terça-feira, 16 de novembro de 2010

Realidade Divina

Narra o gênio francês Victor Hugo que na França de 1815, vivia no sudeste daquele país, numa pequena cidade chamada Digne, um bispo de notáveis qualidades morais.

Monsenhor Bienvenu, como era conhecido, vivia no Palácio Episcopal.

Certo dia, quando caminhava a passos largos pela estrada, percebeu que, em sentido contrário, vinha uma carruagem.

Pouco depois, quando ela parou ao seu lado, ele pôde perceber a figura de um ex-senador do império de Napoleão, agora detentor do título de Conde.

Aonde vai, Monsenhor, com tanta pressa? Perguntou o Conde.

Atender a um chamado. Vou ao encontro de um pobre homem que me informaram se encontra à morte.

Ora, Monsenhor, lhe falou o Conde, o senhor é uma figura muito importante do clero francês. Não deveria estar se preocupando com pobres e criminosos. Não deveria andar a pé, pelas estradas poeirentas. Deveria dispor de sua própria carruagem.

O velho bispo o interrompeu, dizendo:

Não se preocupe, senhor Conde. Faço o que posso por aqueles que não gozam da assistência dos homens. Eles precisam do amparo de Deus.

É mesmo, atalhou o nobre. Na verdade, só os pobres precisam de Deus.

E debochando, falou:

Pelo jeito, se Deus não existir, vamos ter que dar um jeito e inventá-Lo, não é mesmo?

O religioso ignorou a observação e prosseguiu no seu caminho.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?