra intitulada O Universo numa casca de noz, que segue os passos de seu best-seller Uma breve história do tempo.

No volume, o matemático explica, com uma linguagem mais acessível, os princípios que controlam o Universo.

Porém, primeiramente, Hawking apresenta-se como profundo admirador deste misterioso cosmo, questionando se ele realmente é infinito, ou apenas enorme.

Se ele é eterno ou apenas tem uma longa vida. E como nossas mentes finitas poderiam compreender um Universo infinito.

O autor acredita que ainda existam muitas coisas a serem descobertas, mas apresenta-se otimista, dizendo que muito já alcançamos.

A casca de noz de Hamlet representa a pequenez de nossa compreensão, da extensão de nossas forças.

Mas também demonstra a capacidade do ser humano de utilizar sua mente para explorar todo este Universo.

E avançar audaciosamente por ele, por onde até mesmo Jornada nas estrelas teme seguir.

Por enquanto, somos os encantados com tantas descobertas, encantados com a grandeza de Deus e Suas leis, que fazem com que tudo esteja onde deva estar e no tempo certo.

Vejamos quantas maravilhas:

O planeta Júpiter, o maior dos orbes de nosso sistema, que comportaria em seu interior 1.000 planetas Terra, quando foi criado, poderia ter se transformado em estrela.

Caso isso tivesse ocorrido, teríamos dois Sóis, ao invés de um, e um dia permanente, sem noite alguma, o que impossibilitaria a vida neste mundo.

Poderíamos falar um pouco sobre as distâncias do espaço, que certamente nos deixariam desnorteados.

Tomemos por exemplo a estrela mais próxima da Terra, depois do Sol, Alfa Centauri.

Ela está a apenas quatro anos luz da Terra. Parece pouco, não? Então imaginemos tomar um foguete na Terra, viajando numa velocidade muito grande - cem mil quilômetros por hora.

Se rumássemos para nossa vizinha, teríamos uma pequena jornada de cerca de vinte e quatro mil e seiscentos anos para alcançá-la. Não é algo surpreendente?

Deveremos nos sentir insignificantes perto de tudo isso? Perto das bilhões de galáxias existentes?

Certamente que não. Ao contrário, devemos nos sentir privilegiados de viver num Universo tão grandioso e de fazer parte dele como Espíritos em evolução constante.

A próxima conclusão sábia e racional, será a de que não podemos ter a pretensão de nos imaginarmos sozinhos neste espaço sem fim.

Seria um imenso desperdício de espaço, como afirma o cientista Carl Sagan.

Assim, tenhamos neste macrocosmo mais uma prova da existência de uma Inteligência Suprema, de uma causa primária de todas as coisas, que rege nossas vidas e destinos através de leis perfeitas.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Usando a criatividade



Você já ouviu a célebre frase: Mãe é mãe?

Esta afirmativa sempre vem para justificar os atos de que uma mãe é capaz, para ajudar seus filhos.

E o que uma mãe dedicada não faz por seus pequenos?

Foi assim que uma dessas heroínas, desejando encorajar seu jovem filho a tocar piano, o levou a um concerto do polonês Jan Paderewski.

Depois de se sentarem, a mãe viu uma amiga na plateia e dirigiu-se a ela para saudá-la.

Aproveitando a oportunidade para explorar as maravilhas do teatro, o garotinho se levantou e saiu para sua aventura. Seus passos curiosos o levaram a uma porta onde estava escrito:Proibida a entrada.

Quando as luzes diminuíram e o concerto estava prestes a começar, a mãe retornou ao seu lugar e descobriu que seu filho não estava lá.

De repente as cortinas se abriram e as luzes se acenderam sobre um impressionante pianoSteinway, localizado bem no centro do palco.

Horrorizada, a mãe viu seu filho sentado ao teclado, inocentemente catando as notas de uma canção infantil.

Naquele momento, o grande mestre do piano fez sua entrada. Rapidamente foi até o piano e sussurrou ao ouvido do menino: Não pare, continue tocando.

Então, debruçando-se sobre o pianista júnior, Paderewski estendeu sua mão esquerda e começou a preencher a parte do baixo.

Logo depois colocou sua mão direita ao redor do menino e acrescentou um belo acompanhamento de melodia.

Juntos, o velho mestre e o jovem noviço, transformaram uma situação embaraçosa em uma experiência maravilhosamente criativa.

