Sabe, meu filho, até hoje não encontrei tempo para brincar com você. Arranjei tempo para tudo, menos para vê-lo crescer. Nunca joguei dominó, xadrez ou empinei papagaio com você.
Sabe, sou muito importante. Não tenho tempo para sentar no chão com você. Não, não tenho tempo!
Certa vez você veio com o caderno da escola. Não liguei. Continuei lendo o jornal. Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os de minha casa.
Qual a importância de eu saber se hoje você venceu ou perdeu a corrida na escola? Amanhã, quando falar com os homens de negócio, o que eu preciso saber é a cotação da Bolsa e como anda a política internacional.
São esses assuntos que me tornam importante aos olhos dos outros e que permitem que eu cresça no mundo dos negócios, sempre mais.
Nunca vi o seu boletim, nem sei qual foi a sua primeira palavra.
Você entende... Não tenho tempo.
Eu não reparo em quase nada. Minha vida é muito corrida.
Sei que você se queixa, que sente falta de uma palavra minha, de um corre-corre, de um chute na sua bola.
Sei que você sente falta do meu abraço e do meu sorriso. Mas não tenho tempo.
Você entende, sou um homem muito importante.
Preciso dar atenção a muita gente, dependo delas.
Na verdade, sou um homem sem tempo.
Sei que você fica chateado, porque as poucas vezes que conversamos, só eu falo, e a maior parte é bronca.
Quero silêncio! Quero sossego! E você tem a péssima mania de pular sobre mim, de agarrar, querer contar tudo que lhe acontece.
Filho, não tenho tempo para abraçá-lo, para ficar com papo-furado com criança.
Filho, o que você entende de Comunicação, Cibernética, Racionalismo?
Você sabe o nome dos grandes economistas? Dos grandes investidores? Sabe quais são as ações que estão em alta? Sabe qual é o melhor investimento a ser feito?
Sabe, filho, não tenho tempo. Tenho muitos cursos a frequentar, muitas coisas a aprender.
Mas o pior de tudo é que... se você morrer agora, já, neste instante, eu ficaria com um peso na consciência, porque até hoje não arrumei tempo para brincar com você.
E sei que nada iria preencher o vazio que sua ausência deixaria em nossa casa. Oh, filho, por que eu não consigo arrumar tempo para estar com você?
Sabe, sou muito importante. Não tenho tempo para sentar no chão com você. Não, não tenho tempo!
Certa vez você veio com o caderno da escola. Não liguei. Continuei lendo o jornal. Afinal, os problemas internacionais são mais sérios que os de minha casa.
Qual a importância de eu saber se hoje você venceu ou perdeu a corrida na escola? Amanhã, quando falar com os homens de negócio, o que eu preciso saber é a cotação da Bolsa e como anda a política internacional.
São esses assuntos que me tornam importante aos olhos dos outros e que permitem que eu cresça no mundo dos negócios, sempre mais.
Nunca vi o seu boletim, nem sei qual foi a sua primeira palavra.
Você entende... Não tenho tempo.
Eu não reparo em quase nada. Minha vida é muito corrida.
Sei que você se queixa, que sente falta de uma palavra minha, de um corre-corre, de um chute na sua bola.
Sei que você sente falta do meu abraço e do meu sorriso. Mas não tenho tempo.
Você entende, sou um homem muito importante.
Preciso dar atenção a muita gente, dependo delas.
Na verdade, sou um homem sem tempo.
Sei que você fica chateado, porque as poucas vezes que conversamos, só eu falo, e a maior parte é bronca.
Quero silêncio! Quero sossego! E você tem a péssima mania de pular sobre mim, de agarrar, querer contar tudo que lhe acontece.
Filho, não tenho tempo para abraçá-lo, para ficar com papo-furado com criança.
Filho, o que você entende de Comunicação, Cibernética, Racionalismo?
Você sabe o nome dos grandes economistas? Dos grandes investidores? Sabe quais são as ações que estão em alta? Sabe qual é o melhor investimento a ser feito?
Sabe, filho, não tenho tempo. Tenho muitos cursos a frequentar, muitas coisas a aprender.
Mas o pior de tudo é que... se você morrer agora, já, neste instante, eu ficaria com um peso na consciência, porque até hoje não arrumei tempo para brincar com você.
E sei que nada iria preencher o vazio que sua ausência deixaria em nossa casa. Oh, filho, por que eu não consigo arrumar tempo para estar com você?