Espero que minha experiência nesta área possa ajudar àqueles que em algum momento passar pela situação de estar fora do mercado de trabalho, por qualquer motivo que seja.
Sempre acreditei que pessoas competentes e com vontade de trabalhar não ficam sem trabalho. Também tenho a certeza que as coisas só podem ser boas para os dois lados envolvidos.
Ocupava eu a posição de gerente administrativa e comercial de uma indústria de montagem de painéis elétricos em Contagem MG, já a 4 anos.
Fizemos uma excelente venda, porém o cliente só pagou 50% do que devia gerando com isso enormes problemas financeiros. Reunimo-nos para decidir as medidas a tomar para passar por esta tempestade.
Precisávamos cortar despesas e o setor onde estas eram mais altas eram no setor de pessoal, naquele momento cabeças precisavam rolar.
Após diversas considerações, principalmente o fato de termos nossa capacidade de industrialização em seu melhor momento, com muitos pedidos em casa, cheguei à conclusão que a pessoa que deveria ser dispensada era eu mesma.
Não tinha medo disso e naquele momento era o melhor para a empresa. Vejam acima, no segundo parágrafo, algumas de minhas crenças.
Estava estruturando a empresa para sair e montar uma filial em Salvador, já que meu maior objetivo era voltar para a Bahia, terra que havia me apaixonado quando morei lá. Sem grana a empresa não poderia montar esta filial. Havia implantado a ISO 9001, um depto. de vendas e diversos processos que indicavam que a empresa poderia andar sem minha presença.
É claro que mesmo ganhando bem tinha certeza que dava lucro para a empresa, mas o meu era o maior salário e cortando este daria certa folga naquele momento crítico.
E aí o que fazer desempregada? Nem no sonho imaginava que isto iria acontecer... Vejam como foi isso:
Primeiro precisava assimilar a idéia, e isto teria que ser rápido;
Depois pensar no que tinha que pagar. Tinha diversos compromissos financeiros: duas filhas na faculdade (o ex-marido, pai das duas não ajudava em nada) estava fazendo MBA por conta própria no IBMEC, pagava prestação de carro, de apartamento, ajudava meus pais. Enfim as despesas eram grandes;
Estudar minha situação financeira para ver como cumprir com os compromissos. Não tinha carteira assinada, portanto nada de FGTS. Se eu estava saindo porque a empresa estava com problemas financeiros é claro que meu acerto foi com pagamentos parcelados.
Isto sem falar que boa parte de meu pagamento era comissão, e a parcela referente à venda que causou tudo isto foi por água abaixo na parte que não haviam recebido e eu já contava com tal comissão;
Planejar o que fazer naquele momento, como chegar ao futuro sem muita dor de cabeça;
Estruturar-me emocionalmente para ficar um tempo em casa. Tinha 47 anos, o que sabia iria dificultar minha entrada nas empresas.
Aí fiz o seguinte:
Tinha consciência que ficar em casa sem fazer nada iria com certeza abaixar meu moral e aumentar minhas preocupações. Precisava urgentemente ter alguma atividade para o período sem emprego.
Como tinha planejado ser palestrante quando me aposentasse, ou seja, deixasse de trabalhar só para uma empresa por vez, pensei que estava na hora de planejar melhor tal atividade.
Rapidamente enxerguei que para conseguir ter sucesso nesta atividade precisava escrever um livro, o que me daria muito mais credibilidade.
Assim, durante dois meses procurei algumas pessoas que poderiam me ajudar a me recolocar no mercado e escrevi um livro. Foi uma experiência fantástica, ler livros novos, reler outros que achava importantes, pesquisar na internet e em bibliotecas.
Enfim, quando vi estava com um emprego arrumado e há dois meses trabalhando uma média de 16 horas por dia de domingo a domingo escrevendo o livro.