O público estava perplexo. A mãe estava imóvel na poltrona e sua voz havia sumido da garganta. Mas o veterano pianista não se perturbou e, usando sua capacidade criativa, tirou de letra, como se diz.

domingo, 20 de outubro de 2013

União verdadeira



Um homem sentado ao lado do caixão daquela que fora sua companheira por muitos anos, olhava o corpo inerte com o coração amargurado e triste.

Mergulhado em pensamentos profundos, começou a perceber que em sua mente se desenhavam formas belas e brilhantes, leves e agradáveis que lhe traziam alento ao coração.

Diante de tanta beleza ousou perguntar quem eram aquelas formas.

Elas lhe responderam que eram as palavras que ele poderia ter dito à esposa.

Ah, fiquem comigo! - implorou o homem. Apesar de cortarem meu coração como um punhal, fiquem comigo, pois agora ela está fria e eu estou me sentindo tão sozinho.

Mas elas responderam com firmeza:

Não, não podemos ficar porque não temos existência. Somos apenas luz que nunca brilhou. E, dizendo isto, desapareceram de sua tela mental.

O homem continuou triste e pensativo. De repente, outras formas se lhe desenharam na consciência. Eram formas terríveis, amargas e sem vida.

Quem são vocês, formas horrendas? Perguntou ele espantado.

Nós somos as palavras que ela ouviu da sua boca a vida inteira.

O homem gritou estremecido: Saiam daqui, me deixem só!

Mas elas permaneceram ali, em silêncio, desenhando-se constantemente em sua memória.

sábado, 19 de outubro de 2013

Curiosidades sobre a Barbie



- O seu nome completo é Barbara Millicent Roberts.

- As vendas da Barbie já ultrapassaram 1 bilião de unidades, estimando-se que a cada 10 segundos uma destas bonecas é vendida em todo o mundo.

- Na Austrália, investigadores concluíram que a probabilidade de alguém ter uma estrutura corporal como a da Barbie é de uma em cada cem mil.

- Desde a sua criação a Barbie já teve mais de 100 profissões e cerca de 50 mil visuais diferentes.

- Existem cerca de 100 mil colecionadores de Barbies dos quais 90% são mulheres na casa dos 40 anos de idade que compram uma média de 20 Barbies diferentes por ano.

Últimas vontades

Você já se deu conta de que, de modo geral, costumamos doar nossos bens, somente após a morte?

Naturalmente, isto equivale a dizer que legamos nosso patrimônio a parentes próximos ou distantes, registrando em testamento as nossas vontades.

Estabelecemos divisões eqüitativas ou não, dispondo de bens móveis e imóveis, jóias, títulos financeiros, cédulas e moedas, em favor dos que permanecem na carne.

Alguns de nós, mesmo nessas disposições últimas, impomos condições aos herdeiros a fim de que possam colocar as mãos no que lhes legamos.

Registramos desejos absurdos que retratam, em síntese, que mesmo partindo para a vida espiritual, pretendemos prosseguir a comandar vidas alheias, graças aos legados que lhes dizemos doar.

Por vezes, vamos ao ponto de determinar o que os herdeiros deverão fazer com os valores que lhes dispensamos.

Colocamos cláusulas testamentárias estabelecendo que certas porcentagens sejam direcionadas à prática da caridade, de forma direta ou através de instituições.

Nesse caso, convenhamos, se somos cristãos sabemos que é nosso dever atender o irmão sofredor, o quanto antes, e por nós mesmos.

Pois que Jesus nos ensinou que mais importante do que dar é dar-se.

Igualmente temos consciência de que o bem só tem valor real quando parte do coração e ao coração se dirige.

O que quer dizer que distribuição do que quer que seja, por imposição, não trará jamais o selo do amor e da doação espontânea.

Temos a pensar ainda que, se durante os anos de nossa vida, não nos esmeramos em exemplificar a caridade, se não nos preocupamos em ensinar aos filhos, netos, sobrinhos, ou quem quer que seja, o verdadeiro sentido da caridade, como pretendermos que eles a pratiquem, sob dispositivo de cláusula testamentária?

Cumpre-nos revisar nossa postura perante a vida. Primeiro, iniciando a partilha do que excede em nossos armários, sejam roupas, calçados, alimentos, livros, etc.

Segundo, educando aqueles por quem somos responsáveis, à meridiana luz do verdadeiro Cristianismo.

