sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Medicamento eficaz

Quem visse aquele homem adquirindo tantos brinquedos, logo pensaria: Nossa! Ele deve ter muitos filhos e sobrinhos.
Contudo, o cardiologista do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, não tem filhos.
Há mais de uma década, ele repete o mesmo ritual. Ao longo do ano, vai comprando centenas de brinquedos e os estoca num dos quartos do seu apartamento, em Copacabana. São bolas, petecas, carrinhos e bonecas.
Na semana que antecede o Natal, ele retira todos os brinquedos do quarto, separa-os por sexo e faixa etária e os coloca em grandes sacos vermelhos.
Então, com a ajuda de enfermeiras e residentes do hospital, ele distribui os presentes entre as crianças internadas.
Não custa nada você tirar alguns dias do ano para distribuir alegria e calor humano entre os pacientes de um hospital, comenta ele.
Naturalmente, dedicando-se a promover essas alegrias, há treze anos, ele tem histórias muito interessantes para contar.
Histórias de vidas enriquecidas por seus gestos de desprendimento e dedicação, além do dever.
Em uma de suas entregas, por exemplo, um menino, vítima de atropelamento, ao receber a visita do médico, muito bem disfarçado, disse que tinha um sonho.
Desejava ganhar um carrinho de controle remoto. Por uma dessas coincidências que só Deus sabe e que nós costumamos dizer que sempre acontece em filmes natalinos, doutor Edy lembrou que tinha, entre tantos presentes, um carrinho de controle remoto.
A alegria da criança foi tamanha que, conta o cardiologista, se ele não estivesse engessado, teria saído pulando pela enfermaria.
Depois de tantos anos dedicados à medicina, doutor Edy se atreve a afirmar que os medicamentos respondem somente por vinte por cento do tratamento.
Os outros oitenta por cento dependem do atendimento caloroso e humanizado que os médicos oferecem ao paciente.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?