Em uma pequena cidade, a cena causava espanto e admiração, ao mesmo tempo, talvez porque o protagonista da história fosse um senhor bem idoso.
Ele costumava passar o dia inteiro plantando árvores.
Certo dia, algumas pessoas que passavam por ali pararam, admiradas, observando aquele ancião a plantar mudas ao longo da rua.
Lisonjeado com o interesse, o velho parou seu trabalho e explicou:
Meus filhos andam sempre insistindo comigo para mandar fazer uma sepultura.
Mas eu tenho uma ideia melhor.
Obtive licença para plantar árvores nas ruas ainda não arborizadas, e é assim que estou gastando o dinheiro que poderia ser empregado num mausoléu.
Já estou com 80 anos e nunca vi ninguém procurar a sombra de uma sepultura para descansar, nem é num cemitério que a criançada vai brincar.
Daqui a 20 anos, meu nome estará completamente esquecido. Mas meus netos e outras tantas crianças estarão aqui para admirar e usufruir destas árvores.
Ademais, quem passar por estas calçadas, nos dias de calor, há de achar agradável a sombra delas.