O dia amanhecera ensolarado. Nos quintais, a criançada se divertia, correndo, rindo esse riso solto de quem sonha venturas.
De repente, o vento se fez forte, açoitando a copa das árvores, arrancando-lhes folhas da cabeleira verde e espessa, jogando-as à distância.
Parecia que, de repente, a natureza houvesse enlouquecido e, desgrenhada, uivasse pelas ruas e praças, obrigando os transeuntes a procurarem abrigo.
O céu se cobriu de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e o dia se fez noite, em plena manhã.
Depressa se fecharam janelas, se recolheram pertences.
Dos céus jorraram águas abundantes, fustigadas pela ventania, que as arremessava, com força inclemente, contra as casas, os muros, as grandes árvores.
Foram somente alguns minutos. Depois, os relâmpagos se apagaram e a chuva parou.
Uma grande quietude invadiu a natureza. A ramagem verde sacudiu as últimas gotas d´agua, o vento bocejou cansado, recolhendo-se.
Algumas horas passadas e o sol voltou a sorrir raios de calor e luz.
Quem olhasse para o céu iluminado, dificilmente acreditaria que há pouco a borrasca se fizera violenta.