No dia 5 de maio de 2003, a estudante Luciana Gonçalves de Novaes, de vinte anos, foi atingida na coluna vertebral por uma bala perdida.
Ela estava no Campus de uma Universidade da cidade do Rio de Janeiro. Como resultado do acidente, ficou tetraplégica.
Um ano depois do ocorrido, ela foi entrevistada por um jornalista da Folha de São Paulo.
Do leito do hospital onde se encontra, Luciana contou como foram as horas que antecederam o tiro.
Lembro que senti vontade de não ir à faculdade naquele dia. Cheguei a me levantar por duas vezes no ônibus. Quase desisti. Mas tinha prova. Acabei indo. Se Deus me deixou ir para a faculdade, é porque tinha um plano para mim. Estou cumprindo minha missão na vida.
Luciana falou das muitas mensagens que recebeu de pessoas desconhecidas, dizendo-se feliz em saber que tantos oram por ela.
São essas orações e minha fé em Deus que me dão força e esperança. Penso que vou melhorar cada vez mais. Não sinto mágoa das pessoas que fizeram isso comigo.
A jovem ainda tem outra lição a dar.
Foi uma emoção muito grande, confessa, quando consegui ver o céu, quando os médicos colocaram minha maca na varandinha que tem aqui no quarto. Às vezes, as pessoas correm tanto na vida e não têm tempo de olhar o mar e o céu. Queria dizer que isso é muito importante. E que elas deveriam dar mais valor a essas situações.