quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A cadeira vazia

Era uma singela igreja, freqüentada por moradores da região daquele distante bairro de Londres.

Os anos se passavam e o pequeno grupo se mantinha constante nas reuniões, ocupando sempre os mesmos lugares.

Foi por isso mesmo muito fácil ao pastor descobrir certo dia, uma cadeira vazia. Estranhou, mas logo esqueceu. Na semana seguinte, a mesma cadeira vazia lá estava e ninguém soube informar o que estava acontecendo. Na terceira ausência, o pastor resolveu visitar o faltoso. No dia frio, foi encontrá-lo sentado, muito confortável, ao lado da lareira de sua casa, a ler.

Você está doente, meu filho? Perguntou. A resposta foi negativa. Ele estava bem.

Talvez estivesse atravessando algum problema, ousou falar o pastor, preocupado.

Mas estava tudo em ordem. E o homem foi explicando que simplesmente deixara de comparecer. Afinal, ele freqüentava o culto há mais de vinte anos.

Sentava na mesma cadeira, pronunciava as mesmas orações, cantava os mesmos hinos, ouvia os mesmos sermões. Não precisava mais comparecer. Ele já sabia tudo de cor.

O pastor refletiu por alguns momentos. Depois, se dirigiu até à lareira, atiçou o fogo e de lá retirou uma brasa.

Ante o olhar surpreso do dono da casa, colocou a brasa sobre a soleira de mármore, na janela.

Longe do braseiro, ela perdeu o brilho e se apagou. Logo, era somente um carvão coberto de cinza.

Então o homem entendeu. Levantou-se de sua cadeira, caminhou até o pastor e falou: tudo bem, pastor, entendi a mensagem.

E voltou para a igreja.

Todos nós somos brasas no braseiro da fé. Se mantemos regular freqüência ao templo religioso, estudando e trabalhando, nos conservamos acesos e quentes.

Mas, exatamente como fazem as brasas, é preciso estender o calor. Assim, acostumemos a não somente orar, pedir e esperar graças. Iluminados pelo evangelho de Jesus, nos disponhamos a agir em favor dos nossos irmãos.

Como as brasas unidas se transformam em um imenso fogaréu, clareando a escuridão e aquecendo as noites frias, unidos aos nossos irmãos de ideal, poderemos estabelecer o calor da esperança em muitas vidas.

Abrasados pelo amor a Jesus, poderemos transformar horas monótonas em trabalho no bem. A simples presença passiva na assembléia da nossa fé em um dinâmico trabalho de promoção social, beneficiando a comunidade.

Pensemos nisso e coloquemos mãos à obra.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?