Tudo isso, enquanto é tempo, enquanto estamos a caminho, enquanto a lucidez nos comanda o raciocínio.

Repartir o pão do corpo e da alma, distribuir o de que disponhamos, em favor do nosso irmão, é medida que prescreve o Cristianismo, desde os versos primeiros da Boa Nova.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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Arte no Shopping Pelotas


Arte no Shopping Pelotas


Como não poderia ser diferente, adorei os quadros de diversos artistas colocados pelos corredores do Shopping Pelotas, que foi inaugurado há pouco tempo e que espero que mantenha essa multiplicidade de opções, me lembrei muito nestas duas pinturas acima da minha amiga Cristina, que já citei aqui no Blog, quando fizemos uma parceria, os meus crochets nas artes dela, valeu a pena guardar essas imagens.

How could it be different, I loved the paintings of several artists placed in the corridors of Pelotas Mall, which opened recently and I hope to keep this multitude of options, I remembered a lot in these two paintings above my friend Cristina, I have quoted here on the Blog, where we partnered, my crochets in the arts it was worth it to save these images.

A Última corda

Era uma vez um grande violinista chamado Paganini. Alguns diziam que ele era muito estranho, outros, que ele era sobrenatural.

As notas mágicas que saíam de seu violino tinham um som diferente, por isso ninguém queria perder a oportunidade de assistir seu espetáculo.

Certa noite, o palco de um auditório repleto de admiradores estava preparado para recebê-lo.

A orquestra entrou e foi aplaudida. O maestro, ovacionado. Mas quando surgiu a figura de Paganini, triunfante, o público delirou.

Nicolo Paganini colocou seu violino no ombro, e o que se assistiu em seguida foi indescritível.

Breves e semibreves, fusas e semifusas, colcheias e semicolcheias, pareciam ter asas e voar com o delicado toque daqueles dedos virtuosos.

De repente, porém, um som estranho interrompe o devaneio da platéia: uma das cordas do violino de Paganini arrebentara.

O maestro parou. A orquestra parou. Mas Paganini não parou.

Olhando para sua partitura ele continuava a tirar sons deliciosos de um violino com problemas.

O maestro e a orquestra, empolgados, voltam a tocar.

Mal o público se acalmou quando, de repente, um outro som perturbador: uma outra corda do violino do virtuose se rompe.

O maestro parou de novo. A orquestra parou de novo. Paganini não parou.

Como se nada tivesse acontecido, ele esqueceu as dificuldades e avançou, tirando sons do impossível.

O maestro e a orquestra, impressionados, voltam a tocar.

Mas o público não poderia imaginar o que aconteceria a seguir: todas as pessoas, pasmas, gritaram: Oohhh!

Uma terceira corda do instrumento de Paganini se quebra.

O maestro pára. A orquestra pára. A respiração do público pára. Mas Paganini... Paganini não pára.

Como se fosse um contorcionista musical, ele tira todos os sons da única corda que sobrara daquele violino destruído.

Paganini atinge a glória. Seu nome corre através do tempo.

Ele não é apenas um violinista genial, mas o símbolo do ser humano que continua diante do impossível.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O dono da poltrona

Esse Branquinho além de lindo, é um tanto abusado, quer a poltrona somente para ele, como foi aqui bem registrado.

Utilize seus recursos



A maioria dos homens não vive em paz.

Estar em paz não significa apenas não fazer parte de uma guerra.

Muitas vezes não há atritos visíveis com os semelhantes, mas a criatura permanece sem sossego.

A paz interior consiste em uma harmonia preciosa e constante.

Quem desfruta desse tesouro convive bem consigo mesmo.

Por mais que enfrente dificuldades na vida, seu íntimo permanece tranqüilo.

O homem pacificado não necessita inventar distrações.

A percepção de seu mundo interior não o angustia.

A agitação da sociedade moderna evidencia quão poucos realmente desfrutam de paz.

As inovações tecnológicas gradualmente liberam o homem de tarefas repetitivas e tediosas.

Cada vez ele dispõe de mais tempo livre, mas não utiliza suas folgas para conhecer e cultivar o próprio caráter.

Na ânsia de conquistar coisas, multiplica desnecessariamente as horas de trabalho.

E nos raros momentos em que se permite ficar livre, procura distrações ruidosas e absorventes.

É como se o encontro com a própria alma fosse algo a ser evitado.

