segunda-feira, 19 de julho de 2010

As aparências enganam

Num orfanato, igual a tantos outros que enxameiam

por toda parte, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade.

Era uma criança lamentavelmente sem encantos,

de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras,

e francamente malquista pelos professores.

Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento.

Ninguém para brincar, ninguém para conversar.

Sem carinho, sem afeto, sem esperança...

Sua única companheira era a solidão.

O diretor do orfanato aguardava ansioso uma desculpa

legítima para livrar-se dela.

E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa.

A companheira de quarto da menina informou que ela

estava mantendo correspondência com alguém de

fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.

- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um

papel numa árvore.

O diretor e seu assistente mal puderam esconder

a satisfação que a denúncia lhes causara.

Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior.

E, somando-se ao assistente, pediu para que a

testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes

mostrar a prova do crime.

Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção a

árvore na qual estava colocada a mensagem.

De fato, lá estava um papel delicadamente colocado

entre os ramos.

O diretor desdobrou, ansioso, o bilhete, esperando

encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se

daquela criança tão desagradável aos seus olhos.

Todavia, para seu desapontamento e remorso,

no pedaço de papel um tanto amassado, pôde

ler a seguinte mensagem:

"A qualquer pessoa que encontrar este papel:

eu gosto de você."

Os três investigadores ficaram tão decepcionados

quanto surpresos com o que leram.

Decepcionados porque perderam a oportunidade de

livrar-se da menina indesejável, e surpresos porque

perceberam que ela era menos má do que eles próprios.



Quantos de nós costumamos julgar as pessoas

pelas aparências, embora saibamos que estas

são enganadoras.

E o pior é que, se as aparências não nos agradam,

marcamos a pessoa e nos prevenimos contra ela

e suas atitudes.

Uma antiga e sábia oração dos índios Siuox, roga a Deus

o auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter

andado sete dias com as suas sandálias.

Isto quer dizer que, antes de criticar, julgar e condenar

uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e

entender os seus sentimentos mais profundos.



Aqueles que talvez ela queira esconder de si mesma,

para proteger-se dos sofrimentos que a sua lembrança

lhe causaria.



Jesus nos deixou a Palavra para que não perdêssemos

o rumo de nossa estrada em direção à Nova Jerusalém.



Julgar é igual a errar.

E mesmo que tenhamos certeza de algo, afirmamos

pela nossa pouca e pobre experiência e o pior,

por nossa visão distorcida do mundo. o mundo precisa

de pessoas que vejam diferente,

que olhem muito mais do que vêem seus olhos.



É preciso enxergar com os olhos da alma.

Vamos aprender a olhar com a verdade e deixar

o amor ultrapassar nossos julgamentos.


O que acham do meu Naninha Cachorrinho?