Deixo as seguintes dicas:
Primeiro não se deixe abater pelo desespero, as empresas não querem saber que você precisa delas, querem saber o que pode fazer por elas;
Saiba que empresas que só empregam pessoas que estão precisando de trabalho, aqueles coitadinhos, não querem pagar o que valem. Empresas que querem profissionais competentes e que pagam o que estes merecem, buscam no mercado aqueles que podem ajudá-las a crescer;
Jack Welch, ex CEO da GE e considerado o maior executivo do século passado, diz que 10 % dos profissionais nas organizações estão prontos para serem mandados embora. Então, se você foi dispensado porque a empresa precisava diminuir o número de colaboradores em algum momento de crise, provavelmente fazia parte destes 10%. As estrelas, aquelas que ajudam a empresa a ir para frente ficam.
Mesmo em momentos de crise. Analise onde errou. Veja como estava agindo nos últimos tempos em seu trabalho. Aprenda com seu erro!
Organizações precisam dar lucro e, portanto não podem ficar olhando o que você fez no passado, precisam ver quais são seus resultados no momento;
Monte uma estratégia para passar pelo processo de seleção. Alguns levam meses e o que mais tira pessoas de vagas onde com certeza poderiam ter sucesso é o lado psicológico e não o conhecimento. Você precisa falar a verdade, mas pode mudar a sua forma de ver esta verdade e assim conseguir reverter a situação. Evite ser um derrotado. Procure mostrar que aprendeu com o erro e cresceu como profissional. Seja um otimista e não um pessimista. Mostre o que pode fazer de bom pela empresa;
Converse com ex-colegas e ex-chefes, descubra onde errou e mude para melhor. Dizem que pau que nasce torto morre torto. Já que você não é pau pode mudar. Só não erra quem não faz!
Coloque o poder de seu subconsciente para trabalhar para você. Imagine como deve ser seu emprego ideal. Peça tudo que achar importante. Acredite, você merece! Só não peça pensando somente em você, porque negócios bons para um lado só, acabam.
Não fique lamentando o que passou, senão não vai enxergar as novas oportunidades que irão aparecer;
Peça ajuda. Procure as pessoas que você acha que pode te ajudar e ofereça trabalho. Mas tome cuidado porque ninguém irá te indicar se não confia em você.
E tenha sucesso!
Sonia Jordão
Sempre acreditei que pessoas competentes e com vontade de trabalhar não ficam sem trabalho. Também tenho a certeza que as coisas só podem ser boas para os dois lados envolvidos.
Ocupava eu a posição de gerente administrativa e comercial de uma indústria de montagem de painéis elétricos em Contagem MG, já a 4 anos.
Fizemos uma excelente venda, porém o cliente só pagou 50% do que devia gerando com isso enormes problemas financeiros. Reunimo-nos para decidir as medidas a tomar para passar por esta tempestade.
Precisávamos cortar despesas e o setor onde estas eram mais altas eram no setor de pessoal, naquele momento cabeças precisavam rolar.
Após diversas considerações, principalmente o fato de termos nossa capacidade de industrialização em seu melhor momento, com muitos pedidos em casa, cheguei à conclusão que a pessoa que deveria ser dispensada era eu mesma.
Não tinha medo disso e naquele momento era o melhor para a empresa. Vejam acima, no segundo parágrafo, algumas de minhas crenças.
Estava estruturando a empresa para sair e montar uma filial em Salvador, já que meu maior objetivo era voltar para a Bahia, terra que havia me apaixonado quando morei lá. Sem grana a empresa não poderia montar esta filial. Havia implantado a ISO 9001, um depto. de vendas e diversos processos que indicavam que a empresa poderia andar sem minha presença.
É claro que mesmo ganhando bem tinha certeza que dava lucro para a empresa, mas o meu era o maior salário e cortando este daria certa folga naquele momento crítico.
E aí o que fazer desempregada? Nem no sonho imaginava que isto iria acontecer... Vejam como foi isso:
Primeiro precisava assimilar a idéia, e isto teria que ser rápido;
Depois pensar no que tinha que pagar. Tinha diversos compromissos financeiros: duas filhas na faculdade (o ex-marido, pai das duas não ajudava em nada) estava fazendo MBA por conta própria no IBMEC, pagava prestação de carro, de apartamento, ajudava meus pais. Enfim as despesas eram grandes;
Estudar minha situação financeira para ver como cumprir com os compromissos. Não tinha carteira assinada, portanto nada de FGTS. Se eu estava saindo porque a empresa estava com problemas financeiros é claro que meu acerto foi com pagamentos parcelados.