Sejam ricos ou pobres, bonitos ou feios, cultos ou iletrados, os homens procuram fugir de si próprios.

Mesmo quem reúne condições consideradas ideais para a felicidade raramente desfruta dessa situação.

As criaturas enfrentam torturas íntimas, ansiedades e complexos aparentemente injustificados.

Por mais que a vida siga tranqüila, a ausência de paz permanece.

A questão é que a verdadeira paz pressupõe a consciência tranqüila.

E tranqüilidade de consciência só tem quem está em harmonia com as leis divinas.

Todos os homens já viveram inúmeras vidas, em sua jornada pelo infinito.

Foram criados ignorantes e simples e se destinam à mais elevada sabedoria.

Para crescer em entendimento e compreensão, encarnam inúmeras vezes, em diferentes situações.

Objetivando aprender a discernir o certo do errado, dispõem da liberdade de agir.

Contudo, respondem por tudo o que fazem.

A lei humana é falha e muitos equívocos são por ela ignorados.

Mas na consciência de cada ser encontram-se registrados todos os seus atos.

Maldades cometidas contra os irmãos podem ter sido bem escondidas no passado.

Mas quem se permitiu viver o mal mantém em seu íntimo a marca da desarmonia.

Ocorre que toda vivência, mesmo marcada pelo erro, deixa a herança da experiência.

De cada refrega o homem sai amadurecido.

A cada vida ele cresce em entendimento e possibilidades.

O importante é aprender a utilizar no bem os recursos adquiridos.

Em sua primeira epístola, o apóstolo Pedro afirma: “o amor cobre a multidão de pecados”.

Os erros fazem parte do processo de aprender.

Mas apagá-los mediante o amor bem vivido propicia paz e harmonia.

Assim, utilize seus recursos no bem. Contabilize todos os tesouros que você amealhou no decorrer dos séculos:

Inteligência, sensibilidade, aptidão para falar ou escrever, habilidades as mais diversas. Empregue tudo isso na construção de um mundo melhor.

Ao utilizar amorosamente seus talentos, você estará cumprindo a tarefa que lhe cabe no concerto da criação. E uma sublime paz habitará seu coração.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Última carta



Um amoroso pai de família, dias antes de ser hospitalizado, enviou, pela Internet, uma carta a seus filhos, com a seguinte mensagem:

Filhos amados.

Quando as coisas estiverem difíceis, abram bem os olhos e busquem o céu.

Vejam como é imenso.

Olhem a natureza e percebam como ela é incrivelmente linda, em cada detalhe.

Olhem as cidades, seus prédios, os carros e notem tudo o que a vontade do homem já foi capaz de produzir.

Sintam que cada um de vocês faz parte da Criação de Deus.

Que cada um integra a própria natureza.

E que cada um também tem de construir e de alterar um pouco de sua própria cidade.

Percebam que vocês, aqui e agora, fazem parte de uma sociedade que constrói um mundo novo.

Apesar da sensação de pequenez diante da grandeza do Universo e, embora, por vezes, vocês se sintam sozinhos e sem forças, na verdade, cada um é importante e necessário na sinfonia da vida.

O amor e a alegria de vocês produzem uma energia única, capaz de transformar o meio em que vivem e as pessoas que os cercam.

Cada um pode levar mais luz ao caminho que palmilha, por intermédio de seu sorriso e de seu trabalho.

E assim, pode iluminar outras vidas e enternecer outros seres.

Não esperem que o mundo, que os outros façam algo por vocês.

Respirem fundo e pensem: "O que eu posso fazer pelo mundo?

O que posso fazer pelos outros?"

Nunca esqueçam que cada um colhe aquilo que plantou.

Que os espinhos que hoje nos ferem as mãos são o resultado de uma semeadura equivocada do passado, próximo ou não.

Se desejam uma estrada ladeada de flores, é preciso que elas sejam semeadas desde agora, por cada um de vocês.

Acreditem: Deus está presente em tudo e em toda parte.

Um dia a própria ciência humana, ainda tão limitada, será capaz de admitir e de comprovar essa valiosa verdade.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Vai ficar tudo bem



Let it be é o décimo terceiro e último álbum do grupo inglês de rock, The Beatles.

Foi gravado entre janeiro de 1969 e março/abril de 1970 e foi lançado em 8 de maio de 1970.

Inicialmente, o nome previsto para o álbum era outro. Mas acabou sendo mesmo o nome da faixa composta por Paul McCartney.

