A mente do homem que não anda nos caminhos de Deus trabalha de um modo estranho.
Busca prazer e encontra dor, corre atrás da alegria e só acha tristeza.
Ele pensa que as coisas são agradáveis unicamente quando trazem o sabor do proibido.
As águas, para serem doces, precisam ser roubadas; e o pão, para ser agradável, deve ser comido às ocultas.
O proibido, no entanto, é como o cavalo de Tróia:
deslumbrante, massageia o ego, inflama as paixões humanas.
Só que, ocultas dentro dele, estão a vergonha, a miséria e a morte.
No capítulo nove do livro de Provérbios, encontramos duas mulheres à beira do caminho
disputando a atenção dos homens.
É uma alegoria da sabedoria e da insensatez.
A primeira convida as pessoas para a vida.
O segredo da vida consiste em andar nos caminhos estabelecidos por Deus.
A segunda é a mulher louca ou insensata.
Ela também convida as pessoas, oferecendo águas roubadas e pão comido às ocultas.
Água é sinônimo de vida.
O deserto é terra de morte porque não tem água.
A semente brota por causa da água.
Os campos florescem porque recebem água.
A mulher louca oferece água. Água roubada. Vida roubada não é vida.
Prazer roubado não é prazer.
Felicidade “desfrutada às ocultas”, não é felicidade.
A criatura descobre isso com dor.
Quando já é tarde.
Quando a família foi destruída, a dignidade enxovalhada e os valores deteriorados.
O pão é alimentação básica e indispensável; não envolve nada de extravagância nem luxo.
Quando é comido às ocultas, pode ser agradável na hora, mas depois deixa o sabor amargo da insatisfação.
Você come e come e não se farta.
Busca e busca e nunca acha.
O coração está sempre vazio.
A mente natural do homem é estranha. Oculta-se. Ele não deseja ser visto.
Mas a sua atitude insensata, mais cedo ou mais tarde, o expõe à vergonha pública.
Nada melhor do que viver às claras.
Com transparência e verdade.
Viva hoje desse modo.
Ouça a voz da sabedoria e não preste atenção à voz da sedução, mesmo que esta grite nos caminhos:
“As águas roubadas são doces e o pão comido às ocultas é agradável.”