Se v
ocê fosse abordado por um vendedor de ilusões e fantasias, lhe daria ouvidos? Compraria seus produtos?
Antes que você responda, pensemos um pouco sobre o assunto.
Quando buscamos prazer no prazer alheio, estamos vivendo de ilusões e fantasias.
Quando lemos revistas que exibem pessoas bonitas, elegantes, famosas, se deleitando em paraísos de mentira, estamos buscando sorver o prazer dessas pessoas como se estivéssemos em seu lugar.
Há revistas especializadas em criar um mundo maravilhoso, do qual só podem fazer parte as pessoas ricas, bonitas e elegantes, ou, se não são bonitas, pelo menos devem ter estilo.
E, nessas páginas que vêm maravilhosamente ilustradas, compramos fantasias e sorvemos ilusões e mentiras.
Quando essas páginas retratam uma mulher jovem, bonita, no seu quinto casamento, estampando no rosto um sorriso amarelo, simulando felicidade, não podemos imaginar que essa seja a realidade.
Não há pessoa que possa, por mais fria que seja, envolver-se com vários cônjuges e filhos, e sair sem ferir ou ferir-se.
Quando um homem, de mais de 60 anos, que acaba de deixar esposa e filhos se exibe, fingindo felicidade suprema, com uma esposa de 25, não pode estar vivendo mais que uma fantasia.
Ou será que é possível construir a felicidade sobre os escombros dos outros, em cujos corações cravamos o punhal da infidelidade e da indiferença?
Observemos, com atenção, os olhares dessas pessoas que vendem ilusões e fantasias e perceberemos sombras de tristeza imanifesta. São as gotas de amargura brotando nas profundezas da alma vazia e sem esperança.
Assim, antes de mergulharmos no mar das ilusões aportando em ilhas de fantasias, reflitamos se esse é o caminho que nos conduzirá à felicidade efetiva.
Busquemos, antes, exemplos de dignidade e honradez. Tomemos, de preferência, o barco singelo do trabalho digno e vistamos o colete da honestidade para que estejamos seguros se, porventura, o mar ficar revolto.
Não embarquemos na canoa furada das ilusões e fantasias, que não resiste aos embates das primeiras ondas da razão e do bom senso.
Contou-nos um amigo, que esteve nos Estados Unidos, que uma senhora rica e excêntrica possuía um carro que era a sua paixão.
Manifestou, em vida, o desejo de ser enterrada dentro dele. E assim foi feito.
Quando morreu, os filhos prepararam o corpo e o colocaram no interior do veículo, enterrando-o conforme o desejo.
Passado algum tempo, esse nosso amigo, que é médium, intrigado com aquele fato, foi abordado pelo Benfeitor espiritual que lhe disse com pesar:
É, a nossa irmã conseguiu que enterrassem o seu corpo num automóvel luxuoso, mas, infelizmente, no mundo dos Espíritos ela está a pé, dependendo da misericórdia alheia.
Assim acontece com muitos de nós que nos permitimos viver de sonhos que nunca se tornarão realidade.
Agora já temos elementos para responder a pergunta inicial: Você compraria ilusões e fantasias?