Paul a escreveu em homenagem a sua mãe, Mary McCartney, vítima de câncer de mama, quando ele tinha quatorze anos de idade. À época, a morte da mãe o abalara profundamente.

Conta Paul que, certa noite, sonhou com a mãe vindo em sua direção e lhe dizendo Let it be. Algo como Deixa estar ou Vai ficar tudo bem.

Quando acordou, já estava com a melodia da música na cabeça e os versos foram brotando:

Quando eu me encontro em tempos difíceis, mãe Maria vem para mim, falando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”

E, nas minhas horas de escuridão, ela está em pé bem na minha frente, falando palavras de sabedoria, sussurrando palavras de sabedoria: “Vai ficar tudo bem.”

E, quando as pessoas de coração partido, morando no mundo concordarem, haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”

Pois, embora possam estar separados há ainda uma chance que eles verão. Haverá uma resposta: “Vai ficar tudo bem.”

E quando a noite está nublada, há ainda uma luz que brilha em mim, brilha até a manhã: “Vai ficar tudo bem.”

Eu acordo ao som da música. Mãe Maria vem para mim. Não haverá tristeza. Vai ficar tudo bem.

domingo, 13 de outubro de 2013

Valores éticos



Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos contra os interesses egoístas dos cidadãos.

Infelizmente esse problema só se resolverá quando a educação tomar para si essa responsabilidade.

Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar exemplos de violação dos princípios éticos que deveriam nortear as ações do homem de bem.

Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais.

A pirataria de CDs, vídeos, ideias e outros produtos é assustadora.

A aquisição de peças em oficinas de desmanche de automóveis roubados, mesmo sabendo disso, por custar mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios ilícitos, também são formas de alimentar essa agressão aos princípios da ética.

Geralmente o indivíduo que comete essa falta alega que não poderá ser responsabilizado por isso, pois não foi ele quem roubou o carro, nem fez as cópias ilegais.

A esse propósito, Allan Kardec propôs aos Espíritos Superiores a seguinte questão:

Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?

Os Benfeitores responderam:

É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se ousara.

Hoje em dia é muito comum se jogar a culpa na Internet, pois alega-se que a falta de leis próprias para esse fim e o anonimato favorecem esse tipo de crime.

No entanto, o bom senso diz que a Internet apenas mostra o problema ético existente, porém, não o cria.

Se o internauta desonesto gosta de uma mensagem que encontra divulgada em algum site, ele a copia e passa a divulgar como se fosse sua ou como sendo de autoria desconhecida.

Mas se o internauta é honesto ele repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.

Como se pode perceber, o problema não é do meio de comunicação, mas do indivíduo.

Ambos os indivíduos são filhos de alguém, foram alunos de alguém, conviveram com alguém que foi responsável pela sua educação.

Quando a criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará quando jovem ou adulta.

Mas se não recebe essas noções de honradez na infância, raramente as respeitará mais tarde.

Assim, vale a pena pensar um pouco sobre essas questões tão importantes e tão graves.

E, se houver dúvidas quanto a uma ação estar certa ou errada, quanto a se é um bem ou mal, basta seguir a orientação do maior Mestre que a Terra conheceu e fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem.

Ou seja, colocar-se no lugar daquele a quem se dirige a ação e se perguntar se gostaria de estar no seu lugar.

Se a resposta for positiva, pode-se agir sem a menor preocupação, mas se for negativa, certamente trará dissabores, mesmo que a ação escape às leis dos homens.

Todos nós, sem nenhuma exceção, responderemos por nossos atos perante o tribunal da própria consciência e receberemos de acordo com as nossas obras. E isso nós já sabemos há mais de dois milênios.

Portanto, se você deseja ter uma consciência limpa, não acumule detritos morais, pois eles o perturbam e infelicitam, neste mundo ou no além-túmulo.

sábado, 12 de outubro de 2013

Feliz Dia da Criança!!!



De tudo o que nos cerca na vida, um dos dons mais preciosos que Deus nos proporciona é a presença da criança.

Ela tem o dom especial de dar sabor e graça a tudo. Contenta-se com tão pouco: um passeio, um por de Sol, um pacote de pipoca.

E tem a pretensão de que o mundo inteiro lhe pertence. É sua a árvore, a bola, a peteca. É seu o pássaro, o jardim. São seus o carro do papai e o batom da mamãe.

