domingo, 9 de maio de 2010

Uma janela nos céus

Deus não possui uma borrachinha e um lápis e cada dia não vai escrevendo
nosso nome e apagando, segundo parecemos bons ou maus. Estamos, todos,inscritos no coração de Deus de uma vez por todas e Ele nos ama
incondicionalmente. Nos ama quando choramos, quando rimos, quando nos
lamentamos e até quando somos ingratos. Ele nos ama quando oramos e quando colocamos outras coisas como prioridade. Se possuímos a Sua natureza, sabemos que Ele fica triste e fica alegre, exatamente como nós quando nos decepcionamos ou comemoramos uma vitória.

O que Deus não faz, certamente, é comandar nossas pernas quando nós mesmos não queremos ir. Ele espera, simplesmente, que sejamos nós a dar o passo, a acreditar, a aceitar Sua ajuda e o sopro do vento que nos conduzirá a lugares seguros.

Quem já não se sentiu como um barquinho em alto mar em meio à tempestade, sem rumo certo, sem sul e sem norte? E quem, tendo a fé de ter o Mestre à bordo, não viu esse mesmo barquinho se acalmar e alcançar a margem segura? São experiências grandiosas e maravilhosas e as pessoas que creem nisso até choram vez ou outra, mas nunca desesperam. Deus não desespera de nós, não desiste. Desistimos nós, sim, muitas vezes de um caminho longo, de um rumo que parece incerto e nos jogamos na água antes mesmo de esperar o amanhecer e a tempestade se acalmar.

Viver com sabedoria é nunca perder a coragem. Se as forças nos faltam aos braços, Deus luta por nós. E nosso nome continua lá, escrito no coração dEle tanto e quanto existir a vida.



As etapas que atravessamos na vida nada mais são que degraus que subimos ou descemos, segundo os caminhos que nós mesmos escolhemos, os atalhos que preferimos e onde decidimos deitar nossa cabeça.

Padecemos? Sim... de vez em quando precisamos dessa parada que nos dá a consciência que nada somos aqui além de filhos em busca de uma terra prometida. Porém sabemos que nosso maná nunca faltará, seja qual for o caminho percorrido e o quanto falta ainda pela frente.

Depositamos demais nossa confiança naquilo que somos e no que nos cremos capazes e vez ou outra precisamos dessa ducha fria que nos faz acordar para que tenhamos a humildade de orar de cabeça baixa e a grandeza de abandonar nosso mais profundo eu aos pés da Cruz.

Damos importância demasiada a certas coisas como se a própria razão da vida dependesse delas. É assim com um pequeno corte no dedo ou uma ferida na alma que fica doendo as vinte e quatro horas do dia. Não importa se o sol brilha, se a chuva sacia, se a comida está boa ou a saúde perfeita. Isso prova nossa insaciedade diante da vida.

Não há ninguém para quem tudo dá sempre errado e ninguém para quem dá tudo certo. Tudo são fases que atravessamos, caminhos às vezes que parecem longos e intermináveis, principalmente quando é o lado dolorido da vida que se apresenta.

Mas...

O importante não é não se perder, nunca errar, não pecar, não tomar decisões erradas e ser alguém exemplar. Essas coisas são objetivos que tentamos alcançar e quanto mais degraus subimos, mais nos aproximamos da perfeição.

O importante mesmo é saber levantar, erguer a cabeça, olhar para frente; é ter a coragem de admitir as falhas, a humildade de pedir perdão, calar na hora certa e falar quando o silêncio parecer insustentável; o importante é deixar as lágrimas caírem e nem por isso se sentir diminuído.

Deus não conta os degraus que subimos ou descemos. Nossa vida é que conta, sofre ou se alegra. Deus é Aquele que está no mais alto degrau estendendo a mão e é o mesmo que está na terra com os braços eternamente abertos e prontos.

Há e haverá sempre uma janela aberta nos céus para nos acolher e o caminho talvez não seja o mais fácil, mas é certamente aquele que vai ter feito nossa vida valer a pena.

© Letícia Thompson

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?