sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Carvão

Na volta da escola, o pequeno Zeca entra em casa batendo forte seus pés no assoalho.

Seu pai, que estava indo ao quintal para alguns serviços na horta, ao ver o estado do menino o chamou para uma conversa.



Zeca, de oito anos de idade, acompanha desconfiado.

E, antes mesmo que o pai dissesse alguma coisa, foi logo justificando a sua irritação:



- Pai estou com muita raiva!

O Juca não devia ter feito aquilo comigo; desejo tudo de ruim para ele!



O pai, homem simples, mas cheio de sabedoria, escutava calmamente o desabafo do filho.



- O Juca me humilhou na frente dos meus amigos.

Não aceito isso! Gostaria que ele ficasse doente e não pudesse ir à escola.



O pai, depois de ouvir tudo, calado, caminhou até um abrigo e pegou um saco cheio de carvão.

Levou o saco até o fundo do quintal, abriu e fez uma proposta ao filho:



- Zeca, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amigo Juca, e que cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu endereçado a ele.

Jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço!

Depois eu volto para ver como ficou.



O menino achou que a brincadeira seria divertida e pôs mãos à obra.

Mas, o varal com a camisa estava longe e eram poucos os pedaços de carvão que acertavam o alvo.

Uma hora se passou, e o garoto terminou a "tarefa".

O pai, que espionava tudo de longe, então aproximou-se e perguntou:



- E então, filho, como está se sentindo agora?



- Estou cansado, mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.



O pai então olhou para o menino, que até então não havia entendido a razão daquela brincadeira, e falou carinhosamente:



- Venha comigo até o meu quarto que eu quero lhe mostrar uma coisa.



Zeca acompanhou o pai e foi colocado diante de um grande espelho, que mostrava seu corpo inteiro.

Que susto! Ele só conseguia enxergar seus dentes e seus olhinhos.



O pai, então, falou ternamente:



- Filho, você viu que a camisa quase não se sujou, mas olhe só para você!

Em relação ao mau que desejamos aos outros também acontece assim.

Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos ruins, a borra, os resíduos,

a fuligem ficam sempre em nós mesmos!





Por isso...

Cuidado com seus pensamentos; eles se transformam em palavras.

Cuidado com suas palavras; elas se transformam em ações.

Cuidados com suas ações; elas se transformam em hábitos.

Cuidado com seus hábitos; eles moldam o seu caráter.

Cuidado com seu caráter; ele controla o seu destino.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?