Uma criança nasce com um brilho angelical e mesmo crescendo, sempre fica um elo de luz suficiente para nos cativar o coração, mesmo que ela se sente no lodo, chore a todo o volume, faça um berreiro ou ande pela casa se gabando depois de vestir as melhores roupas e sapatos de sua mãe ou de seu pai.

Ela pode ser a mais carinhosa do mundo e parecer a mais ingênua, até o ponto de esgotar a nossa capacidade de responder perguntas.

Quando está brincando, produz todo tipo de ruídos que nos colocam os nervos à flor da pele.

Quando a repreendem ela fica quietinha, faz beicinho, carinha de choro. Mas continua com esse brilho angelical nos olhos.

Ela é a inocência jogada na terra, a beleza fazendo cambalhotas e também a mais doce expressão do amor materno, quando acaricia e faz dormir a sua boneca ou o seu bichinho de pelúcia.

Quando Deus a cria, utiliza uma parte da matéria-prima de muitas de suas criaturas. Usa os gorjeios do sabiá e os saltos do gafanhoto, a curiosidade e a suavidade do gato, a ligeireza do antílope e a teimosia de uma mulinha.

Gosta de sapatos novos, de sorvete, brinquedos, do jardim de infância, dos companheiros de folguedos e de correr atrás dos pombos e do gatinho.

Adora livros de colorir, as lições de dança, a bola e o patinete.

Ama a praia, o sol, o mar, as férias, o luar e as estrelas.

Não gosta que lhe penteiem o cabelo e é a mais ocupada criatura na hora de ir para a cama, porque sempre precisa acabar alguma coisa que ainda nem começou.

Ninguém nos dá maiores aflições ou alegrias, desgosto ou satisfações ou o mais legítimo orgulho.

Pode bagunçar nossos papéis de trabalho, o cabelo e a roupa. É especialista em nos pedir tempo para compartilhar das suas brincadeiras e tem uma fértil imaginação.

Às vezes, pode parecer uma calamidade que quase nos desespera com tantos ruídos e travessuras.

Mas quando sentimos que as nossas esperanças e desejos estão a ponto de cair por terra, quando o mundo parece que se fecha para nós; quando chegamos a pensar que o fracasso logo nos alcançará, ela nos converte em majestades, quando se senta em nossos joelhos, passa os bracinhos pelo nosso pescoço e pede para contar um segredo no ouvido, e diz: Eu te amo!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O zelador da fonte



Conta uma lenda austríaca que, em determinado povoado, havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.

O cavalheiro, com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.

Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.

Rodas d'água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.

Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.

De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.

E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.

Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do zelador da fonte, de imediato.

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.

Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura.

Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.

O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d'água começaram a girar lentamente, depois pararam.

Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.

O Conselho Municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.

Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.

Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d'água voltaram a funcionar.

Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Cada conquista



Interessante perceber como tratamos nossos pequeninos, nossas crianças, no que diz respeito às primeiras conquistas.

O primeiro sorriso - quanta festa! As primeiras palavrinhas - quanto orgulho dos pais!

Depois, ou um pouco antes, os primeiros passos - que conquista importante! Celebramos, contamos aos amigos com brilho nos olhos.

Cada nova façanha é celebrada com alegria e novas vitórias vão se somando na vida dos filhos, que vão crescendo, aprendendo e nos surpreendendo.

São êxitos singelos, mas muito importantes. São fundamentais para o desenvolvimento da autoestima, da segurança e da autonomia dos petizes.

São os primeiros progressos da alma que retorna ao mundo numa nova existência.

Alma que vem com planos, promessas e ideais elevados, buscando na escola da Terra aprender o que precisa para ser mais feliz.

Infelizmente, perdemos muitos desses costumes sadios quando chegamos à idade adulta.

Parece que pouco sobrou para comemorar... O que não é verdade, de forma alguma.

Alguns chegam até a ignorar seus aniversários, como se mais um ano de vida na Terra fosse algo do qual deveríamos nos envergonhar.

Pequenas vaidades tolas, que acabam inibindo sentimentos e reflexões importantes.

Os êxitos da alma necessitam ser celebrados e partilhados com aqueles que estão à nossa volta.

Não apenas as conquistas materiais, as conquistas intelectuais, mas principalmente os tesouros do Espírito.