Isto sem falar que boa parte de meu pagamento era comissão, e a parcela referente à venda que causou tudo isto foi por água abaixo na parte que não haviam recebido e eu já contava com tal comissão;
Planejar o que fazer naquele momento, como chegar ao futuro sem muita dor de cabeça;
Estruturar-me emocionalmente para ficar um tempo em casa. Tinha 47 anos, o que sabia iria dificultar minha entrada nas empresas.
Aí fiz o seguinte:
Tinha consciência que ficar em casa sem fazer nada iria com certeza abaixar meu moral e aumentar minhas preocupações. Precisava urgentemente ter alguma atividade para o período sem emprego.
Como tinha planejado ser palestrante quando me aposentasse, ou seja, deixasse de trabalhar só para uma empresa por vez, pensei que estava na hora de planejar melhor tal atividade.
Rapidamente enxerguei que para conseguir ter sucesso nesta atividade precisava escrever um livro, o que me daria muito mais credibilidade.
Assim, durante dois meses procurei algumas pessoas que poderiam me ajudar a me recolocar no mercado e escrevi um livro. Foi uma experiência fantástica, ler livros novos, reler outros que achava importantes, pesquisar na internet e em bibliotecas.
Enfim, quando vi estava com um emprego arrumado e há dois meses trabalhando uma média de 16 horas por dia de domingo a domingo escrevendo o livro.
Deixo as seguintes dicas:
Primeiro não se deixe abater pelo desespero, as empresas não querem saber que você precisa delas, querem saber o que pode fazer por elas;
Saiba que empresas que só empregam pessoas que estão precisando de trabalho, aqueles coitadinhos, não querem pagar o que valem. Empresas que querem profissionais competentes e que pagam o que estes merecem, buscam no mercado aqueles que podem ajudá-las a crescer;
Jack Welch, ex CEO da GE e considerado o maior executivo do século passado, diz que 10 % dos profissionais nas organizações estão prontos para serem mandados embora. Então, se você foi dispensado porque a empresa precisava diminuir o número de colaboradores em algum momento de crise, provavelmente fazia parte destes 10%. As estrelas, aquelas que ajudam a empresa a ir para frente ficam.
Mesmo em momentos de crise. Analise onde errou. Veja como estava agindo nos últimos tempos em seu trabalho. Aprenda com seu erro!
Organizações precisam dar lucro e, portanto não podem ficar olhando o que você fez no passado, precisam ver quais são seus resultados no momento;
Monte uma estratégia para passar pelo processo de seleção. Alguns levam meses e o que mais tira pessoas de vagas onde com certeza poderiam ter sucesso é o lado psicológico e não o conhecimento. Você precisa falar a verdade, mas pode mudar a sua forma de ver esta verdade e assim conseguir reverter a situação. Evite ser um derrotado. Procure mostrar que aprendeu com o erro e cresceu como profissional. Seja um otimista e não um pessimista. Mostre o que pode fazer de bom pela empresa;
Converse com ex-colegas e ex-chefes, descubra onde errou e mude para melhor. Dizem que pau que nasce torto morre torto. Já que você não é pau pode mudar. Só não erra quem não faz!
Coloque o poder de seu subconsciente para trabalhar para você. Imagine como deve ser seu emprego ideal. Peça tudo que achar importante. Acredite, você merece! Só não peça pensando somente em você, porque negócios bons para um lado só, acabam.
Não fique lamentando o que passou, senão não vai enxergar as novas oportunidades que irão aparecer;
Peça ajuda. Procure as pessoas que você acha que pode te ajudar e ofereça trabalho. Mas tome cuidado porque ninguém irá te indicar se não confia em você.
E tenha sucesso!
Sonia Jordão