Na volta da escola, o pequeno Zeca entra em casa batendo forte seus pés no assoalho.
Seu pai, que estava indo ao quintal para alguns serviços na horta, ao ver o estado do menino o chamou para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, acompanha desconfiado.
E, antes mesmo que o pai dissesse alguma coisa, foi logo justificando a sua irritação:
- Pai estou com muita raiva!
O Juca não devia ter feito aquilo comigo; desejo tudo de ruim para ele!
O pai, homem simples, mas cheio de sabedoria, escutava calmamente o desabafo do filho.
- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos.
Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente e não pudesse ir à escola.
O pai, depois de ouvir tudo, calado, caminhou até um abrigo e pegou um saco cheio de carvão.
Levou o saco até o fundo do quintal, abriu e fez uma proposta ao filho:
- Zeca, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amigo Juca, e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele.
Jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço!
Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que a brincadeira seria divertida e pôs mãos à obra.
Mas, o varal com a camisa estava longe e eram poucos os pedaços de carvão que acertavam o alvo.
Uma hora se passou, e o garoto terminou a "tarefa".
O pai, que espionava tudo de longe, então aproximou-se e perguntou:
- E então, filho, como está se sentindo agora?
- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai então olhou para o menino, que até então não havia entendido a razão daquela brincadeira, e falou carinhosamente:
- Venha comigo até o meu quarto que eu quero lhe mostrar uma coisa.
Zeca acompanhou o pai e foi colocado diante de um grande espelho, que mostrava seu corpo inteiro.
Que susto! Ele só conseguia enxergar seus dentes e seus olhinhos.
O pai, então, falou ternamente:
- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou, mas olhe só para você!
Em relação ao mau que desejamos aos outros também acontece assim.
Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos ruins, a borra, os resíduos,
a fuligem ficam sempre em nós mesmos!
Por isso...
Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras.
Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações.
Cuidados com suas ações; elas se transformam em hábitos.
Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter.
Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
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