Celebremos nossos aniversários com quem amamos. Sem grandes estardalhaços sociais e sem grandes gastos, mas não deixemos passar a data em branco.

Fechar mais um ciclo é importante. Fazer uma análise, um balanço. Agradecer pela oportunidade da reencarnação, pelos amores, pelas experiências...

A vida precisa estar repleta de vitórias.

Vencer a depressão, vencer a dependência química, vencer a obesidade...

Vencer a maledicência, vencer algum medo, vencer o ressentimento de anos e poder dormir com a consciência em paz.

São alguns exemplos de conquistas da alma guerreira, que luta contra suas imperfeições dia após dia.

É fundamental registrar essas glórias, pois são elas que nos darão forças para enfrentar os dias difíceis, os novos desafios.

Cada vencer traz forças para os novos enfrentamentos, para novos desbravamentos espirituais, fundamentais para se lograr a felicidade almejada.

O alvo supremo, a felicidade, não é apenas uma meta, mas uma construção de pequenasgrandes felicidades acumuladas através das vidas.

E cada júbilo desses, cada conquista, precisa ser guardada no íntimo de nosso coração com muito carinho e atenção.

Cada conquista da alma é importante.

Conquistas são como as pequenas rochas que, amontoadas, vão construindo os muros e paredes de nossa edificação felicidade.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cabos e luzes em uma caixa



Há cerca de cinquenta anos, um discurso tornou-se célebre no ambiente de rádio e telejornalismo americanos.

Tratava-se da fala do âncora Edward Murrow sobre rádio e televisão.

As transmissões de TV ainda davam seus primeiros passos, e traziam à tona muitas discussões no que dizia respeito à programação, e ao objetivo dessa nova mídia na época.

Na ocasião, o jornalista da rede CBS falou a uma grande plateia de membros e diretores das principais empresas do setor, nos Estados Unidos.

Afirmou que, se dentro de meio século, historiadores analisassem vídeos das grandes redes americanas, encontrariam provas da decadência, escapismo e alienação das realidades do mundo que vivemos.

No discurso, que ficou conhecido como Cabos e luzes em uma caixa, Murrow expressava receio de que o poder do rádio e da TV fosse usado de maneira danosa à sociedade e à cultura.

Especialmente sobre a TV, ele foi ainda mais fundo.

Disse ele: Este veículo pode ensinar, iluminar. Sim, pode até inspirar. Mas só pode fazê-lo se os seres humanos estiverem determinados a usá-lo para estes fins.

De outro modo – acrescentava ele – são meramente cabos e luzes em uma caixa.

O âncora ainda acrescentou: Há uma grande batalha e talvez decisiva, a ser travada contra a ignorância, a intolerância e a indiferença. Esta arma, a televisão, poderia ser útil.

* * *

Meio século se passou, e como estamos em relação a essa questão no mundo?

A televisão passou a fazer parte da vida diária de bilhões de pessoas.

Porém, será que está sendo utilizada com esses fins nobres, idealistas, apontados pelo jornalista?

Será que colocamos essas descobertas da ciência, as novas facilidades na obtenção de informação, rapidez de comunicação, a serviço de nossa evolução moral?

Ou tudo isso, em grande parte, foi seduzido pelo antigo desejo do homem velho, de ter cada vez mais e mais?

É importante que reflitamos.

Deus permite que conquistemos as melhorias materiais das ciências, da tecnologia, do conhecimento, com um único fim: o nosso crescimento moral.

São instrumentos que facilitam a vida material do homem – ou, deveriam facilitar – para que esse se preocupe mais com a conquista das virtudes da alma.

A verdade é que acabamos nos hipnotizando pela caixa com cabos e luzes. De meio, de instrumento, ela virou veículo de alienação, de escapismos.

E assim vimos fazendo com tantas outras conquistas da tecnologia, pois a alma humana ainda está vazia, perdida.

Vale a pena repensar tudo isso. Vale a pena procurar saber se não estamos alimentando uma indústria de inutilidades mil.

A mudança desse panorama virá de cada um de nós, primeiramente como receptores mais exigentes que precisamos ser.

Depois, como transmissores, na esfera que nos caiba, dessa ideia de que todos esses meios de comunicação devem ser veículos do bem.

É tempo de despertar, mudar de canal ou desligarmo-nos das tomadas do mundo, e nos religarmos a Deus e aos nossos objetivos maiores aqui.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Promessa

Uma pessoa fez uma pesquisa informal sobre as orações
de pessoas de sua igreja percebeu que a maioria delas fazia
dois tipos de orações.

