segunda-feira, 15 de abril de 2013

Uma história sobre o verdadeiro amo

O professor se encontrou com um grupo de jovens que falava 
contra o casamento.

Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo 
e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga,
em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.

O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou
a seguinte história:

Meus pais viveram 55 anos casados.
Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o
café e sofreu um enfarte.

Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando
a levou até à caminhonete.

Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou,
infelismente ela já estava morta.

Durante o velório, meu pai não falou.
Ficava o tempo todo olhando para o nada.

Quase não chorou.
Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando 
momentos engraçados.

Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre 
o caixão e falou com sentida emoção:

- Meus filhos, foram 55 bons anos...
Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é
compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.

Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:
- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises.

Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos
a casa e mudamos de cidade.

Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a falculdade.,
choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam.

Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos
na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos
erros.

- Filhos, agora ela se foi e estou contente.
E voces sabem por que?

Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor
de me enterrar, de ficar só depois da minha partida.

Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso.
Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim...

Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos
com os rostos cobertos de lágrimas.

Nós o abraçamos e ele nos consolava dizendo:
_ Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.

E, por fim, o professor conclui:
Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor.

Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o 
erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se 
professam duas pessoas realmente comprometidas.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universatários não
puderam argumentar.

Pois este tipo de amor era algo que não conheciam.
O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, dia-a-dia e por
todos os dias.

O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta
o desejo de posse sobre a pessoa amada.

Quem caminha sózinho pode até chegar mais rápido, 
Mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe...

O que acham do meu Naninha Cachorrinho?