sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

'Venham..

Eduardo Galeano colheu esta frase irônica,
colocada no portão de Auschwitz, campo de concentração nazista
: “O trabalho liberta!”.

Por outro lado, numa igreja frequentada pelo populacho pobre,
no centro da Cidade do México, estava o cartaz:
“Amados paroquianos, cuidado com seus pertences...”.

Gandhi, na África do Sul, procurou uma igreja protestante,
depois de uma noite lendo os Evangelhos, e viu na porta:
“Proibida a entrada de cães e negros...”.

O evangelho requer atenção para com o convite de Cristo:
“Que venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos,
e eu lhes darei alívio” (Sl 40.18; Mt 11.28)

Temos um convite para desfrutar a alegria da vida com Deus.

Viver. Vida bem-aventurada, no chamado de Jesus.

Evidente é que o gozo, a alegria, se apoia na beleza e na simplicidade,
no observar dos mais humildes, ingênuos, pacíficos, não-violentos,
enfim, os que são amados por Deus.

Tudo isso porque Cristo, antes de tudo, é revelação de Deus,
aquele que se apresenta com um coração terno, manso,
pacificador dos homens e das mulheres, e não como alguém em
busca de sucesso a qualquer custo, impondo-se sobre os outros,
com força intelectual ou política.
Ou pelo poder econômico.

Um exemplo para a paz na Igreja.
É também sinal de acolhimento dos maltratados pela vida,
até pelo fato de estarem vivos, incomodando o mundo hostil
com sua pobreza e miséria.

Este é o mundo da ganância: ter-sem-ser e aparecer-a-qualquer-custo;
que se ocupem espaços ambicionados no universo da superficialidade,
valendo pisotear valores da solidariedade e da misericórdia.

Na verdade, as “revelações” de Deus aos pequenos e mansos
são um desafio à oração dos bem-postos,
dos sábios e detentores do conhecimento, que ensinam as
melhores estratégias para “se dar bem na vida”.

A práxis de Jesus nos remete ao mundo prosaico dos simples,
mansos, humildes deste mundo, a quem faltam recursos mínimos
para a sobrevivência, enquanto expostos à ganância egoísta
do mundo que sobrecarrega de privilégios quem já é privilegiado.

Derval Dasilio

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?