O primeiro era um SOS - não só "Salve Nossas Almas", mas
também "Ó Senhor, ajuda-nos agora".
O segundo era RNP - "Resolva Nossos Problemas".

As pessoas pediam que o Senhor eliminasse as necessidades,
lutas, tribulações e tentações.
Elas queriam vidas despreocupadas e perfeitas e acreditavam
plenamente que Deus havia prometido isso para elas.

Ela concluiu em sua pesquisa:
"A maioria das pessoas quer que Deus faça tudo."

Deus não prometeu que viveria nossa vida por nós - mas, sim, que
caminharia a estrada da vida conosco.

O nosso papel é ser fiel e obediente; o dEle é nos guiar, proteger e
ajudar.

Annie Johnson Flint reconheceu a verdadeira natureza da promessa
de Deus neste poema abaixo:

O QUE DEUS PROMOTEU

Deus não prometeu
Céu sempre azul,
Caminhos floridos
Por toda a nossa vida;
Deus não prometeu
Dias sempre ensolarados,
Alegria sem tristeza,
Paz sem dor.
Mas Deus prometeu
Forças para cada dia,
Descanso do trabalho,
Luz para o caminho
Graças nas dificuldades,
Socorro vindo do céu,
Consolo bem fiel,
Amor por toda a vida.

Faça o que você sabe que pode fazer hoje - e então
confie em Deus para o que você não pode fazer.
                                                     

domingo, 6 de outubro de 2013

Ações e palavras



O que você faz fala tão alto, que não consigo ouvir o que você diz.

O pensamento do filósofo e escritor americano, Ralph Waldo Emerson, precisa de nossa atenção.

Ações falam muito mais de nós mesmos do que nossas palavras.

Nossas palavras articulam-se por conveniência, por convenções e podem ser muito bem dissimuladas por força de nossa vontade, isto é, nem sempre contarão a verdade.

As ações mostram o que há em nossa alma, nossa índole, nossos valores.

É muito fácil falar. Mais difícil agir.

Francisco de Assis, missionário que resgatou a essência da mensagem do Cristo na Terra, em uma de suas pregações, afirmou:

A paz proclamada por vós com palavras deve habitar de modo mais abundante em vossos corações.

Isso significa que precisamos vivenciar algo para que nossas palavras e opiniões tenham peso. É a chamada autoridade moral.

Ela é válida na educação dos filhos, por exemplo.

Esses precisam identificar, nos genitores, o mesmo comportamento que estão exigindo deles.

Caso não encontrem essa referência, dificilmente seguirão qualquer recomendação educacional.

Os filhos poderão até obedecer, mas por medo, por ascendência da força, naquele momento.

Esse tipo de ascendência, porém, não dura. Tão logo se desvencilhem dos pais ou desenvolvam uma independência maior, voltarão a repetir as mesmas atitudes do ontem equivocado.

Resumindo: não aprenderam. Simplesmente atenderam a uma recomendação, por determinado tempo.

Por isso ouvimos falar na força do exemplo.

Os filhos copiam os pais em muitos aspectos. Imitam suas ações, sua forma de lidar com isso ou aquilo na vida. Seus conselhos só serão ouvidos se perceberem a força da autoridade moral embasando as falas.

A sabedoria de alguém não é medida pelo quanto ela sabe, conhece, mas pela qualidade de suas ações.

Vemos assim, no mundo, grandes vozes, de retórica impecável, mas cujas ações, no dia a dia, não condizem com seu verbo afiado.

Sobem nas tribunas do mundo, cantando a igualdade, a justiça, a defesa da população, quando em seu coração há apenas a busca pela satisfação de sua vaidade e egoísmo, tirando vantagem de tudo e de todos.

E muitas consciências de hoje estão tão doentes, tão obnubiladas, que nem sequer sentem algum tipo de remorso, culpa ou responsabilidade.

Despertarão mais tarde, possivelmente com a dor, com a força da lei de causa e efeito,colocando tudo de volta nos trilhos da alma descarrilhada.

Assim, cuidemos de nossas palavras e cuidemos de nossas ações.

O que fazemos fala muito mais alto do que aquilo que dizemos.

Lembremos do pensamento do filósofo:

O que você faz fala tão alto, que não consigo ouvir o que você diz.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?