sábado, 28 de julho de 2012

Onde está o essencial?



A mulher entrou no consultório do psicoterapeuta e se sentou. Antes de começar a falar, já chorava.

Quando finalmente conseguiu parar de soluçar, disse: Estou sozinha. Meu marido me largou há dois meses. Viajei, pensando que esqueceria, mas não consigo esquecer.

Ele é um ingrato. Afinal, eu lhe dei os melhores anos de minha vida. Eu lhe dei filhos lindos. Eles sempre estavam prontos, bem vestidos e penteados, com as mochilas às costas, na hora de ir para a escola.

Sempre tive a refeição pronta quando ele chegava, não importando a hora. Sempre recebi os amigos dele. Sempre fui a todos os lugares com ele, mesmo que não gostasse. Sempre sorri, para que todos soubessem que ele tinha uma esposa feliz.

Dei-lhe uma casa maravilhosa. Nunca permiti que existisse pó sobre os móveis. Sempre tive o máximo de cuidado com os lençóis para que estivessem brancos, bem passados, perfumados.

E agora, isso! Ele conheceu uma mocinha no escritório, se apaixonou por ela e me deixou.

O psicoterapeuta olhou para ela e lhe perguntou: E o que é que você deu de você para ele?

Ela não entendeu. Sim, durante anos ela o servira como cozinheira, arrumadeira, babá dos filhos dele. Mas nunca se lembrara de que era a esposa, a companheira, a amiga.

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?